Audrey

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Wyatt

A joelhada que Cameron me deu não foi de perto a coisa mais dolorosa que já sentir na minha longa experiencia em brigas e lutas, e podia confessar que me excitou ver Cam, por baixo de mim e o chute era apenas uma consequência das minhas ações.
Me olho no espelho, as tatuagens que cobriam a minha pele que era dura como concreto, os anos lutando tornou o meu corpo resistente as pancadas que eu recebia e mesmo que fosse improvável que qualquer um daqueles lutadores conseguissem me machucar ou me tocar, ainda era divertido vê-los tentar e iria deixa-los pensar que aquilo era possível, quando não era. E a única pessoa que poderia fazer isso, seria meu pequeno urso e de preferência em uma cama.

Olho ao redor vendo que os lutadores que assistiram meu nocaute, cochicharem e rireem, e quase posso ler os pensamentos dele, de como o enfermeiro derrubou a fera. E sorrio sabendo que a sensação de ter Cam por baixo de mim, valia a pena ser o motivo de risada deles e vejo que Clyde aparece ali e me chama.

_ Wyatt, podemos conversar.

Aceno com cabeça e ando até ele, que não diz nada e entendo que tenho que segui-lo até a sala dele, ao entrar ele pergunta de costas para mim.

_ O que foi isso?

_ Isso, o que? – Pergunto sem entender, onde ele quer chegar e ele pergunta, se virando na minha direção.

_ Você e o Cam? O que está rolando? Soube o que houve na academia mais cedo. E gostaria de entender o que está acontecendo com o melhor lutador que já conheci? E prezo pela sua sinceridade.

Cruzo os meus braços, enquanto o encaro por alguns segundos e penso se vale a pena dizer a verdade? Clyde, era um amigo de longa data que a vida afastou por diversos motivos e respondo sendo sincero.

_ Por enquanto nada, Clyde.

Ele me encara como se estivesse estudando a minha feição e vendo se estou sincero ou não, e me pergunto se ele achava que eu seria capaz de machucar alguém que não me fez nada? E Clyde afirma sério, chamando minha atenção.

_ Olha você é um excelente lutador e uma aposta que está me rendendo muito dinheiro aqui, sendo sincero, mas se o Cam entrar nessa sala e me dizer que não se sente confortável com você aqui: Você está fora. E quero que entenda que ele além do meu funcionário, Cam é meu amigo.

Aquilo não me surpreendia tanto, Clyde sempre protegeu seus amigos e funcionários muito bem e sei que ele colocaria Cameron em primeiro lugar, se fosse necessário, e era uma boa escolha e por isso que ele era um bom patrão e amigo. E respondo.

_ Não quero machuca-lo ou fazer nada de ruim com ele, mas...

_ Mas, o que? – Questiona sem entender e exponho o que quero.

_ Eu tenho interesse nele, desde de o que o vir pela primeira vez e sei que as minhas tentativas de aproximação não foram boas, mas vou mudar a minha estratégia com ele.

Clyde me encara surpreso em ouvir as minhas palavras e sabia que admitir que tinha interesse em alguém causava estranheza em todas as pessoas que me conhecia a longo prazo, e já que eu era extremamente reservado com a minha vida amorosa. Ele se senta na cadeira e questiona chocado.

_ Você gosta do Cam? Sério? Tipo de verdade?

_ Sério, porque a dúvida?

_ Porque vocês são muitos diferentes um do outro, e em todos esses anos que te conheço essa é a primeira vez que te vejo interessado em alguém. E agora você me diz com todas as letras que gosta do Cam, e ok que ele é um cara incrível, mas você é tão fechado. – Clyde expressa a sua opinião sincera, que é algo que eu entendo completamente, mas que não era da conta de ninguém e afirmo.

_ Bom ele me atrai e estou disposto a lutar por ele, então espero que isso tenha acabado com as suas dúvidas.

_ E vai ser divertido ver o Cam te dobrar. – Clyde dar risada e rio também, revelo.

_ Ele já me derrubou no tatame hoje, não vai ser difícil ele me dobrar também.

