𝐒𝐩𝐢𝐤𝐞.

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Q preguiça de ficar ativa aqui

Bom dia.

𝗠𝗔𝗡𝗗𝗬 𝗚𝗔𝗟𝗟𝗔𝗚𝗛𝗘𝗥



Continuo a cantar a música metálica bem agitada que os amigos de Natasha escolheram, na tentativa de esquecer da tremedeira em minhas pernas.

— Agora é o meu solo, fiquem caladas vadias — Cyrus reclama, dando início a sua ilusão de ser o próprio guitarrista do Iron maiden. Apesar do vento forte entrando pela janela aberta do carro, seu  cabelo espetado continua intacto no lugar, mas não pode-se dizer o mesmo de seu lápis de olho borrado.

— Eu vou te expulsar do meu carro se você não parar — Começo a sorrir, pois Natasha estava se estressando com o garoto, de novo.

— Por isso eu odeio mulheres

— E é por sua causa que existem mais lésbicas no mundo, pense nisso — Ela retruca.

— E ainda assim nenhuma delas quer você — Eu gargalho.

— Garoto se você não calar a boca a minha bota vai voar na sua cara

Ignoro a briga dos dois e olho para a janela, ficando com um frio na garriga a cada momento em que reconheço as casas pelas quais estamos passando na frente, porque sim, infelizmente eu estou voltando para o colégio. Tiro meu braço da janela quando Natasha fecha o vidro.

— Que horas a gente te busca bebê? — Mônica, a outra amiga de Natasha pergunta do banco da frente. A loira se vestia igual aqueles hipsters que andam por aí com roupas folgadas, pulseiras e bandanas para todo canto, mas o que eu não consigo entender era como ela convive com esse grupo de roqueiros estando tão calma e zen o tempo todo.

— Meio dia — Respondo timidamente, ainda não tenho muita intimidade com seus amigos.

— Tudo bem gatinha, boa sorte, vai dar tudo certo — Mônica tenta me animar e eu sorrio fraco. Tristemente eu era a única do grupo que ainda estava no colégio, pois os três faziam faculdade, mas Cyrus não seguia o mesmo curso que as duas.

— Vai não — Cyrus brinca e Natasha se desconcentra do trânsito para estapeá-lo, e com isso ela acaba batendo o carro em alguma coisa, freando o veículo automaticamente.

— Aí meu Deus! Eu vou te matar Cyrus — Ela exclama descendo do carro.

— Eu tenho culpa de você ser uma péssima motorista? — Ele critica.

Desço do carro também acompanhando a situação de longe. Nat "atropelou" um gato.

— Eu vou ter que faltar aula pra cuidar dele! — Digo fingindo uma cara de tristeza.

A pata do gato foi a única parte a ser atingida pelo carro, por sorte ele ainda tinha vida.

— De jeito nenhum, e você fica bem aí quietinha! — Ela se aproxima hesitante da bola de pelos e carrega o animal para dentro do veículo, entregando-o para Mônica.

Reviro os olhos e entro no carro de novo, ouvindo o grupo brigar de novo entre si. Infelizmente estávamos perto do colégio, o que fez com que chegássemos em um minuto.

— Tchau gente -- Digo para eles enquanto desço do carro, quando na verdade eu queria implorar para que eles me deixassem ir embora com eles.

— Até mais tarde — Mônica se despede e os outros acenam na minha direção.

Me dou um ultimo segundo encarando eles irem bora antes que eu tivesse que me virar e aturar os olhares de pena e nojo. Respiro fundo e começo finalmente a andar, forço a cara mais intimidadora que consigo e continuo caminhando, como se nenhum julgamento surtisse efeito em mim a não ser ódio.

𝐓𝐮𝐝𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐮 𝐨𝐝𝐞𝐢𝐨 (𝓪𝓶𝓸) 𝐞𝐦 𝐯𝐨𝐜𝐞̂.Onde histórias criam vida. Descubra agora