capítulo 32

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Ao ouvir tais palavras, o coração de Minho se despedaçou, sentiu uma dor que já estava virando rotineira.

Mais uma vez, o mais novo o havia tratado mal. Começou a pensar que talvez ele tivesse culpa, que estava sendo demais, só que, mais uma vez, decidiu relevar. Sabia que o momento era delicado para o seu namorado

Minho voltou para o quarto e o encontrou vazio, provavelmente Jeongin havia ido embora, já que tinha que ir para a faculdade.

O mais velho foi logo abrir a janela para deixar um ar entrar, jogou fora algumas flores velhas que haviam no jarro ao lado da cama da mulher, colocou uma música baixinha para tocar e se aproximou de sua sogra. Ficou observando ela, e ficou espantado, que de alguma forma, ela transmitia uma certa paz.

Começou a ajeitar o travesseiro da mais velha, a cobriu corretamente e se sentou ao seu lado. Segurou sua mão e ficou deixando leves carícias, sua mente viajou para o momento em que havia a conhecido e soltou uma risada saudosa do momento.

Na mesma hora seus olhos se encheram de lágrimas.

— Eu tenho que agradecer a senhora por fazer eu e o Hyunjin acontecer. Se não fosse por você, nós não estaríamos juntos — falou com um sorriso no rosto, sua mão ainda estava na mão da mais velha.

— A senhora sabe que criou um excelente filho, não é? — se aproximou da cama e apoiou sua cabeça em seu braço e encarou a mulher — a senhora fez um bom trabalho, com os dois, mas o Hyunjin é fora da curva, ele é incrível.

Minho pegou um copo d'água e se serviu antes de continuar a falar.

— Eu amo muito o filho da senhora, espero que um dia a gente possa criar uma família e espero muito conseguir ser a metade do que a senhora foi... — Minho lutou para conter as lágrimas, mas uma escapou, denotando sua dor profunda. — Eu queria que as coisas fossem diferentes... queria que a senhora não estivesse nessa condição, queria que você estivesse no primeiro banco no dia do nosso casamento... queria que meus filhos conhecessem a avó maravilhosa que você seria, queria que a gente tivesse mais tempo, que você tivesse mais tempo... — Ele desabafou, sua voz embargada pela angústia e tristeza que pesavam sobre ele.

Minho ergueu-se e acariciou suavemente o rosto da mulher, afastando delicadamente uma mecha de cabelo que caía sobre sua testa.

— A senhora pode descansar se quiser, eu vou cuidar dele. Não se preocupe, ele não vai estar sozinho... — Sua voz, agora quebrada pela emoção, ecoou pela sala silenciosa enquanto ele depositava um beijo gentil na testa da mais velha. As lágrimas fluíam livremente pelo seu rosto, uma expressão dolorosa de sua tristeza insondável.

Assim que terminou, Minho voltou a se sentar ao lado dela, envolvendo sua mão com carinho enquanto permaneciam em silêncio, deixando-se envolver pela suave melodia que preenchia o ambiente.

***

Hyunjin voltou para o quarto, os passos mais leves do que quando saíra. Ao entrar, o ambiente estava envolto em uma calma reconfortante. Seu olhar encontrou Minho, adormecido na poltrona ao lado da cama, sua respiração serena preenchendo o espaço. Notou imediatamente a mão de Minho entrelaçada suavemente com a da mais velha, como se ambos estivessem se apoiando mutuamente naquele momento de preocupação.

Um calor reconfortante invadiu o peito de Hyunjin ao contemplar a cena. As lágrimas surgiram em seus olhos, expressando a profunda emoção que o dominava. Observando Minho dormindo pacificamente, sentiu uma onda avassaladora de amor por ele, tão intenso que quase doía. Cada traço do rosto de Minho era uma obra de arte, cada respiração uma melodia suave que acalmava sua alma.

Com passos cuidadosos, Hyunjin contornou a cama até chegar ao lado de Minho. Seu toque era gentil ao acariciar o rosto de Minho, como se estivesse traçando as linhas de sua felicidade. Então, inclinou-se e depositou um beijo suave em sua têmpora, seus lábios transmitindo todo o amor e gratidão que ele sentia por aquele homem adormecido diante dele.

— Amor, vamos pra casa? —  Hyunjin sussurrou suavemente, com o rosto próximo ao de seu namorado.

Minho, ainda meio atordoado pelo sono, perguntou: — Já está na hora? — Ele viu Hyunjin acenar com a cabeça, e coçou os olhos para afastar o cansaço. — Desculpa, acabei pegando no sono, mas vamos indo.

Levantando-se, Minho se despediu da mãe de Hyunjin, deixando um beijo em sua testa e outro em sua mão. Em seguida, afastou-se, dizendo que estaria lá fora esperando por Hyunjin.

— Está na hora, mãe. Estou indo para casa…—  As palavras de Hyunjin saíram num sussurro entrecortado, suas mãos trêmulas segurando as da mãe com força, como se não quisesse soltá-la nunca mais. As lágrimas, teimosas, já escorriam abundantemente por suas bochechas, refletindo a intensidade de suas emoções. — Amanhã eu volto para vê-la — Sua voz embargada ecoava no quarto, carregada de amor e pesar.

Antes de partir, Hyunjin segurou ainda mais firmemente a mão da mãe, seus olhos mergulhando nos dela com uma expressão de profunda gratidão.

— Queria agradecer por tudo o que a senhora fez por mim... Cada conselho, cada risada compartilhada, cada momento ao seu lado foi único, eu sou muito feliz por ter você na minha vida. — As palavras saíam de seu coração em torrente, transbordando de emoção contida por tanto tempo. — Obrigado, do fundo do meu coração, por tudo o que a senhora fez por mim.

Os olhos de Hyunjin brilhavam com uma mistura intensa de gratidão e amor, sua voz embargada pela emoção.

— Tenho orgulho de ser seu filho. E prometo, um dia, fazer a senhora se orgulhar de mim. Eu te amo mais do que palavras podem expressar. — Cada palavra era carregada de promessas e esperança, enquanto ele se despedia, sabendo que aquele momento ficaria gravado para sempre em sua memória.

Hyunjin terminou o emocionante discurso com um beijo suave na testa de sua mãe, seguido por um abraço apertado que transmitia todo o amor e gratidão que ele sentia. Lágrimas continuavam a escorrer livremente por todo o seu rosto enquanto ele se esforçava para conter o choro.

Respirando fundo para tentar recuperar a compostura, Hyunjin secou o rosto molhado, lançou um último olhar para sua mãe e saiu do quarto. Seu coração estava pesado, mas ele sabia que precisava se manter forte.

— Está tudo certo? — Minho perguntou com preocupação ao ver Hyunjin sair do quarto.

— Sim — respondeu Hyunjin com voz embargada, enquanto segurava a mão de Minho com firmeza. — Vamos pra casa!



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