Eles não eram complicados, mesmo quando complicavam. Lembro que seus olhos sempre olhavam um para o outro com ternura, e suas boca dançavam em um sorriso enquanto o coração buscava a presença já conhecida.
Parecia até magia, Marcos reflectiu um dia enquanto se deixava descansar sobre sua cama. Braços por trás da cabeça, pés cruzados e palinha entre os lábios...Seus pensamentos todos estavam voltados para Aline.
Como ela estava, o que estava fazendo, ou com quem andava?
Pensava nele também, ou só ele havia se tornado refém?
Havia notado em menos de um mês , que só conseguia pensar nela.
E não era de um jeito malévolo.
Era genuíno, puro e belo.
Era bonito de se ver e incrível de se sentir.
Ao mesmo tempo que o considerava incrível, Marcos também considerava assustador que seu coração batesse pela maluca morena. A mesma que sem exitar jogou um livro em sua cabeça. A mesma que naquele mesmo dia o levou para comer biscoitos de amêndoas, e prometeu lhe fornecer uma lista com os melhores livros até ali lidos.
Foi difícil para eles no princípio perceber que não eram só mais a bela Aline ou o lindo Marcos, duas almas soltas em meio a multidão, dois corações separados em caixas, mas a percepção chegou, e o sentimento venceu.
Em uma madrugada fria, em que os ventos uivavam do lado de fora de suas janelas, enquanto preguiçosamente conversavam, ela disse que eram eles, nós, e você e eu. Parte um do outro, pedaços do mesmo caminho, não mais Aline ou Marcos em separado, eles haviam se tornado um conjunto, e que juntos teriam a sua eternidade, durasse ela quanto durasse.
Ela não queira parecer desesperada, e nem pareceu aos olhos dele, mas com todas as letras que conhecia e sons que conseguiu formar, ela disse que gostava dele o suficiente para se achar apaixonada.
Estranha com as palavras.
Em uma risada eufórica e verdadeira, Marcos, se atreveu a pronunciar.
Ela estava do outro lado da linha, em uma distância segura para dela zombar, então riu até cessar e admitiu que gostava dela com a mesma força e intensidade.
Desta vez ela se riu. Descontrolada se dobrando em sua cama tal igual a uma criança mimada cujo pacotes de doce foi revogado, ela o acusou de loucura. Muito seria para não ser levada em consideração, disse que Marcos, mesmo sendo lindo e encantador, não poderia usar seus sentimentos para justificar os dele.
Então ele foi mais fundo e disse sem medos que a amava.
Ela se calou, por três ou mais minutos. Pensou no que ouviu e no quanto seu coração se alegrou com simples palavras, então se viu sorrindo animada.
"Acho que posso dizer o mesmo"
Em tom baixo ela proferiu.
Marcos não se atreveu a falar, absorveu aquelas palavras e as guardou com demasiado afeto em seu coração.
E então o assunto mudou, como se não tivessem acabado de confessar tamanha verdade, começaram a falar sobre banalidades. Espanto foi o que senti só notar como eram despreocupados, mas cedo percebi, haviam se calado não por não ser importante, mas porque em silêncio enquanto escutavam, seus corações proferiram mil e três palavras.
Era amor o que sentia. A confirmação havia chegado, e dias se passado. Eles ainda conversavam, pela manhã enquanto iam para a faculdade, de tarde quando voltassem dela, de noite antes de jantar e de madrugada quando o dono faltava.
- Terminou o livro que te enviei? - Os dedos de Aline digitaram com pressa quando recebeu daquele que se tornaria seu eterno namorado, um simples oi.
- Terminou o anime que enviei? - Ele também se apressou a escrever quando lhe chegou a mensagem. Era sempre assim, uma ânsia maluca por mais um do outro. Mais conversa, mais sorrisos, mais abraços e mais, muito mais momentos juntos.
- Não! - A resposta foi unânime.
As duas partes riram.
Marcos porque já esperava a reposta, e Aline porque não se sentiu afectada pela recusa em sua escolha. Mas ambos, porque eram dois loucos que se cruzaram em um acaso não tão casual, se apaixonaram e viviam confessando.
- E nem pergunte porquê. - Naquilo eles também foram unânimes.
Três meses haviam se passado, e eles sabiam muito mais um do outro. E devo dizer, eles gostavam de saber.
Aline era filha única, ela mesma lhe disse. Não tinha animais de estimação e mal sabia o que eram animes. Disse também que tinha um grupo de amigos com quem fazia coisas divertidas e novas toda semana. Então, tinha energia e agitação demais.
Já Marcos, era o filho mais novo. Tinha dois gatos e se considerava fã de animes. Não tinha muitos amigos, e preferia ficar em casa ao ter que sair. Seus dias eram tranquilos e nada agitados.
Mas essas não eram as únicas diferenças entre eles, tinha mais, muito mais. Como o facto dele ser sempre sereno e calmo, e ela estressada e rabugenta.
Ou ainda ele preferir doces e ela salgados.
Mas o que importavam as diferenças se as almas estavam atadas?
Nada, o coração gritava.
E se tivesse que dar minha opinião, diria que em todo caso, eles não queriam outra resposta. Não enquanto fosse tão boa a companhia um do outro.
- Eu gosto disso, gosto quando está sentada na minha frente sendo apenas linda. - Marcos comentou repentinamente deixando a morena sem jeito.
- De onde veio isso agora? - Perguntou confusa largando a palinha que sugava. Sentada em sua cama, ela sentiu o ritmo cardíaco acelerar. Mas não dê um jeito ruím, ou como se não estivesse preparada para ouvir. Apenas como algo que já sabia existir.
- Sei lá, só me pareceu propício comunicar. - Marcos deu de ombros. Aquele sentimento, as palavras que dele provinham, até mesmo o carinho que nutria, era bom demais para não ser natural.
- Também gosto da sua companhia, quando está sorrindo com essas suas covinhas. - Contou alegre. Marcos sorriu para ela, mesmo que não pudesse ver, ele o fez por ela. - O que vê quando pensa no futuro? - Agora era nela em que o coração conectado falava.
- É difícil responder esse tipo de pergunta, sabe. As coisas mudam todo dia, talvez eu não vá ver o que queria ontem, mas sei que lá estará, como um quadro extremamente bonito ou um sorriso perfeito, Você e Eu. E tudo o que mais vier. - Respondeu confiante.
Aline sorriu encantada com a decisão que haviam tomado. Que seriam Ele e Ela, e que tudo o resto não importava.
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Oioi pessoa linda. Tudo bem?
Que tal me deixar uma estrelinha?
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Daqui até lua.
RomanceAline era assim como muitas outras jovens, doce e sonhadora. Com planos já traçados, vê seu mundo inteiro mudar ao cruzar seu olhar com aquele que prometeria por toda a vida amar. Sem avisos ou bilhetinhos, Marcos chegou em sua vida lhe fazendo acre...