Acordo com uma forte dor de cabeça. Ao mesmo tempo me sinto tonta. Isso porque não dormi quase nada durante a noite. Meus pensamentos sempre eram levados ao Alex. Fico chateada com isso, chateada com o fato de pensar tanto nele. Isso parece ser perigoso. Não sei se quero ter sentimentos por ele. Acho que ele jamais se apaixonaria por mim algum dia, mas ao mesmo tempo, parece que ele sente algo também. Mas meu medo é de ele estar me iludindo ou me tratando assim por pena, ou simplesmente tenho medo de eu mesma estar confundindo as coisas. Na minha cabeça nada mais se encaixa. Tudo está uma perfeita bagunça na minha mente. A única coisa clara é a fome que estou sentindo. Tomo meu banho e corro pra cozinha.
Chego na cozinha e não encontro ninguém. Vou até o quarto da mamãe. Ela ainda está deitada. Ontem ela teve um dia bem estressante e cansativo. Deixo ela descansando e volto pra cozinha. Faço um uns ovos mexidos e jogo dentro do pão. Como o mais rápido que posso, pois estou atrasada. Vou ter que ir caminhando já que a Lola não apareceu pra me levar. Escovo os meus dentes e pego minha mochila.
Antes de sair pela porta, abro uma pequena brecha. Pra ver se tem alguém saindo da casa do Albert. Não vejo ninguém. Então saio de mansinho pro Alex não me ver. Já tivemos contato o suficiente ontem pra um ano. Ultimamente o Alex tem estado muito presente na minha vida, e isso tem complicado o meu cotidiano. Até tento manter distância, sem ser mal educada, mas parece que tudo conspira pra nos aproximar. Esse trabalho por exemplo, eu devia ter dado um jeito de fazer tudo sozinha.
Ouço um barulho, olho para todas as direções mas não vejo nada. Estava tão imersa em meus pensamentos, que me esqueci que estou andando sozinho. Nessa rua que sempre parece estar deserta. Ouço mais um barulho. Olho para trás e vejo um carro preto. Ele se aproxima lentamente em minha direção. Ando o mais rápido que posso acelerando os passos, quase a ponto de estar correndo. O carro para ao meu lado, continuo andando e ele me acompanhando. Meu coração começa a acelerar e minhas pernas começam a falhar, tremendo. A pessoa enfim decide se revelar e abaixa o vidro da janela do carro. É um senhorzinho, com a cara bem amistosa.
- Oi minha querida, desculpa incomodar. Mas onde fica a rua labama? - Ele diz sorrindo, simpático.
- O senhor já está na rua labama. - Digo.
- Obrigado querida, um bom dia. - Ele diz, sai com o carro.
Enfim consigo respirar novamente. Olho para os meus pés, eles parecem estar presos no chão. Começo então a caminhar novamente, mais rápido. Pouco tempo depois já estou na rua da escola, onde já posso ver o movimento dos alunos chegando na escola. Um aglomerado de adolescentes, juntos em um mesmo local.
Sou jovem, uma adolescente. Mas parece que não me encaixo direto com jovens da minha idade. Os que me sinto a vontade da pra contar nos dedos.
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Passos do amor
RomanceUm amor pode nascer de uma amizade? Essa história descreve os passos de uma amizade até o amor. "Eloise é uma garota de 16 que retorna a sua cidade natal após ter fugido de lá há 6 anos atrás. Ela precisa lidar com o seu passado assustador, tentado...