Um passado perturbador, onde o pai está morto e o tão procurado amor de mãe não existe.
Enid, no ímpeto do momento, fez algo com o qual nunca imaginaria ter feito com um ser humano sequer.
Enfim, esse não foco da história.
Com a possibilidade de...
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2010 Fevereiro Segunda-feira / 07:27
A pequena Enid corria casa a fora afim de conseguir pegar o ônibus escolar. Estava atrasada. Novamente.
Odiava estar atrasada, seu despertador nunca funcionava e sua mãe não ligava para a filha a ponto de ir acordar e, talvez, dizer uma frase clichê de qualquer outro filme de romance como "Acorde, meu amor, vocênão pode se atrasar para a escola, o café da manhãjáestá na mesa".
Mas como a conhecia muito bem, chutava com toda a certeza do mundo de que a mais velha ainda estaria largada na cama cheirando a bebida e a cigarro.
Sempre foi assim.
Deixando isso de lado, Enid continuou correndo atrás do ônibus. Avistou uma parada e deduziu de que o transporte pararia ali pra poder pegar os outros alunos.
Tendo o pensamento confirmado, a loira acelerou os passos, querendo chegar logo na porta do ônibus.
Só não sabia que os cadarços do sapato estavam desamarrados, acarretando em um tombo feio e desabando de cara no chão.
Merda, Enid pensou ao ouvir as gargalhadas dentro do ônibus soando.
A loira levantou a cabeça e inclinou para ver através da janela do ônibus, avistando sua vizinha, Wednesday.
Sabia quem era, já tentou fazer amizade com a mesma dando um aviãozinho de papel, que dentro havia um pequeno texto.
Oi, vizinha. Fiquei sabendo que você é nova aqui, eu nunca tive amigos que fossem meus vizinhos, você quer ser a primeira?Você pode ser a única também. :)
Porém, quando viu Wednesday rasgando seu aviãozinho, Enid decidiu nunca mais tentar falar com a mesma e nem tentar fazer amizade com qualquer outro vizinho.
Ficou tão legal, porque ela rasgou?! A loira se perguntava até hoje.
Pondo esses pensamentos de lado, Enid levantou do chão, ainda olhando para Wednesday. A morena apenas a olhou de cima a baixo e deu um sorriso, zombando de Enid.
O ônibus escolar logo partiu, deixando a loira machucada para trás. Enid não sabia o que fazer, seu coração batia tão forte que seria facilmente escutado pelo outro lado da rua.
Sentia uma tristeza imensa, queria chorar, queria gritar, queria saber o porquê da mãe não a acordar mais cedo, seria tão simples, nada disso teria acontecido.
