capítulo 29

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Hyunjin acordou no dia seguinte sentindo a cama fria e vazia. Olhou para o lado em busca de Minho e não o encontrou, foi até o banheiro e viu que o mais velho não estava lá, deduziu que, pela hora, o namorado já deveria estar no trabalho.

Mandou uma mensagem rápida perguntando se ele iria ao hospital e perguntou se eles poderiam almoçar juntos. Minho falou que talvez não conseguisse ir até o hospital, mas que dava para eles almoçarem juntos. Hyunjin se animou com a ideia e disse que iria levar uma torta de frango para comerem - era a comida favorita de Minho.

Assim que Hyunjin chegou ao hospital, dirigiu-se diretamente ao quarto da mãe e, ao entrar, avistou seu irmão sentado próximo à cama. Ele segurava a mão da mais velha e sua cabeça estava baixa, fungando por causa do choro.

— Tae? — Hyunjin perguntou com receio, aproximando-se e deixando um carinho na cabeça do mais velho.

— Oi, Hyune, você está aqui há muito tempo? — Taemin perguntou, limpando os olhos e pegando a mão de Hyunjin para deixar um afago. Seus olhos cansados revelavam noites de preocupação e poucas horas de sono.

— Não, cheguei agora. Como ela está? Alguma novidade? — Sua voz estava carregada de ansiedade, seus olhos se fixaram na figura serena de sua mãe, que dormia como se estivesse apenas descansando.

— Eu estou esperando o médico chegar para saber mais e, antes que você diga alguma coisa, eu não estou por dentro do quadro dela. O médico não me deixa participar das coisas que ela faz, então, também estou no escuro — o mais velho se levantou e andou até a mesa que havia perto da janela, encheu um copo com água e bebeu de uma vez só, tentando aliviar a tensão que dominava o ambiente.

— Olá, boa tarde. Como estão? — Dr. Seo entrou na sala cumprimentando os irmãos com um leve sorriso, tentando trazer um pouco de conforto para o ambiente tenso.

— Estamos indo — Hyunjin respondeu com a voz baixa, seu semblante mostrava a exaustão e a preocupação que o consumiam desde que sua mãe fora hospitalizada — o que aconteceu? Por que ela ainda não acordou?

O médico suspirou antes de responder, escolhendo cuidadosamente suas palavras para não aumentar a ansiedade dos familiares. — Queria poder ter essa resposta, mas infelizmente não tenho. O processo de recuperação após a cirurgia pode variar de paciente para paciente, e alguns podem levar mais tempo para despertar do que outros — explicou com sinceridade, seu olhar voltando-se para a mulher adormecida na cama.

— Eu não entendo… você me disse que tudo ocorreu bem, que a cirurgia foi boa, que não houve sequelas, então por que ela não acordou? — a voz de Hyunjin tremia, as lágrimas prestes a transbordar de seus olhos, enquanto o peso da incerteza o sufocava.

— Sinto muito, Hyunjin — o mais velho virou para o irmão, sua expressão demonstrando uma mistura de preocupação e compaixão — nós fizemos uns exames nela e todos os sinais vitais estão bons, assim como o exame de sangue. A cirurgia foi um sucesso — o Dr. Seo foi deixando sua fala morrer conforme ia chegando num assunto delicado, consciente da dificuldade em comunicar a situação.

— Mas às vezes o paciente simplesmente não acorda — Taemin completou a frase do médico, sua voz um eco pesaroso no quarto silencioso, enquanto ele tentava encontrar alguma forma de lidar com a realidade angustiante.

— Como assim? Simplesmente? Eu não consigo entender — Hyunjin começou a chorar, segurou a mão de sua mãe com força, fazendo de propósito para ver se a mais velha acordava, desesperado por qualquer sinal de resposta, por qualquer indício de esperança em meio à escuridão que os envolvia.

— Eu não tenho uma explicação científica para dar para vocês. Às vezes pacientes demoram mais que outros para voltarem e às vezes eles ficam em coma… é uma droga, eu sei disso. Mas no momento, não tem mais nada que a gente possa fazer. Só depende dela — o médico concluiu com sinceridade, compartilhando a frustração diante da impotência em face da situação, suas palavras carregadas de resignação e compaixão.

— Então, você está querendo me dizer que a gente está de mãos atadas? Que ela pode ou não acordar? — Hyunjin falou com os olhos vermelhos, encarando o médico à sua frente, buscando desesperadamente por uma resposta mais reconfortante, mas temendo o pior.

— Infelizmente sim — respondeu o médico com sinceridade, sua expressão refletindo a tristeza diante da realidade difícil de enfrentar. Ele entendia a frustração e o desespero dos familiares, mas também sabia que não podia oferecer falsas esperanças.

— Inacreditável — Hyunjin se levantou rápido da cadeira e começou a rir de escárnio, sua risada ecoando no quarto com uma mistura de desespero e incredulidade — Eu vou levar ela em outro médico, não é possível que não há nada que possa ser feito. Vocês deviam salvar pessoas e não colocar elas em estado vegetativo.

Hyunjin falou sem pensar, sua voz carregada de emoção e desespero, as palavras saindo como uma explosão de frustração e medo que ele mal conseguia conter. Ele sabia que suas palavras não mudariam a situação, mas o sentimento de impotência o impelia a agir de qualquer forma, buscando desesperadamente por uma solução que parecia cada vez mais inalcançável. O médico, por sua vez, compreendia a reação do irmão mais novo, mas também lamentava a falta de recursos e opções para oferecer a eles diante de uma situação tão angustiante.

— Hyunjin, para de falar besteira. Olha pra mim!! — Taemin segurou os ombros de seu irmão e o forçou a encarar, seus olhos transmitindo uma mistura de determinação e compaixão — Esse hospital é o melhor do país, o Dr. Seo é um médico renomado, a gente não vai achar ninguém melhor que ele. Infelizmente, esse é o quadro de nossa mãe.

— Tae… e se ela nunca mais acordar? — Hyunjin falou como um sussurro, seus olhos ardiam de tanta lágrima que caía, sua voz tremendo de angústia e temor. Ele abraçou o irmão com força, buscando apoio em meio à tormenta emocional que o consumia.

— Eu não sei, maninho… eu não sei — o mais velho retribuiu o abraço, sua voz embargada pela tristeza e pela falta de respostas concretas, mas sua presença ali era um sinal de que eles não estavam sozinhos naquela jornada.

— A gente vai continuar tentando meios de fazer ela acordar do coma, mas por enquanto, é isso que a gente tem de atualização — Dr. Seo falou enquanto se aproximava da mais velha e deixava um aperto reconfortante em sua mão, tentando transmitir um pouco de esperança para a família em meio à escuridão que os envolvia — A gente não vai desistir e vocês também não podem.

Os irmãos apenas afirmaram com um aceno de cabeça e voltaram a se sentar, observando em silêncio enquanto o médico saía da sala.

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