Prólogo

37 1 1
                                    

Acordei com um cheirinho bem gostoso. Deve ser o bolo da mamãe. Levanto bem rápido e saio correndo até a cozinha.

"Mamãe, Mamãe..."

"O que foi Eloisa?" disse ela, tirando um enorme bolo de chocolate do forno.

"Quero bolo. Quero BOLO!" Suspirei; aquele cheirinho gostoso estava me matando.

Ela suspirou e olhou carinhosamente para mim. Eu olhei para ela frustrada. Minha barriga já estava roncando alto!

"Minha querida Eloisa..."

"Ahhh mãe - Interrompi. Quando ela falava "querida Eloisa", é porque lá vem bomba."

Ela continuou: "Esse bolo é para os nossos novos vizinhos."

"Novos vizinhos?"

"Isso mesmo. Eles se mudaram hoje. Você sabe que eu tenho o costume de sempre receber bem os nossos novos vizinhos. Porque um amigo ao lado..." Ela olhou com os olhos bem abertos e com uma sobrancelha levantada, esperando que eu completasse a frase.

"É melhor que inimigos ao seu lado." Completei, mas essa frase nunca fez nenhum sentido para mim.

Ela me olhou por mais uns segundos. Seu cabelo estava todo bagunçado, mas ela ainda continuava linda. Eu sempre achei minha mãe muito linda. Acho que é por isso que meu padrasto tem tanto ciúme dela. Olhei novamente para ela e observei que ela tinha outro bolo de chocolate atrás das costas.

"Oba, esse eu posso comer né?" Ela me observou e respondeu: "Sim, bobinha. Eu nunca te negaria o meu bolo maravilhoso."

Ela revirou os olhos e fez uma careta, fazendo eu rir e pular em cima do bolo, começando a comer desesperadamente.

Algum tempo depois, mamãe me chamou para ir conhecer nossos novos vizinhos.

"Vamos antes do Will chegar. Você sabe que ele não gosta que a gente saia de casa." Ela disse, e sempre é assustador quando ele briga com a mamãe.

Chegando na casa dos nossos vizinhos, mamãe bateu na porta. A casa era igual a nossa. Logo alguém abriu a porta. Um senhor alto com o cabelo levemente grisalho.

"Oi, pois não. O que desejam?" Disse ele, de modo bem gentil.

"Prazer, me chamo Elisa e essa é minha filha Eloisa. Somos suas vizinhas. É um prazer ter sua família em nosso bairro. Sua esposa está em casa?" Disse minha mãe num tom bem empolgado, ainda com o enorme bolo na mão.

"Prazer Elisa, prazer Eloisa. Sou o Albert. Infelizmente minha esposa faleceu no parto." Disse Albert, com um olhar triste, mas com um sorriso amarelo no rosto.

"Oh... Sinto muito. Trouxemos bolo. Espero que goste." Ofereceu minha mãe, o enorme bolo na mão do homem.

"Muitíssimo obrigado, vocês são muito gentis. Quero apresentar meu filho para vocês. Ele deve ter sua idade Eloisa." Disse Albert.

"Tenho 10 anos, mas sei que sou pequena." Isso sempre me chateava, então antes de alguém falar eu já mencionava isso.

"Alex!!!" Gritou Albert. "Minha querida, você não é pequena. É perfeita para o seu tamanho."

Isso me deixou animada. Ninguém tinha dito aquilo antes. De repente surgiu um menino de trás da porta. Um pouquinho maior que eu. A cor da pele dele, de uma cor bem clara, mas os olhos, eles eram um castanho bem brilhante, pareciam duas trufas de chocolate. Seu cabelo bem negro. Ele passou pela porta e logo cravou os olhos no bolo.

"Hummm. Eu quero, eu quero." Disse o menino.

"Alex, isso não é jeito de tratar nossas visitas. Se apresente. Esta é Elisa e Eloisa." Disse Albert.

Passos do amor Onde histórias criam vida. Descubra agora