Tulipa Potter e o Enigma do Principe

Capítulo 7 - A queda do rei

Alvo Dumbledore narrando

A guerra estava acelerando em uma velocidade alarmante, muito mais rápido do que da primeira vez que Voldemort começou a juntar poder, agora que toda a sociedade bruxa acreditava na sua volta ele estava espalhando o medo e o terror enquanto elimina qualquer possível ameaça. O ataque aos Bones foi apenas o primeiro de muitos de Voldemort eliminando pessoas que ele sabe que jamais conseguirá recrutar e que no futuro podem se tornar seus inimigos ou um incomodo para os seus planos.

Para uma pessoa com tanto medo da morte, o completo desprezo do Tom pela vida alheia sobre foi algo que me enojou profundamente nele. Tom era ainda pior do que Gellert de tantas formas que só me fazia desprezá-lo ainda mais. Gellert fez coisas horríveis, mas também fez coisas grandiosas e ele tinha uma moral, ele não era um assassino psicopata de sangue frio, eu sabia muito bem que ele era capaz de ter sentimentos mesmo que preferisse ignorá-los e o mais importante Gellert nunca desceu tão baixo na arte das trevas quanto Tom.

Toco com os dedos o caderno negro com um enorme buraco encima que tem estado na minha posse a 4 anos, a chave para o segredo de como Tom sobreviveu aquela noite de Halloween a 15 anos atrás: Horcrux. Um dos maiores tabus e formas mais vís de magia negra usados para driblar a morte sem se importar com as consequências. Sempre que se mata alguém se causa uma pequena fratura ou machucado na nossa alma, para criar uma Horcrux é preciso aproveitar o momento exato que essa pequena fratura acontece e a alma esta enfraquecida para quebrar um pedaço dela e coloca-la em outro objeto.

Dividir a alma é como dividir um átomo, algo que na teoria muitos bruxos acreditam ser possíveis, mas não tentam fazer na prática porque sabem que pode trazer consequências catastróficas. O receptáculo que recebe o pedaço partido da alma do bruxo é usado como uma ancora contra a morte, impedindo que a alma principal se desprenda da vida. Para a maioria das pessoas fazer um único destes objetos seria fatal, mas eu sabia que Tom era muito mais ambicioso e louco do que isso, que ele fez 7 Horcrux mesmo que uma seja involuntária e nem ele saiba a respeito.

- O conhecimento é um fardo pesado Fawkes – falo acariciando a minha fênix com a mão livre.

Naquela fatídica noite de Halloween a 15 anos atrás quando Voldemort matou James e Lilly Potter a sua alma já estava tão fraturada e frágil de tantas mortes e quebras que quando a maldição da morte ricocheteou para ele destruindo o seu corpo no processo, ele não percebeu que um pequeno pedaço da sua alma se partiu novamente e grudou no único ser vivo presente: Tulipa Potter. Quando a profecia diz que Voldemort marcou Tulipa como sua igual ele não quis dizer apenas com a famosa cicatriz em forma de raio, mas que dentro dessa cicatriz há um pedaço da alma de Voldemort.

- É por isso que apenas eu devo carrega-lo e lidar com as consequências – comento bem ciente do único futuro possível para Tulipa Potter.

Talvez ela ainda tenha mais alguns anos que esperançosamente serão felizes e cheios de amor, mas no final quando ela for a última Horcruz o seu destino será a morte. Ela provavelmente nunca viverá até os seus 20 anos, nunca irá viver mais do que a idade final dos seus pais que morreram tragicamente jovens. Será preciso sacrificar uma vida para que outras milhares sobrevivam. A escolha é logica, mas não fácil e justamente por isso devo guardar esse segredo até o fim enquanto elimino as outras 5 Horcrux.

Em um outro mundo Tulipa entenderia a necessidade do sacrifico e seria altruísta o suficiente para oferecer a sua vida livremente para salvar a todos. Em um mundo ideal eu teria tido oportunidade de moldá-la até aqui para ter um complexo de salvadora e acreditar que derrotar Voldemort a todo custo é o único caminho possível. Mas não neste mundo, neste mundo Tulipa era o oposto do que eu planejei para ela e isso a tornava muito mais perigosa.