Unexpected - hyunho

capítulo 5

O mais velho passou a semana toda pensando em Hyunjin e em como ele estaria. Tinha gostado do jantar que tiveram e achou que iriam pelo menos manter uma amizade, mas percebeu que não haviam trocado telefone e Minho se odiou por isso.

Já era quase manhã, o castanho havia perdido o sono e cansado de ficar rodando de um lado para o outro, resolveu fazer alguma coisa.

Minho, sentindo-se inquieto na cama, decidiu levantar e trocar para uma roupa mais adequada para correr. A insônia o incomodava, então optou por aproveitar o tempo e se exercitar. Com o relógio indicando quase 6 horas da manhã e a consciência de que precisava estar no trabalho às 8 horas, decidiu não perder mais tempo. Pegou uma garrafa d'água, saiu de casa e dirigiu-se ao parque, esperando encontrar alívio na corrida matinal.

Chegando ao parque, Minho fez alguns alongamentos antes de colocar os fones de ouvido e iniciar sua corrida matinal. Enquanto corria, sua mente estava agitada, repleta de pensamentos sobre Hyunjin. Preocupava-se com o bem-estar dele, se havia se machucado novamente, e acima de tudo, sentia uma forte saudade do rapaz. A trilha sonora da corrida não era suficiente para acalmar seus pensamentos inquietos.

Minho tentou se concentrar novamente na corrida, afastando os pensamentos intrusivos. Ao completar uma volta no parque e começar a segunda, avistou um rapaz sentado perto de uma árvore, com as costas apoiadas no tronco. O coração de Minho acelerou ao vê-lo, pois reconheceu imediatamente como Hyunjin. O rapaz estava com o rosto baixo, abraçando as próprias pernas. A preocupação tomou conta de Minho, que diminuiu a velocidade e se aproximou com cautela.

Minho parou ofegante diante de Hyunjin, analisando a cena com crescente preocupação. Era evidente que o rapaz estava machucado novamente.

— Hyunjin? — Minho o olhava com atenção, notando a angústia em seus olhos. Seus braços estavam marcados, exibindo vermelhidões e impressões de mãos. Quando o mais novo finalmente levantou a cabeça, Minho identificou um hematoma marcando seu olho e um corte sangrando em sua boca.

— Minho? O que você tá fazendo aqui? Perguntou Hyunjin, desviando o olhar com uma mistura de surpresa e desconforto.

— Eu não conseguia dormir e vim correr antes do serviço. O que aconteceu contigo? Vamos para o consultório para eu te ajudar. — Minho se abaixou para ficar na altura de Hyunjin, passando a mão em seu antebraço numa tentativa de oferecer conforto e apoio diante da evidente dor física e emocional.

— Eu não preciso de ajuda, Minho. Tá tudo bem. Vai viver sua vida. — Respondeu de forma ríspida, puxando o braço para si e fechando-se, como que se protegendo do carinho oferecido.

— Deixa eu pelo menos ver isso direito. — Minho falou com calma, ignorando a resistência inicial. Ele se aproximou mais, colocando delicadamente uma mão no rosto de Hyunjin, buscando examinar o ferimento com cuidado. O toque suave refletia a preocupação e o desejo genuíno de ajudar.

— Eu já disse que não quero. — Hyunjin elevou um pouco a voz, empurrando a mão de Minho para longe com firmeza. Ao se levantar, seus olhos estavam cheios de lágrimas, revelando uma mistura de emoções. — Eu não quero a sua ajuda, essa não foi a primeira vez, então não se preocupa, eu sei me virar. — As palavras saíram carregadas de uma determinação mascarando possíveis vulnerabilidades.

— Eu só tô preocupado, não precisa ser ignorante. — O mais velho também se levantou, cruzando os braços em uma expressão de frustração, tentando equilibrar a preocupação com a resistência de Hyunjin.

— O problema é seu, não pedi sua preocupação. — Hyunjin recolheu o casaco do chão com uma expressão fechada, seus passos carregados de uma mistura de frustração e determinação enquanto começava a se afastar.

Minho ficou parado no mesmo lugar, observando o mais novo se distanciar. A perplexidade ainda pairava em sua expressão, tentando compreender o motivo por trás da reação de Hyunjin. O silêncio tenso foi interrompido pelo som do celular de Minho, o despertador indicando que estava na hora de voltar à realidade e cumprir seus compromissos.

Voltou para casa com passos pesados, ficou irritado com tudo o que havia acontecido.