01

730 30 55
                                    

- FILHA, ACORDA! TÁ QUASE NA HORA DA ESCOLA. - Ouvi meu pai gritar do andar de baixo.

Acontece que eu já estou acordada desde às cinco horas da manhã, hoje é meu último dia de aula, as férias finalmente estão chegando e aí só vai ficar faltando mais um ano pra eu concluir os estudos e ficar trabalhando no restaurante em tempo integral com o meu pai.

-JÁ TÔ INDO! - Gritei enquanto me olhava no espelho mais uma vez. - Eu sou muito linda, se eu não tomar cuidado, me apaixono por mim mesma. - Fiz algumas poses enquanto tirava algumas fotos.

_ É hoje que eu termino com aquele traidor filho da puta! _ Dei mais uma olhada no meu look e ajeitei a gravata do meu uniforme.

- E aí coisa feia. - Meu irmão mais novo saiu do quarto ao mesmo tempo que eu.

- Primeiro: Bom dia. Segundo: Coisa feia é tu, já se olhou no espelho criatura? - O olhei com desgosto e em seguida dei língua pra ele. Ele revirou os olhos e seguiu andando, quando chegamos no andar de baixo encontramos nosso pai na mesa com o café da manhã preparado.

- Bom dia, crianças. - Nosso pai nos recebeu com um sorriso caloroso, ele é sempre assim. - Como vocês estão?

- Estamos bem, pai. - Dei um beijo em sua bochecha e me sentei à mesa.

- Fala aí velhote. - Soma e meu pai se cumprimentaram com um aperto de mãos e começaram uma quebra de braços matinal, toda manhã eles fazem isso. Depois de Soma perder para nosso pai, eles se sentaram e começaram a comer.

- Crianças, quando chegarem da escola, vamos conversar. - Eu e Soma nos olhamos e concordamos, então saímos para a escola. Já estávamos na metade do caminho quando Soma começou a falar.

- Você também achou o velho esquisito, hoje? - Ele estava com um semblante sério e pensativo ao mesmo tempo.

- Pois é. - Suspirei. - Eu achei que tava ficando doida.

- Você já é doida. - Ele retrucou e eu dei um tapa leve na nuca dele.

- Repete! - Ameacei com o punho e ele balançou a cabeça um pouco desesperado. - Enfim, o que será que ele quer tanto falar com a gente?

- Eu não sei, mas coisa boa que num' é. - Ele deu uma olhada para cima e depois voltou a olhar pro caminho.

- Credo, deixa de ser negativo. - Fiz uma careta e um logo em seguida juntei meus dedos indicadores e fiz um sinal de cruz em direção a ele. - Provavelmente ele vai querer que nós dois criemos um novo cardápio pro restaurante. - Dei de ombros. Depois da nossa conversa fomos o caminho todo implicando com quem quer que passasse ao nosso lado.

Como hoje é o último dia de aula, nós praticamente não tivemos aula, então eu fiquei na biblioteca lendo um livro de romance duvidoso que minha melhor amiga me emprestou.

- Dá pra fazer isso com a língua? - Perguntei incredula e ela riu ao meu lado.

- Se a autora escreveu, é porque dá. - Ela deu de ombros. Yuke é uma garota com 1,69 de altura, sendo mais alta que eu apenas dois centímetros, o que já é motivo o suficiente pra ela me chamar de filhote de formiga, piloto de Hot Wheels e por aí vai. Seus cabelos são longos e pretos, seus olhos são verdes bem clarinhos, e sua pele é tão clara ao ponto de chamarem ela de "Branca de Neve".

- Você já fez isso, né? - A acusei e ela deu um sorriso inocente, que de inocente não tem nada.

- Será? - Revirei os olhos e balancei a cabeça negativamente, depois soltei um pequeno sorriso.

- Só você mesmo Yuke.

- Você viu que ele nem tenta mais esconder? - Ela falou mudando totalmente de expressão e assunto.

Curses, Cooking And Fun - Satoru GojoOnde histórias criam vida. Descubra agora