A Bela Adormecida

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Há muito tempo atrás, em um reino distante, viviam um rei e uma rainha que desejavam muito ter filhos, mas não conseguiam.

Certa vez, conforme indicado por diversas pessoas, resolveram ir consultar uma fada do bosque que, supostamente, poderia ajudá-los com o que queriam. Após terem com a fada, ela preparou uma poção mágica e mandou que a rainha a bebesse. A soberana obedeceu e, dias depois, constatou que estava grávida. Foi uma alegria geral.

Como forma de gratidão pelo que a fada havia feito por eles, o rei e a rainha decidiram convidar para o batizado de sua filha todas as fadas do bosque. No entanto, deixaram de convidar apenas uma, que tinha a má fama de estar sempre fazendo maldades com quem encontrava.

No dia do batizado, todos os monarcas, súditos e fadas boas do reino estavam ali, no salão principal do palácio, para prestigiar o casal e sua filhinha, que era tão linda que foi logo nomeada Aurora.

- Gostaria de convidar a todas as ilustres fadas que compareceram aqui hoje a abençoarem a princesa com sua magia! - anunciou o rei, sorrindo.

Uma jovem fada levantou a mão, empolgada, pedindo para ser a primeira. O soberano apontou para ela prontamente, e ela começou:
- Eu abençôo esta jovem princesinha a crescer e se tornar uma linda donzela! Ela será o sonho de todos os rapazes do reino e de quem mais a conhecer!

Em seguida, uma outra fada se manifestou e proclamou:
- Eu abençôo esta jovem princesinha a crescer e se tornar uma mulher sábia, generosa, corajosa e admirada por todos que a conhecerem!

E assim se seguiu. Mais uma porção de fadas abençoaram a menina a ter um futuro esplêndido. A cada benção, o casal real se sentia mais orgulhoso de sua filhinha.

No entanto, assim que as doze badaladas do sino da igreja marcaram meia-noite, um barulho alto ecoou por todo o salão, seguido de um desagradável cheiro de enxofre. Das sombras no canto do recinto, surgiu a fada maligna que fora excluída da celebração. Com os olhos chispando de ódio, ela começou a dizer:
- Quer dizer então que todas as fadas da floresta foram convidadas para essa festinha ridícula, menos eu?! O que todas essas tolas têm que eu não tenho?!

Assustada, a rainha voltou-se para o marido que, com um semblante rígido, ordenou, apontando para a invasora:
- Guardas, expulsem esta malfeitora de meu palácio imediatamente!

Assim que os soldados avançaram na direção da estranha fada, esta gargalhou e exclamou:
- Se um de vocês encostar um dedo em mim, lançarei um feitiço que incendiará este lugar por inteiro! Não sairá ninguém vivo!

Instantaneamente, os guardas se contiveram, aguardando ordens do rei. Este, por sua vez, suava frio, intimidado pela vilã.
- Está bem... - começou ele, procurando esconder seu temor. - Diga-nos, prezada fada, como podemos nos desculpar com a senhora por não tê-la convidado?

Rindo maldosamente, ela respondeu:
- Nada demais, vossa majestade! Só peço que me deixem dar também a minha benção a essa linda criança! - ela propôs, apontando para o berço onde Aurora estava.
- Muito bem! - concordou o rei, mais calmo. - Fique à vontade!

A malvada deu um passo a frente e proclamou, com sua voz venenosa:
- Eu amaldiçôo esta maldita criança a, um dia, espetar o dedo em uma roca e morrer na mesma hora!

Ao ouvir aquilo, todos ali suspiraram, horrorizados. A rainha se pôs a chorar desconsoladamente. À beira das lágrimas, o rei questionou:
- Como a senhora pode condenar uma pobre criança inocente a um destino tão cruel?!
- Este é o preço que irão pagar por não terem me convidado para esta cerimônia! - bradou a fada, gargalhando.

Foi então que uma velha e experiente fada que estava lá se manifestou, chamando a atenção de todos:
- Vossa majestade! Se me permite, eu ainda não dei minha benção à princesa! Creio que posso ajudar!

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