Chapter Seventeen.

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Enid entrou pela janela do seu quarto, sentindo o cansaço pesado em seus ossos

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Enid entrou pela janela do seu quarto, sentindo o cansaço pesado em seus ossos. Cada movimento era um esforço, cada respiração, uma luta. Ela pousou suavemente no chão, mas sua mente estava longe de encontrar paz. Flashbacks do passado surgiam sem aviso, assombrando-a com imagens e sons que ela preferia esquecer.

Ela se sentou na beira da cama, tentando controlar a respiração, mas sua mente não parava um segundo. Visões da infância, de momentos de vulnerabilidade e dor, misturavam-se com os eventos recentes. A violência que ela tinha infligido naquele homem voltou com uma força avassaladora, a lembrança de seus punhos se chocando contra ele, o sangue... a raiva.

Fechando os olhos com força, ela tentou afastar os pensamentos. Mas os flashbacks eram implacáveis. Enid lembrava-se de quando era pequena, de momentos de medo e impotência. A raiva que sentia então era a mesma que sentira naquela noite, uma fúria cega que ela nunca conseguira realmente entender ou controlar.

Ela levantou-se e começou a andar pelo quarto, tentando dissipar a energia nervosa. Os pensamentos continuavam a atormentá-la, cada memória mais vívida que a anterior. Enid sabia que precisava se acalmar, encontrar uma maneira de silenciar os demônios interiores.

Com um esforço consciente, ela respirou fundo e começou a remover o traje, colocando-o cuidadosamente sobre a cadeira. Ainda sentia o peso dos acontecimentos, mas a rotina de tirar o traje ajudava a trazer uma sensação de normalidade. Vestiu uma camiseta confortável e se dirigiu ao banheiro, onde lavou o rosto na tentativa de se livrar do cansaço e do peso emocional.

Depois de alguns minutos, ela voltou para a cama, deitando-se e encarando o teto. As lembranças ainda estavam lá, mas agora pareciam um pouco mais distantes, menos opressivas. Fechou os olhos, tentando focar na respiração, esperando que o sono finalmente viesse e lhe desse algum alívio.

O quarto estava silencioso, a escuridão envolvente trazendo uma estranha sensação de conforto. Enid sabia que os desafios não tinham terminado, que o caminho à frente ainda seria difícil. Mas naquele momento, ela precisava descansar. Deixou a mente vagar, na esperança de encontrar algum fragmento de paz, mesmo que fosse apenas por algumas horas.

Quando estava quase pegando no sono, Enid se lembrou do abraço de Wednesday. Era quente, confortante, uma sensação de estar em casa que ela não experimentava há muito tempo. A memória do abraço a envolveu como um cobertor, afastando um pouco das sombras que a atormentavam.

Ela também se lembrou do momento em que, sem pensar, beijou a testa da morena. Perguntou-se por que tinha feito isso. O gesto tinha sido tão espontâneo, tão natural, mas também carregado de significado. Um sorriso suave surgiu em seus lábios ao pensar nisso, um pequeno lampejo de alegria em meio ao caos.

Talvez, pensou Enid, houvesse algo mais entre elas do que apenas provocações e tensão. Talvez aquele abraço e aquele beijo na testa fossem sinais de algo mais profundo. A ideia trouxe uma sensação de esperança, um pequeno raio de luz em meio à escuridão.

𝕿𝖍𝖊 𝕮𝖍𝖆𝖔𝖘 / 𝖂𝖊𝖓𝖈𝖑𝖆𝖎𝖗Onde histórias criam vida. Descubra agora