_ Quem diria em: O pantera apaixonado.

Sorrio e sei o que Clyde quer dizer com aquilo, ninguém nunca imaginou que eu pudesse me apaixonar e por algum tempo nem eu mesmo achei que era capaz de amar algo ou alguém, vivia em um mundo complicado demais para se ter alguém como ponto fraco e por isso que estava tão perto de me aposentar das lutas e do mundo ilegal e ir cuidar dos negócios da minha família.
Clyde me encara e questiona, ao cruzar os braços.

_ Onde pretende ir depois daqui? Vegas de novo?

_ Acho que depois daqui, vou parar, preciso cuidar dos negócios da minha família e o nosso ramo, é perigoso demais para as pessoas ao nosso redor e não quero colocá-lo em perigo.

_ Sim é perigoso, por isso eu mantenho Elliot perto e protegido.

_ Cam também está protegido. – Tinha colocado um segurança para cuidar da segurança dele, era apenas por precaução e Clyde me encara, pergunta.

_ Já tem um segurança com ele? Mesmo que vocês não tenham nada?

_ Desde da noite em que o vir pela primeira vez, e no momento em que senti o cheiro dele, soube que ele seria meu e por isso coloquei Ramon, para cuidar da segurança dele. E é uma questão de tempo, até Cameron ser meu. – Tinha convicção sobre os meus desejos e ele poderia me dobrar, mas eu também iria dobra-lo e roubar o seu coração. E não me importaria o tempo que isso me custasse, Cameron valia a pena.

Olho para Clyde e questiono.

_ Mais alguma coisa?

_ Não, era só isso e boa sorte.

_ Obrigado. – Saio da sala dele e ando pelos corredores que me levam até a sala do Cam, que esta la dentro de costas para mim, mas não entro na sala e ando reto em direção ao estacionamento, preciso de um tempo analisando as minhas estratégias. Ao sair, vejo uma mulher alta, ruiva de cabelos cacheadas, a pele bronzeada que parece brilhar e o cheiro dela, me lembra o Cameron e a encaro preocupado que ela seja namorada dele e mesmo que aparentem ter quase uns cinquenta anos, ela é linda! E ela diz.

_ Olá, tudo bem? Estou procurando o meu filho, mas o meu celular descarregou e não consigo avisar que estou aqui. – Ela faz uma pausa e parece está xingando alguém ou algo e pede.

_ Pode me ajudar?

_ Claro e qual é o nome dele? – Pergunto apenas para confirmar as minhas suspeitas e ela responde com orgulho.

_ Cameron, ele é enfermeiro aqui.

_ Vou leva-la até ele.

_ Obrigada, sou Audrey e você é?

_ Wyatt, sou lutador aqui, senhora. – Me apresento e ela nega.

_ Nada de senhora, apenas Audrey.

_ Você que manda e me siga, vou te levar até o Cam.

E ando com ela até a sala de Cameron e ela pergunta.

_ Você conhece bem o meu filho?

_ Não muito, sou novo aqui.

_ Realmente nunca te vir aqui mesmo.

Sorrio e abro a porta do Cam, após bater duas vezes, ele se vira e fica surpreso ao ver a mãe dele ali. Audrey anda até ele e o abraça e estou pronto para ir embora, mas ela se afasta e agradece.

_ Esse rapaz adorável, me trouxe até você, filho. Depois que você desligou na minha cara e Wyatt, obrigado por me ajudar.

_ As suas ordens, Audrey.

Sorrio e me viro para ir embora, e escuto Audrey dizer.

_ Agora você vai me mostrar quem é o seu namorado, que falou comigo na ligação.

_ Mãe não tem ninguém.

_ Cameron não minta para mim, so me mostre quem é, e prometo não falar nada e nem surtar. Mas também não vou sair daqui até descobrir quem é, esse rapaz misterioso.

Cameron não responde e sinto o cheiro do seu nervosismo aumentar, me viro para eles, e afirmo.

_ Audrey, fui eu que falei com você no telefone.

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