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- Acho bom não ir muito pro fundo, Yuke, você não sabe nadar. - A lembrei antes de ela pôr os pés dentro do lago.

- Tá bom, mamãe coruja. - Ela revirou os olhos e me deu língua, taquei uma colher na direção dela.

- E eu sou o pai. - Satoru falou. 

- Meu ovo. - Ele riu e voltou a fazer o que tava fazendo. - Se tu se afogar, depois não vem chorando pro meu lado não. - Cruzei os braços e virei a cara. - Além do mais, eu não sei fazer respiração boca a boca.

- Eu sei. - Suguro quase gritou, o que me assustou.

- Grita não, troço. - Falei botando a mão no peito, em uma tentativa de acalmar meu pobre coração.

- Deixa que eu cuido do seu coração. - Satoru chegou perto com as mãos abertas, mas bati na mão dele.

- Vaza. - Ele deu de ombros e saiu de perto de mim com um sorriso zombeteiro no rosto. 

Satoru e Suguro estavam perto de Yuke na beira do lago, eu estava montando a churrasqueira pra assar as carnes, Yuke se divertia jogando água nos dois e eu observava tudo com um leve sorriso no rosto. 

- É uma cena divina. - Mayuura disse ao meu lado. 

- É. 

- Sabe, pirralha, eu não quero que você passe o resto da sua vida escondida do mundo. Não é justo que você tenha  que perder uma vida toda por causa da ganância de um bando de filho da puta. 

- Por agora, eu quero apenas aproveitar esse belo momento com meus amigos. Você também devia aproveitar, vai visitar o teu marido, eu permito. - Ela me olhou com gratidão e então sumiu. 

A história de Mayuura é complicada. Quando ela ainda era viva, perdeu os pais muito cedo, foi criada pela tia cruel que tentou casar ela com um vendedor de porcos tarado que abusava de todas as meninas que eram virgens. Antes de Mayuura se casar, um belo soldado de cabelos brancos a salvou do velho desgraçado, a levou pra vila dele e casou com ela. Assim como ela, ele também era usuário de energia amaldiçoada e a ensinou a controlar os poderes dela, Mayuura era apaixonada por ele e ele a amava intensamente, era uma coisa linda. Eles viveram dezessete anos casados até o rei das maldições, Ryomen Sukuna, surgir, eles não tiveram outra opção a não ser lutar. Ela foi responsável por selar ele, claro que antes ele deu o golpe fatal a levando junto com ele. Antes que Mayuura morresse de fato, o marido dela fez um encantamento para prender o seu espírito enraivecido no primogênito de cada geração dos seus descendentes, logo depois de selar ela, ele tirou a própria vida, pois não aguentaria viver num mundo sem ela. Ambos os dois morreram deixando três filhos para trás e eu não faço ideia do que aconteceu depois, morro de medo de perguntar dela. 

- Muito gentil da sua parte. - Satoru falou, tomei um susto da porra por não ver ele se aproximar. 

- Deve ser horrível estar tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe da pessoa que você mais ama, ela passou tempo demais sem ver ele, matar a saudade não machuca ninguém. - Falei dando de ombros. - Por quê não tá se divertindo com eles? - Satoru fez uma careta e então apontou pros dois.

- Me recuso a ficar de vela. - O choque era nítido no meu rosto. Suguro e Yuke se beijavam loucamente, como se um dependesse do outro. Suguro segurava a cintura de Yuke enquanto ela passava as mãos pelo corpo dele.

- Quando eu falei pra ele não manter os sentimentos dele escondidos, não tava esperando que ele fosse agarrar ela assim, do nada. - Satoru soltou uma leve risada, o que me fez olhar pra ele desconfiada.

- Sou um ótimo professor. - Me veio a mente Satoru em frente a um quadro negro com um giz de cera na mão, enquanto Suguro estava sentado em uma cadeira com um bloco de notas na mão, anotando tudo que o Satoru falava, imediatamente balancei a cabeça, afim de dispersar esses pensamentos. 

Curses, Cooking And Fun - Satoru GojoOnde histórias criam vida. Descubra agora