"Ela então apertou a minha mão como se quisesse segurá-la para sempre."
-Nicholas Sparks(Sonho)
" Estou na escola, alguém aparece e diz que tem uma pessoa me esperando lá fora. Fico preocupada, pode ser a mamãe.
- Ela tá bem? Alguma coisa aconteceu?- Pergunto pra moça que veio me chamar.
Ela não responde, o que me deixa ainda mais preocupada.
- Estão te esperando naquele carro. - Ela diz do nada. Me deixando sozinha no estacionamento da escola.
Vou até o carro preto que ela indicou. Eu não conheço esse carro. Dou um toc na janela. A porta se abre rapidamente e alguém me puxa pra dentro. Antes que eu consiga gritar alguém coloca uma mordaça na minha boca. Olho pra quem me pegou, para as duas pessoas que estão ali. Will e Nico. Will ordena para que Nico me amarre. Começo a me espernear, mas o esforço é em vão. Começo a chorar. Tento gritar mais não consigo."O alarme toca.
Eu acordo do pesadelo. Meio ofegante. Lágrimas escorrem dos meus olhos. Meu coração bate bem forte. Tento respirar lentamente, me recompor.
1 Respiro
2 Inspiro
1 Respiro
2 Inspiro
As batidas vão se acabando, o ar volta lentamente.
Alguém abre a porta bruscamente, tomo um susto é grito bem alto. Todo processo pra me acalmar vai por água abaixo. É minha mãe na porta.- Menina, pra quê esse grito. - Ela diz.
- Nada, só me assustei.- Digo sem ar.
- Vim ver se já tinha acordado. Se apressa, Lola vai te deixar mais cedo hoje. - Ela explica.Balanço a cabeça, indicando que entendi. Vou ao banheiro. Dez minutos depois saio pra me arrumar. Termino de colocar o meu uniforme e vou até a cozinha. Pego o meu café da manhã e começo a comer apressadamente.
- Onde está a Lola?- Pergunto pra mamãe que está com uma xícara de café na mão.
- Ela não pode vir tomar café com a gente hoje.- Diz, dando um gole de café.
- Ah, tá. -Digo simplesmente.Alguém buzina.
- É a Lola. Corre que ela deve tá atrasada. -Diz mamãe agoniada.
Dou uma última golada de café e saio correndo. Abro a porta de casa e vou entrando no carro da Lola.
- Oi Lola. - Digo sem ar.
- Oi querida, sua mãe fez você correr?- Ela pergunta com um sorrisinho nos lábios.Balanço a cabeça confirmando.
- Desculpa meu bem. Hoje tá complicado pra mim. - Ela se explica.
- Lola, desculpa eu. Tô te dando trabalho. Não se preocupa, a partir de hoje volto sozinha. - Digo com confiança.
- Não meu bem, eu quero ajudar. É perigoso você andar sozinha por aí. - Lola diz.
- Eu preciso superar meus medos Lola e me cuidar sozinha, nem sempre vou ter alguém pra me proteger.- DigoEla não diz nada, mas sei que ela não concorda. Mas é a verdade. E ela anda muito ocupada e no momento não tem como minha mãe comprar um carro. Chegamos na escola. Me despeço de Lola e entro no pátio da escola. Onde os alunos estão aglomerados, esperando pra entrar na escola. Quando entro, a primeira pessoa que vejo é a Amanda. Saio correndo em sua direção.
- Oi, você tá bem? Não te vi ontem e fiquei preocupada. - Digo abraçando ela.
- Eu tive que ir no dentista. Manutenção no aparelho. - Ela diz abrindo a boca pra mim.Amanda fala de como é chato usar aparelho e tal, mas eu desvio a minha atenção dela, pois vejo Alex entrando na escola. Ele ainda não me viu, mas está vindo na minha direção. Uns garotos falam com ele animadamente. Ele sorri um pouco. Então ele me vê. Me encarando, mas não consigo descifrar o seu olhar. Ele se aproxima de mim.
- Oi.- Diz dando um sorrisinho.
