Chapter Nine

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Enid's view

Quando acordei, o quarto estava um caos. Meu olhar vagava pelas roupas espalhadas, pelos livros derrubados e pelas teias de aranha que se formavam perto da janela entreaberta. Senti um nó se formando no meu estômago, uma mistura de medo e confusão. A última coisa de que me lembro é de ser envolvida por uma escuridão avassaladora, incapaz de lutar contra a presença que sussurrava vingança.

Antes que eu pudesse me recompor, ouvi a batida suave na porta e a voz preocupada da tia May atravessou o espaço.

"Enid, está tudo bem? Você não desceu para o jantar ontem à noite."

Tentei fazer minha voz soar normal, apesar da tempestade interna. "Estou bem, tia May. Já vou descer."

Ela hesitou por um momento, mas depois concordou e se afastou da porta. Fiquei aliviada por não ter que enfrentar suas perguntas, mas o alívio foi substituído rapidamente por uma sensação esmagadora de desespero.

O que estava acontecendo comigo? A presença que havia tomado conta de mim, aquela força sombria, parecia agora adormecida, mas ainda sentia sua influência na profundeza da minha mente. Era como uma sombra persistente, sempre presente, mesmo quando não estava ativamente se manifestando.

Levantei-me lentamente, sentindo o corpo dolorido e pesado. Caminhei até a janela e olhei para fora, tentando encontrar alguma normalidade no mundo além do vidro. A brisa fresca da manhã tocou meu rosto, mas trouxe pouco consolo. A imagem dos meus próprios olhos vermelhos, brilhando como brasas, voltou à minha mente, e uma onda de náusea me tomou.

Eu sabia que não poderia ignorar o que estava acontecendo. Algo dentro de mim havia mudado, e não podia mais fingir que era apenas um pesadelo. A aranha da vingança, aquela maldita picada, havia desencadeado algo terrível em mim.

Fechei os olhos e tentei acalmar a mente. "Quem é você?", perguntei em um sussurro trêmulo. "O que você quer de mim?"

Não houve resposta, apenas o silêncio da manhã e o zumbido distante da cidade acordando. A presença, por enquanto, estava quieta, mas eu sabia que não estava sozinha.

Com um esforço tremendo, vesti-me e arrumei o quarto da melhor forma que pude. Cada movimento era uma tentativa de recuperar um pouco de controle, de afirmar a mim mesma que ainda era Enid, e não apenas uma marionete para uma entidade vingativa.

Enquanto descia as escadas, o som familiar da vida cotidiana na casa me envolveu. O cheiro do café, o som dos talheres e a voz suave de tia May cantando uma melodia antiga na cozinha. Tudo parecia tão normal, tão distante do caos que reinava dentro de mim.

Quando entrei na cozinha, tia May olhou para mim com um sorriso gentil. "Bom dia, querida. Dormiu bem?"

Eu forcei um sorriso e me sentei à mesa. "Sim, dormi. Só um pouco cansada, acho."

𝕿𝖍𝖊 𝕮𝖍𝖆𝖔𝖘 / 𝖂𝖊𝖓𝖈𝖑𝖆𝖎𝖗Onde histórias criam vida. Descubra agora