7. Crestfallen on the landing

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   O resto do dia de Vegas foi tranquilo, era óbvio que ele preferia mil vezes estar com Pete do que enfiado nas fábricas, mas era uma ordem de seu pai que ele não podia negar. Sua faculdade era completamente diferente daquilo que era obrigado a fazer, mas não podia reclamar mais já que tinha um horário tão flexível.

    Ele ia até as fábricas, até o vinhedo, cuidava de tudo por lá e tinha o resto da semana livre se não houvessem problemas com o maquinátio ou com o cultivo e os funcionários. Mas ainda assim, se ele pudesse escolher…

    No fim de tarde tudo já estava resolvido e ele esperava encontrar Pete em casa quando chegasse lá, queria ver seu rosto e saber o quão bravo ele havia ficado com ele, queria amolecer seu coração de novo e inflar aquelas bochechas.

    Ele se despediu dos funcionários que também se preparavam para encerrar o expediente e praticamente correu para o estacionamento, para onde tinha deixado a moto estacionada. Mas algo estava diferente, tinha uma pessoa encostada nela, com um sorriso cretino nos lábios que Vegas mais tinha era vontade de arrebentar.

— Oi, Vegas.

— Como você me achou aqui? – pulou a cordialidade, questionando irritado a figura de Tawan parado na frente dele.

— Realmente, não foi fácil, mas eu dei um jeitinho.

— Sai da minha moto, estou indo embora – Vegas ordenou.

— Ainda tá tão cedo. Por que a gente sai um pouco, só eu e você?

    Tawan tentou seduzi-lo, com uma melosidade forçada na voz, olhando-o com fervor, tentando acariciar seu braço forte. Mas ele nunca poderia, pois de Vegas só conseguiria sentir uma coisa em relação aquele homem, nojo.

— Não encosta em mim, porra! – se afastou imediatamente, na defensiva.

— Ei, fica calmo – Tawan levantou as mãos em rendição, mas com um sorriso provocativo. – Eu não vou fazer nada que você não queira.

— Corta o papo, Tawan. Sai da porra da minha moto.

— O que eu tenho que fazer pra você falar comigo? Será que eu vou ter que pedir uma forcinha pro Pete? – insinuou com segundas intenções, sabendo que aquele era o ponto fraco de Vegas. – Se eu pedir, será que ele faz?

    Vegas sucumbiu ao ódio, agarrando Tawan pela gola da camisa com força, gritando para que ele calasse a boca. Em hipótese alguma ele deixaria Tawan entrar na sua mente daquela maneira, não com Pete, não o fazendo imaginar o que ele faria com Pete.

    Ele aceitava o trauma que o filho da mãe o havia dado, aceitava os anos que havia passado sofrendo porque Pete o odiava, mas se recusava a aceitar que ele tivesse o mesmo destino malfadado de Vegas. Naquele momento seu corpo já começava a dar sinais que ele odiava perceber, o suor frio começava a cair pela testa e sua respiração ofegante que fazia seu peito gritar.

    Às vezes, Vegas desejava morrer.

— Não se atreva a chegar perto do Pete de novo, nem pense em fazer nada com ele – rosnou, chacoalhando Tawan pela gola, furioso, tentando manter os sentidos intactos. – Se tocar em um fio de cabelo sequer, eu quebro todos os seus dedos.

— Ele é realmente uma gracinha, dá pra ver o que você gosta tanto nele – brincou mais um pouco, como se nada o afetasse. – Pete é gostosinho, sempre foi, mas não se preocupe, eu só gosto de você.

— Você é doente – Vegas o soltou com rispidez, enojado com os olhares que Tawan lançou para ele de cima a baixo.

— Você acha mesmo que o Pete vai aceitar você de volta, né?

CHAMPAGNE PROBLEMS | VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora