Um passado perturbador, onde o pai está morto e o tão procurado amor de mãe não existe.
Enid, no ímpeto do momento, fez algo com o qual nunca imaginaria ter feito com um ser humano sequer.
Enfim, esse não foco da história.
Com a possibilidade de...
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05:10
Enid's view
Acordei cedo, como sempre. O hábito de despertar antes do amanhecer nunca me abandonou, um resquício da minha infância turbulenta. Sentada na beira da cama, respirei fundo, tentando acalmar meus nervos. Hoje era o primeiro dia de aula na universidade. Um novo começo, um novo desafio. Mas o peso das memórias e o medo do desconhecido ainda assombravam meus pensamentos.
Saí do quarto em silêncio, a casa ainda estava mergulhada na penumbra do amanhecer. Na cozinha, encontrei tia May preparando o café da manhã, sua expressão habitual de preocupação suavizada por um sorriso acolhedor. Peter estava sentado à mesa, comendo uma tigela de cereal e mexendo no celular.
"Bom dia, Enid," disse tia May, virando-se para mim. "Preparada para o primeiro dia?"
"Sim," respondi, tentando soar confiante. "Estou um pouco nervosa, mas animada."
Peter olhou para cima, dando-me um sorriso encorajador. "Você vai arrasar, Enid. Sei que vai."
"Obrigada, Peter," respondi, sentindo uma onda de gratidão. Seus votos de boa sorte eram um conforto, uma ancoragem em meio ao mar de incertezas.
Depois do café da manhã, fui para o quarto me arrumar. Escolhi uma roupa que me fizesse sentir confortável e confiante: uma blusa simples e uma saia longa, complementadas por um colar delicado que sempre me dava um pouco de coragem extra. O curso de Moda era uma escolha natural para mim. Desde pequena, sempre encontrei uma espécie de consolo e expressão pessoal na criação de roupas. A moda era meu refúgio, um lugar onde podia me perder e, ao mesmo tempo, me encontrar.
Enquanto me olhava no espelho, não pude evitar um pensamento melancólico. Minha infância havia sido marcada por perdas e dor, mas agora eu tinha a chance de construir algo novo, algo meu. Respirei fundo, tentando dissipar o medo e focar na esperança do que estava por vir.
Quando cheguei à universidade, o campus estava cheio de estudantes, todos se movendo em um ritmo frenético de volta às aulas. Senti um aperto no peito, mas continuei andando, determinada a enfrentar esse novo capítulo da minha vida. A primeira aula foi introdutória, uma apresentação sobre o curso de Moda e o que poderíamos esperar nos próximos semestres.
Após a aula, decidi explorar o campus um pouco mais. Havia um evento acontecendo em um dos laboratórios de biologia, uma exposição de experimentos científicos. A curiosidade me levou até lá. O laboratório estava cheio de exibições fascinantes, desde plantas geneticamente modificadas até robôs em miniatura. Enquanto caminhava, observando tudo ao meu redor, senti um leve incômodo no braço, mas ignorei, pensando que fosse apenas minha imaginação.
Cheguei a uma mesa onde havia várias aranhas em pequenas gaiolas, cada uma com uma descrição detalhada de suas características e origem. Uma delas chamou minha atenção: uma aranha geneticamente modificada para estudos sobre teia e veneno. Eu me aproximei mais, fascinada e um pouco apreensiva.
