Daqui até lua.

9- Daqui até a lua.

Segurando a mão um do outro, Aline e Marcos caminhavam pelas areias finas daquela praia azulada e cristalina... De minuto a minuto eles se olhavam esboçando o mais lindo sorriso.

- Sabe, a vida fez bem de te jogar no meu caminho. - Marcos comentou de forma apaixonada.

- Sei, você diz isso porque não encontrou melhor tempero. - Aline disse encostando a cabeça no ombro do seu amado.

Marcos riu.

- Mas é claro, quem mais poderia saciar meu lado guloso? - Devolveu divertido. - Mas onde mais poderia encontrar o sorriso que tem o pedaço do céu, os olhos de paraíso ou o coração que é o mundo? - Perguntou lhe fazendo parar.

Os olhos um no outro. Mãos entrelaçadas.
Suas palavras esbanjavam ternura.

- Aonde mais eu encontraria, meu melhor amigo, o acelerador para meu coração... Aonde mais encontraria meu melhor pedaço? - Aline devolveu sorrindo, anos haviam se passado, mas se encontrava igualmente apaixonada.

- Você me faz crescer todo dia, aprender e amar. Como eu viveria sem poder te olhar? - Marcos não era poeta e nem Aline poetisa, mas eles beberam do cálice do amor fazia anos, e tudo o que saía daqueles lábios eram uma canção aos seus corações apaixonados.

- Teria que reaprender a respirar. - Aline respondeu passando de forma terna a mão no rosto do marido.

- Não saberia como. - Marcos deixou um beijo em sua testa.

- Daqui até a lua? - Aline perguntou.

- Três vezes mais. - Marcos respondeu beijando os lábios de sua amada. Eles eram isso, o pedaço um do outro, a energia que lhes movimentava. Eles eram os apaixonados.

E já fazia muito tempo desde que eles decidiram depositar amor um no outro. Já faziam 30  e tantos anos desde que eles decidiram gravar aquele sentimento em suas almas.

Na época eles eram  jovens. Aline tinha um temperamento difícil e havia tacado um livro em sua cabeça. Tinha tanta energia e amava as coisas da vida.

Ele era calado e vivia com os fones de ouvido. Tinha um gato e um jipe estragado.

Agora Aline tinha menos energia, algumas rugas e estrias... Ela ainda tacava coisas nele quando falava muito rápido, mas adorava se sentar para ouvir o que tinha para dizer.

Ainda fazia o mesmo, se sentando para ouvir seu eterno namorado.

Marcos havia se tornado mais organizado e um pouco mais sociável. Depois de um tempo ele conseguiu acompanhar toda aquela energia por ela emanada.

Os anos haviam se passado, eles cresceram... Mas seus corações ainda eram os mesmos.

Eles ainda se amavam três vezes daqui até a lua, e nada na vida poderia mudar isso.

Eles ainda sentiam igual ao primeiro dia.

Minto, aquele amor cresceu muito mais. E era assim todo santo dia, sempre que olhavam um para o outro... Alguma coisa dentro deles aquecia e o amor expandia.

Enxergavam ali sua alma e um lugar que sempre queriam estar.

Havia sido fácil?

Não. Muitas vezes eles jogaram palavras feias um para o outro, esmurraram portas e gritaram um com o outro.

Suas bocas disseram chega, disseram que havia acabado. Mas o amor em seus corações pediu continuação...

E ele sempre pedia por mais.

Então sim, eles poderiam caminhar juntos a beira mar.

Com 55 anos nas costas, três filhos e um neto, eles podiam olhar um para o outro e dizer eu te amo... Sem qualquer medo ou engano, porque amor era o que sentiam e suas almas emanavam.

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Daqui até a lua. Aceitariam esse convite?

Beijos, até a próxima.