Cartas de Alice para João

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 [19/03/2012]

Querido diário... Eu amei por ele, mas minhas palavras foram desmanchadas com o vento das asas de um anjo que não me espera... Minhas palavras não fizeram sentido e nem as horas que me dediquei nelas...


Querido João,

Nas páginas em branco do meu coração, escrevi palavras que nunca chegaram até você. Cartas que flutuaram no vazio, como folhas soltas ao vento. Eu amei por ti, João, e cada sílaba desse amor permaneceu sem eco, sem resposta.

A tinta das minhas confissões secou, mas a dor persiste. Eu te amei com a intensidade de um poema antigo, com a esperança de um amanhecer que nunca chegou. Cada palavra que tracei era um grito silencioso, um pedido para que você visse o que eu sentia.

Mas, João, você permaneceu indiferente. Suas palavras nunca vieram, seus olhos nunca encontraram os meus com a mesma ânsia. Eu esperei, como uma estrela solitária no céu noturno, mas você nunca veio me buscar.

Eu amei por ti, João. Amei como se o mundo dependesse disso, como se o próprio tempo se curvasse à nossa história. Mas você não correspondeu. E agora, aqui estou, com o coração em frangalhos, com as cartas não lidas empilhadas em minha alma.

Talvez eu tenha sido tola. Talvez tenha acreditado demais nas entrelinhas, nas promessas não ditas. Mas, João, a decepção é um veneno que se espalha devagar. Ela corrói os sonhos, transforma o amor em cinzas.

Eu amei por ti, João, mas agora é hora de deixar partir. As cartas não respondidas são como fantasmas que assombram meu peito. Eu as guardo, não por esperança, mas como testemunhas silenciosas do que poderia ter sido.

Adeus, João. Que o vento leve minhas palavras não ditas, que o tempo cure as feridas abertas. Eu amei por ti, mas agora é hora de amar a mim mesma.

Com tristeza e resignação, Alice

Cartas não Lidas_-lágrimas em SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora