13. You told your family for a reason

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Pete não sabia bem dizer o que lhe fazia sentir-se estranho e desconfortável, apenas que isso se dava ao fato de que Pol o acompanhava até a casa de repousos para visitar sua avó junto com ele.

Era no mínimo estranho que justo ele se oferecesse para ir quando os dois – apesar de amigos – não eram tão próximos quanto Pol era de Arm e que ele muito menos conhecia sua avó.

Mas enquanto observava sua avó em suas atividades diárias, ele tentava encontrar desculpas plausíveis. Eram amigos, ele esteve doente, Arm havia mais do que incentivado que Pol fosse com ele apenas para garantir de que ele estava bem.

Era uma pena, ele esperava poder ter convidado Vegas para ir com ele, tinha mais do que certeza de que rever um rosto conhecido iluminaria o dia de sua avó.

De longe, a via ser ajudada a se exercitar sem esforço. Um fisioterapeuta a ajudava a esticar as pernas e alongar os braços e coluna, a idosa passava muito tempo sentada ou deitada e aquilo não era bom para sua saúde, mas não conseguia mais se manter de pé e ativa como costumava ser anos atrás.

Como se aos poucos ela esquecesse mais do que rostos e histórias, era como se seu corpo esquecesse como era funcionar.

Um suspiro longo e cansado, cheio de frustrações, deixou seus lábios.

— Está se sentindo bem? – ao seu lado, Pol perguntou.

— Sim – Pete olhou para ele brevemente antes de voltar a atenção à sua avó –, só é frustrante.

— Sinto muito, queria poder dizer que eu entendo, mas na verdade meus avós já eram falecidos quando eu nasci.

— Tudo bem – Pete sorriu sem olhá-lo. – Eu só espero que ela fique comigo por mais tempo do que aparenta que irá ficar, espero que ela saiba que eu estou tentando o máximo que consigo, que eu sinto muito por ter ficado tanto tempo longe. Acho que acabei contribuindo para que a memória dela ficasse pior.

— Claro que não, Pete – Pol tratou logo de contestar, dando um passo para frente e se colocando no campo de visão de Pete. – Você estava construindo a sua vida, indo atrás dos seus sonhos, isso não é uma coisa ruim.

— Quando o vovô morreu, eu devia ter levado ela comigo. Mesmo que ela tivesse recusado, eu deveria ter insistido – Pete lamentou.

Pol hesitou por alguns segundos, vivendo seu próprio conflito interno, mas segurou a mão de Pete na sua e entrelaçou-se a ele.

Ambos pareciam surpresos com o gesto, porque Pol sempre foi reservado, sempre em seu próprio mundo, principalmente com Arm, não era do seu feitio ser o tipo de amigo que consolava os outros e lá estava ele tentando consolar a pessoa que iria se casar com o homem que ele amava.

Pol conseguia enxergar o significado dos olhos de Pete, que o brilho de seus olhos nunca eram felizes porque Pol sabia como era ter o coração apertado.

— A sua avó é uma boa pessoa? – perguntou de repente.

— Claro que sim, a melhor pessoa do mundo – Pete respondeu sem hesitação.

— Então pare de se culpar – falou. – Tenho certeza que ela gostaria que você seguisse seus sonhos e não ficasse para trás apenas para cuidar dela. Ela nunca te culparia por isso.

— Você tem razão, obrigado.

Achara havia terminado sua breve sua sessão com o médico e era ajudada por uma enfermeira a deixar a maca do consultório para se sentar na cadeira de rodas, ela acabou tendo a visão dos dois amigos e sorrindo, acenou para eles.

Por um segundo uma batida falhou no peito de Pete, um fio de ilusão de que ela havia o reconhecido e que ele logo afastou da cabeça, mesmo assim retribuiu o aceno com carinho enquanto a via ser trazida até ele pela enfermeira.

CHAMPAGNE PROBLEMS | VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora