16. Now no one's celebrating

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As pinceladas de Pete esmurravam a tela branca com força, tinta preta o rodeava de todas as direções quando ele entrou no estúdio de arte e descarregou todos os sentimentos aprisionados nele em quadros e desenhos esquisitos.

    Haviam materiais de arte espalhados pela mesa e pelo chão, assim como telas e papéis, giz e carvão e nuances de preto e cinza em tubos de tinta.

    Seu rosto espremido exalava toda a raiva que ele tentava colocar para fora porque nunca gostou de senti-la fervendo dentro de suas veias.

    Olhava para a tela como se fosse o rosto de Arm e pincelava como se fossem socos desferidos contra ele.

    Em sua mente a semente do mal ainda o criticava por ter sido tão ingênuo, não ter aprendido nada com o passado.

Mas ele podia comparar quando Arm soava leve como uma pluma e seu pai como um raio que o atingia não uma, mas infinitas vezes?

    Ele grunhiu irritado e hipnotizado que nem havia percebido que Porsche estava lá, o observando pintar aquela rosa gigante de preto como se fosse o ponto alto de alguma coisa dentro dele.

    De repente, o pincel se partiu em sua mão quando ele esfregou o abismo entre as pétalas da morte e ele despertou.

    Olhou para as próprias mãos e as pontas dos dedos manchadas, como se fosse a personificação de quando ele havia tocado o mal depois de ter sido enfeitiçado por ele.

    Pete sentiu-se ser abraçado e só então se deu conta de que seu amigo havia chegado há quase meia hora e de que seus cílios estavam encharcados.

— Você está aqui há muito tempo? – perguntou abafado dentro do abraço.

— Um pouco.

— Me desculpe, eu não tinha percebido – falou baixinho e Porsche agarrou as laterais de seu rosto na mesma hora, olhando para ele.

— Você não precisa se desculpar toda hora, Pe.

— Descul-

— Shh. O que eu acabei de falar? – Porsche o havia calado com o dedo em sua boca.

— Eu não sei fazer outra coisa, só sinto que tudo que faço é errado e por isso devo me desculpar.

— Isso não é verdade – o abraçou de volta, sendo retribuído dessa vez –, tem muitas coisas maravilhosas que você fez e faz. Quer que eu te conte?

— Uhum.

— Você é o pintor mais talentoso que existe, domina todas as técnicas e estilos – começou a dizer. – Você cuida e ama o Porchay como se fosse seu próprio irmão, você dá aulas de artes de graça. Muitos dos alunos não tem condições de pagar por algo assim, sabia?

— É verdade – concordou, ao lembrar de alguns alunos em específico.

— Você mantém Tay e eu de nos matarmos – eles riram brevemente –, você se preocupa e cuida da sua avó com muito amor quando várias pessoas apenas abandonam os mais velhos para nunca mais fazer uma única visita... Você quis manter uma amizade com Vegas mesmo depois do que ele fez com seu lindo coração.

    A menção do nome de Vegas fez com ele estremecesse dentro do aconchego dos braços de Porsche. Lembrando da noite anterior onde tudo havia sido um grande pesadelo do qual ele não saberia dizer se um dia teria a chance de acordar.

    Nunca em todo o tempo que conhecia e esteve com ele, viu Vegas em sua forma mais feral, com faíscas nos olhos e sangue nos nós dos dedos. Socando a face de Arm como se quisesse matá-lo, como se fosse capaz de fazer qualquer coisa se ninguém interferisse.

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⏰ Última atualização: Sep 19 ⏰

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