7- Até que a morte nos separe.

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No dia em que juraram que a só a morte os separaria, Aline tinha nos lábios o sorriso mais radiante que alguma vez já foi capaz de exibir.

As mãos delicadas repousavam nervosas sobre o colo, e em seu corpo, e em tom branco, repousava um vestido do estilo ombro a ombro de mangas compridas, pequenos detalhes em renda enfeitavam a saia rodada e seu busto. Na cabeça tinha uma simples porém bonita trança, feita especialmente para aquela ocasião. Pequenas pérolas a adornavam em companhia de uma tiara.

Não haviam colares ou brincos, apenas a sua beleza delicada.

E então prossegui, olhando fascinada para seu reflexo no espelho. Não por sua beleza, não por ter um nome lindo, ou pelo salão abaixo de seus pés estar lotado.

Ela estava fascinada porque iria se casar.

E não, não era apenas o factor casamento. Era por estar se casando com Marcos, seu amigo e eterno namorado.

Olhava sua mão e o dedo onde em pouco tempo repousaria a aliança quando pelo reflexo, viu seu amado se esgueirar no quarto.

- O que pensa que está fazendo? - Perguntou chocada se voltando para ele. Com as mãos ergueu levemente a saia do vestido e se aproximou o observando melhor, e quando o fez, se colocou a rir.

Uma mão na barriga, e a outra na boca.

- E agora o que é, por que está rindo? - Marcos perguntou confuso.  Estar usando um smoking era novidade também para ele, mas não esperava uma risada tão eufórica.

- Por que cortou o cabelo? - Aline perguntou se recuperando da crise de risos. No entanto, seus olhos ainda sorriam.

- Como assim porquê, eu vou me casar. - Respondeu dando de ombros. As mãos partiram para dentro dos bolsos da calça e a face fez uma expressão emburrada.

- E quem disse que para se casar precisa cortar o cabelo? - A morena voltou a perguntar. Dessa vez não conseguiu controlar a risada.

- Não gostou? - Marcos devolveu aprenssivo, e então a noiva voltou a rir. - Aline. - Repreendeu se sentido embaraçado. Afinal aquela era a primeira vez que a morena o via com a cabeça praticamente raspada.

- É que a sua cabeça ficou redonda. - Explicou estando mais calma. Marcos virou o rosto incrédulo tentado a rir. - Mas até que ficou bonitinho. - Elogiou ajeitando o nó torto da gravata. Sua voz tinha um tom mais brando e concentrado, seus gestos exalavam ternura.

Marcos baixou os olhos na direção do seu amor e sorriu terno.

- Você também está bonitinha. - Elogiou passando os braços a sua volta. Enlaçado naquele feitiço, se perdeu nos olhos castanhos.Aline também não estava diferente, do mesmo jeito que um imã era atraído para o metal, assim estavam seus olhos nos de Marcos.

- Então, o que diabos está fazendo aqui? - Se desligando do seu eterno mundo particular, ela lembrou de perguntar.

- Mas não é óbvio? - Devolveu o jovem. Em resposta Aline revirou os olhos. - Eu só queria ver minha vidinha. - Contou exibindo as covas que ela tanto apreciava.

- Aprecio o esforço, mas não era suposto estar aqui. - Aline alertou.

- Nenhuma superstição é maior que meu amor. - Respondeu, convicto sorria de forma traquina.

- Quem está faltando de superstição, minha mãe vai matar você. - Em tom dramático, e por que ela estava gostando de usar sua mãe para lhe assustar, proferiu.

- Pai Amado! Como foi que esqueci? - Junto dela, Marcos dramatizou se soltando da noiva. Aline deu de ombros quando ele saiu porta fora. Um segundo depois ele voltou sorrindo aberto. A abraçou e mesmo com o vestido enorme, a rodou no ar. - Maravilhosa, você está simplesmente maravilhosa. - De forma apaixonada Marcos falou quando a colocou no chão. - Obrigado por aceitar passar sua vida comigo, obrigado por me fazer feliz, e também por usar sua mãe para me ameaçar. - Agradeceu revisando os beijos entre os nôs de seus dedos.

- Ainda não disse que sim. - Aline lembrou em tom de desafio.

- Ah, mas você vai. Na teria se dado ao trabalho de usar esse vestido todo branco se fosse o contrário. - Pontuou esperto.

- Estão me obrigando. - Aline brincou se fazendo de séria. Marcos fechou a cara tentando ficar zangado, mas não conseguia, não mais. - Mas mesmo que assim fosse ,seria uma honra ser sua cativa. - Levando as mãos ao peito do amado, Aline beijou a ponta do seu nariz.

- Eu amo você. - Marcos declarou.

- Não mais do que eu. - Retribui apoiando a cabeça no local que antes estavam suas mãos.

Eles não eram eternos, e sabiam que um dia a morte os separaria. Mas naquela tarde com seus amigos e familiares presentes, e de forma oficial, mas uma vez juraram um para o outro que ficariam juntos, até que a morte os separasse.

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Parabéns aos noivos, para você também que chegou aqui. E até ao que está por vir...

Daqui até lua.Onde histórias criam vida. Descubra agora