14. You couldn't keep it in

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Pete estava furioso.

    Mandou várias mensagens brigando com Vegas por ter pregado uma peça nele, mas tudo o que ele havia respondido era: Você sabe que eu preciso da minha dose diária, fico triste quando você não está bravo comigo.

    Por isso ele dizia repetidamente para si mesmo que o vermelho em seu rosto não era de vergonha e sim de raiva, quando o visse lhe daria um belo de um puxão de orelha já que era isso que ele estava pedindo.

Que tipo de lunático ele é, um masoquista?

Era melhor nem saber.

  De volta em seu quarto, ele caminhou direto para o banheiro bem a tempo da banheira estar cheia o bastante. Ajeitou o banho da forma que queria, com óleos e sais de relaxamento já que ele explodia de ansiedade pelas horas seguintes onde ele olharia nas orbes de seu noivo apaixonado e diria que não iriam mais se casar daqui há alguns dias.

    As unhas de Pete, assim como seu lábio inferior, haviam sofrido com seu nervosismo. Ele respirava fundo a cada segundo para contrastar com o peso em seu peito, para tentar aliviar a sensação de estar sendo esmagado, para conter os batimentos ferozes em seu coração. Mal sentia força em suas pernas, tinha a impressão de que elas tremulavam a cada passo que ele dava.

    Odiava sentir-se assim toda vez que precisava expor seus sentimentos mais profundos, principalmente quando isso envolvia outras pessoas, por saber que a possibilidade delas reagirem mal ao que ele tem a dizer é muito mais provável. Pete odiava sentir-se culpado por suas emoções, por sentir demais, sentia-se estúpido, exagerado. Então silenciava a si mesmo e se deixava ser conduzido pela atmosfera dos outros.

    Tomou seu banho o mais devagar que sua ansiedade aflorada permitia, mesmo assim não conseguiu relaxar. Bufou frustrado enquanto se enfiava dentro de um roupão macio, olhou-se no espelho e se arrependeu imediatamente. Seus olhos estavam meio avermelhados pela sessão de emoções que havia vivido mais cedo com sua avó, as bolsas de seus olhos estavam levemente inchadas e uma enxaqueca começava a nascer em sua têmpora direita.

— Você não pode fugir disso mais, Pete – disse para seu reflexo cansado. – Seja corajoso pelo menos uma vez na sua vida.

    Aplicou creme em seus olhos e penteou os cabelos, saindo do banheiro para se vestir. Olhou as horas no telefone e constatou que logo seu noivo estaria chegando então tentou se apressar pois sabia o quanto Arm ficava estressado em esperar, não queria começar a noite mal se ele mais tarde ele teria que dizer coisas que o deixariam bravo.

    Abriu as portas do guarda-roupa e abriu uma de suas gavetas para pegar uma peça íntima e meias, ele vestiu a peça e deixou o par de meias em cima da cama para procurar uma roupa para vestir.

    Pegou uma calça preta, uma blusa branca de botões e ficou em dúvidas com seus casacos, não estava calor, mas nem tão frio. Como Arm disse que o levaria para um lugar chique, ele decidiu pegar um casaco preto de acordo com a ocasião e uma jaqueta bege para trocar se achasse necessário.

    Assim que puxou o cabide da jaqueta, algo chamou sua atenção, uma caixa de madeira que estava escondida entre o tecido. Intrigado, ele a pegou e se sentou na cama com ela.

— Que caixa é essa? Eu nunca vi isso antes – disse sozinho. – Arm comprou um presente pra mim?

    Mas não parecia bem um presente que Arm o daria, sequer estava embrulhado. Pete apenas deduziu que aquilo pertencia a seu noivo e que ele havia guardado no meio de suas coisas, talvez com pressa ou talvez ele já tivesse ocupado todo o seu espaço no móvel.

    De qualquer modo, a curiosidade falou mais alto e ele não resistiu em abrir a tal caixa.

    Ele não havia entendido de primeira, as várias fotos românticas que inundaram seus globos oculares. Inúmeras fotos de Arm com outros homens e algumas mulheres, fotos íntimas demais para se ter quando está noivo de alguém. Pete olhou uma a uma minuciosamente, reconhecendo cada um daqueles rostos, incluindo o seu.

CHAMPAGNE PROBLEMS | VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora