Hyunjin, ao adentrar sua casa, percebeu a ausência de vida ao seu redor, mergulhado na solidão. Dirigiu-se ao quarto da mãe, onde se deixou cair na cama. Seus olhos se fixaram em um porta-retrato contendo uma relíquia do passado: uma foto antiga, ele com cerca de 10 anos, seu irmão com 15. A mãe irradiava felicidade, com cabelos soltos e um sorriso cativante, enquanto seu pai carinhosamente a beijava na bochecha. Uma lágrima silenciosa escapou, questionando a possibilidade de reviverem como uma família. Entre pensamentos nostálgicos, um riso amargo surgiu ao perceber a ingenuidade da esperança. A realidade era incontornável; o retorno àquela harmonia era apenas um devaneio.
Secou as lágrimas, se levantou e foi tomar um banho.
Enquanto estava no banho, Hyunjin tentava evitar pensar no estado de sua mãe, mas a inevitabilidade da situação o atormentava. Sabia que o momento difícil se aproximava, e isso o corroía internamente. Recordou as palavras reconfortantes de Minho mais cedo e decidiu adotá-las como um mantra. Comprometeu-se a viver o presente ao lado de sua mãe, buscando aproveitar cada momento.
Após sair do banho, optou por uma calça de moletom e vestiu uma camisa que seu namorado havia esquecido, buscando algum.
Sentado no sofá, mexendo no celular na sala, Hyunjin ouviu a porta se abrir, presumindo ser seu irmão, mas para sua surpresa, era seu pai; involuntariamente, torceu o rosto.
Seu pai seguiu em direção ao quarto, sem sequer olhar para o filho. Hyunjin tentava manter a concentração no celular, mas seus sentidos estavam alerta aos passos do pai. Observou-o saindo do quarto em direção ao quintal e retornando com fúria nos olhos. Hyunjin estava na cozinha, bebendo água, e se assustou ao sentir a presença do pai ao seu lado.
— Onde está sua mãe? — O pai perguntava com a voz baixa, evitando encarar o outro.
Hyunjin nada disse, apenas revirou os olhos, deixou o copo dentro da pia e se preparou para sair da cozinha.
— Me responde.
Sentiu seu pai segurando seu braço com certa força, um aperto que machucava, deixando claro que poderia deixar alguma marca.
— Está me machucando, pode me soltar? — Hyunjin pediu, sem encarar.
—E você acha que eu me importo com isso? — Apertou mais ainda o braço de Hyunjin. — Cadê a sua mãe?
Hyunjin tremeu ao sentir o aperto se intensificando.
— Ela está no hospital. — Utilizou a outra mão para tentar afastar o aperto, mas foi em vão.
— O que ela tem? — O pai viu Hyunjin revirar os olhos mais uma vez e sentiu a raiva tomando conta de si. — Me responde logo, caralho!
— Ela vai ficar internada dois dias, está com anemia e infecção. Você pode me soltar agora? — Hyunjin reclamou, lágrimas prestes a ceder, mas ele se recusava a deixá-las escapar.
— Isso é culpa sua. — O pai não soltou o aperto, pelo contrário, apertou ainda mais. — Se você não tivesse arranjado um qualquer, você ainda estaria aqui, cuidando dela. Mas não, arranjou um idiota, um rapaz que não serve pra nada.
— Não fala assim dele. — Hyunjin empurrou seu pai com tanta força que o fez soltar seu braço, tropeçar na cadeira e cair no chão. Olhando para o pai no chão, expressou raiva. —Nunca mais fale dele. Nunca!
Seu pai levantou na mesma hora, rosto contorcido de raiva, indo para cima de Hyunjin e o agarrou pelo pescoço, apertando com vontade, como se sua vida dependesse disso.
— Você acabou de me empurrar, é isso mesmo? Perdeu o respeito? Tudo isso por quê? Por causa de um homem? Um homem que só está com você por pena? — O mais velho soltou uma risada esganiçada. — Você acha mesmo que merece alguma coisa, Hyunjin? Olha só pra você… chega a dar pena.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Unexpected - hyunho
FanfictionMinho, quase encerrando seu expediente na clínica veterinária, surpreende-se com um barulho na porta. Ao verificar, encontra Hyunjin desmaiado e decide socorrer o rapaz. A partir desse dia, suas vidas se entrelaçaram de forma inesperada.