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- Qual a necessidade desse lugar ter tantas escadas assim? - Disse parando pela décima vez para recuperar o  fôlego, meu irmão, meu pai e Yuke não estavam muito diferente de mim. 

- Eu também quero saber. - Soma disse quase infartando ao meu lado. 

- Gente, tá na cara que isso é algum tipo de provação divina, tenho certeza! - Yuke estava tentando recuperar o fôlego. 

- Vamos continuar, falta pouco minha gente. - Meu pai seguiu em frente. 

- Como ele consegue ter tanta energia assim? - Yuke começou a murmurar e eu e Soma olhamos pra ela. - Ele é velho! - Soltei uma leve risada e Soma tentou formular alguma frase, mas o cansaço o impediu. 

Trinta minutos depois chegamos no topo, eu estava quase me jogando no chão, mas eu sabia que o meu pai iria me brigar, Soma e Yuke também estavam tendo o mesmo pensamento que eu, ambos os dois estavam se apoiando. 

- Ânimo Amaya, seria pior se a escola fosse aqui. - Meu pai tentou me confortar, o que não deu muito certo. Estávamos recuperando o fôlego quando um cara de estatura mínima apareceu.  

- Estão perdidos? - Ele nos olhou de cima abaixo. O cabelo dele era preto e meio rebelde, usava óculos de grau e trajava um terno preto.

- Ahn... Não. - Dei meu melhor sorriso simpático. - Estamos procurando por um homem chamado Masamichi Yaga. - O homem nos olhou confuso. - Ele está? 

- Sim, mas ele está em aula no momento. - Quando ele disse isso meu chão se abriu e eu quase desmaiei. 

- O senhor quer me dizer que esse templo é uma escola? - Falei quase aos prantos e ele se desesperou. 

- Não era pra eu falar isso. 

- Olha, temos uma carta para entregar à ele. - Meu pai tomou as rédeas da situação. Ele entregou a carta para o homem baixo. O homem então olhou a carta e arregalou os olhos ao ver o brasão do clã da minha família biológica. - Por favor, pedimos descrição com tudo que você estiver vendo aqui. - O homem acenou com a cabeça. 

- Eu vou entregar à ele imediatamente. Bruce! - Um cara fortão apareceu quase que imediatamente. - Por favor, leve eles até uma das salas de espera. 

Bruce nos guiou pelo "templo" até uma das salas de espera, Yuke ficou tentando botar na minha cabeça que esse templo não era a escola, já meu irmão ficou o caminho todo tentando não rir junto com meu pai. Estávamos sentados no sofá de uma sala já tinha um tempo, já estava mais calma e Soma estava com um galo enorme na cabeça, esse bicho além de burro é cego, ele não viu um pássaro voando na direção dele e acabou se assustando, escorregou e bateu a cabeça, foi o suficiente pra me acalmar. 

- Ninguém mandou ser besta. - Segurei o riso e ele começou a me xingar, Yuke caiu na risada.

- Amaya, não é nada legal falar do seu irmão assim. - Nosso pai colocou a mão na boca numa tentativa falha de segurar o riso. Fomos interrompidos pela porta sendo aberta abruptamente, revelando um homem alto e esquisito. Ele era corpulento e maior que meu pai. Ele olhou diretamente para mim, mas ficou confuso ao fitar meus olhos.

- Você é a Amaya? - Ele ainda fitava meus olhos, como se tivesse algo de errado.

- Sim? Há algum problema? - Já estava começando a duvidar se eu era eu. - E você, quem é? - Ele pareceu se lembrar que ainda não havia se apresentado.

- Me perdoe, meu nome é Masamichi Yaga. - Ele se sentou no sofá à nossa frente. - Você tem certeza que é a Amaya Tatsuya?

- Tenho, filhão. Se continuar perguntando assim vou começar a achar que fui adotada até pelos Tatsuya.

Curses, Cooking And Fun - Satoru GojoOnde histórias criam vida. Descubra agora