- Oi.- Digo simplesmente, e dou um sorrisinho igual o dele. Mas acho que minhas bochechas estão coradas.Ele continua andado com seus amigos e vai em direção a entrada da escola.
- Quanto tempo eu fiquei fora da escola mesmo?- Diz Amanda, me trazendo de volta a realidade.
- O que?- Pergunto.
- Desde quando vocês se falam sem querer se matar?- Ela diz sorrindo.
- Fizemos uma trégua, só isso.- Digo.A campainha da escola toca.
É hora de entrarmos e ir pras nossas alas.
- Olha, você vai me contar tudinho no intervalo garota. - Grita Amanda, indo em direção a sua ala.
Fico sorrindo pra ela sem dar uma resposta. Ela faz uma careta e entra na ala dela. Entro na minha e vou em direção a minha sala. Chego na frente da porta. Mas alguém chega junto comigo, quando pego na maçaneta da porta, essa pessoa faz o mesmo. Mas acaba tocando na minha mão. Sinto aquele toque, aquele calor. Na hora identifico quem é. Levanto os olhos pra ter certeza. E vejo ele, Alex. Ele congela por uns instantes. Olhando pra mim. Tiro a minha mão da maçaneta rapidamente. Ele acorda de sei lá onde. E abre a porta. Olha pra mim sorrindo timidamente.
- Primeiro você. - Ele diz.
Entro e vou até minha cadeira. Ele se senta também ao meu lado. A aula é de história. O professor fala um monte de coisa, mas minha cabeça está bem longe dali. Só me dou conta do que ele tá dizendo quando fala " Não se esqueçam do trabalho de vocês, é pra sexta-feira."
Meu deus, é daqui 3 dias. Olho pra Alex, e ele parece ter a mesma expressão que eu.
Ele se vira pra mim. Coloca seus lábios quase encostando no meu ouvido.- Temos que fazer isso com urgência. - Ele diz.
Seu sussurro faz meu pescoço arrepiar. Me concentro e balanço a cabeça, concordando com ele. A aula termina e vamos até o refeitório. Lá encontro Amanda e a galera. Conversamos bastante. Não digo exatamente o que aconteceu comigo e o Alex. Mas digo que estamos em um acordo pra nos darmos bem. Ela não acredita muito, mas não insisti mais no assunto. O sinal toca novamente e voltamos pra sala. Eu tenho aula de educação física após o primeiro tempo do intervalo. A aula ocorre normalmente. Dessa vez não arrebento a cara de ninguém. Todas as aulas terminam e eu encontro o pessoal. Falo com a Amanda e pesso o número dela. Alex passa por nós.
- Oi galera, Eloisa passa lá em casa de tardinha. - Ele diz .
- Hum?- Fico sem entender.O que ele quer comigo? É um encontro? Que isso meu Deus? O que ele quer?
- O nosso trabalho. - Ele diz levantando a sobrancelha e rindo.
Ahhhhhhh, o trabalho. É claro que é o trabalho. Pra quê mais ele me chamaria?
- Ah, tá. Tá bom. Ok ok. - Digo meia gaguejando e meia sem graça.
Ele sai e Amanda começa a sorrir. Me despeço de todos e vou andando pra casa. Uma sessão ruim começa assim que viro na rua a minha direita. Logo vejo o lugar que o Nico tentou me atacar. Não disse nada a ninguém da escola, mas ele não apareceu hoje. Ainda bem. Continuo ando com medo. Mas vejo um carro conhecido se aproximando. É Lola.
Ela para e eu entro.- Eu disse que não precisava Lola. -Digo.
- Mas eu disse que se der pra mim vim eu vou vim. - Ela diz enfaticamente.Eu sorrio e vamos pra casa.
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Passos do amor
RomantiekUm amor pode nascer de uma amizade? Essa história descreve os passos de uma amizade até o amor. "Eloise é uma garota de 16 que retorna a sua cidade natal após ter fugido de lá há 6 anos atrás. Ela precisa lidar com o seu passado assustador, tentado...