"Olive..."

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Paramos o carro em frente à casa da Daiana e eu logo desço indo em direção a porta de sua casa.

A:como ele tá?

Da: como vc está?- falamos ao mesmo tempo assim que ela abre o portão.

A: Daiana, como meu irmão tá?- falo ignorando sua pergunta.

Da: ele tá bem, eu to preocupada com vc

A: eu tô bem, otima, feliz da vida- ela ri da minha ironia e me abraça

Da: vc não me ligou...

A: desculpe...

Daiana se afasta de mim e logo vejo Henrique se aproximando de nós. Antes que eu possa falar qualquer coisa sou surpreendida por um abraço, mas não um abraço qualquer, ele parece se esconder do mundo e o que mais dói é saber exatamente o que ele está sentindo, exatamente o que eu senti minha vida toda enquanto morava naquela casa.

H: ele falou até da minha aparência, Olive...- meus olhos enchem de lágrimas e devolvo seu abraço no mesmo instante.

Sei exatamente o que meu irmão está passando agora e não sei se meu coração dói mais pelo fato de que seus pais fizeram isso com o ele ou por ele ter me chamado de Olive. Ele aprendeu a me chamar assim quando era bem pequeno, ele aprendeu a falar chamando por mim assim, mas nunca desde que fez 9 anos ele me chamou assim. E agora tenho toda certeza, estou acolhendo em meus braços meu pequeno irmão de 8 anos de idade e não um garoto de 13 anos.

A: as pessoas descontam suas frustações em palavras fúteis contra os outros, maninho, não deixe elas te atingirem pq são as mais puras mentiras inventadas no calor do momento.

H: preciso falar com vc... A sós...

A: tudo bem- Davi que chegou ao meu lado A poucos segundo me entrega a chave do carro e bagunça os cabelos do Henrique. - vem cá

Enquanto levo o Henrique até o carro troco olhares com a Daiana e Davi, os dois parecem preocupados até demais com meu irmão, então com o olhar os tranquilizo e continuo meu caminho.

Estou dirigindo a menos de 5 minutos e logo meu irmão que tem um olhar triste começa a falar.

H: aconteceu umas merda aí...- penso em repreender sua fala mas prefiro ficar calada.

A: pode me falar tudo, estou aqui para te ouvir.

H: meu pai tá morando em um chiqueiro que ele chama de casa e eu sou obrigado a passar dias com ele sendo que é tudo uma merda lá!- ele fala e no meio de tantos sentimentos percebo que seu jeito de falar e muito parecido com o meu, até seu jeito de reclamar.

A: vc já não pode escolher com quem fica?- viro a esquina quase chegando ao parque que estou indo

H: esse é o problema, nossa mãe não me da escolha, ela faz tudo isso pq...- ele para e parece com medo de revelar o problema principal.

A: pq?...

H: pq nossa mãe continua com meu pai...- estava terminando de estacionar o carro e freio fazendo ele parar completamente.

A: ela oque?- o olho sem acreditar no que acabei de ouvir.

H: ela diz que vai me levar na casa do meu pai mas sempre que chega lá eu tenho que ficar do lado de fora por no mínimo 1h e eles ficam lá dentro, é nem quero pensar no que já é óbvio que eles fazem.

A: puta que pariu...- solto me encostando no banco.- como alguém pode ser tão idiota?

H: como a gente e filho deles é não é idiota? Essa é a pergunta.

Todos os motivos para te amar 2 (D+A)Onde histórias criam vida. Descubra agora