Duas Coroas - Deuses De Sangue

CAPÍTULO 12

Estavamos á cinco dia de viajem, saimos da torre das sombras á exatamento 3 dias e durante esses 8 dias de temperaturas irregulares mudando do frio ao quente o que mais me irritava era a maneira como ele me tratava. Eu sabia que a minha presença lhe irritava, mas eu também não estava satisfeita em como as coisas estavam. Ainda incomodava a conversa que tive com irmã Ana.

____ Não!

Eu estava com raiva de sua decisão, ferida e magoada. Ela jurou que me protegeria, mas estava me mandando para longe junto à um desconhecido que quase me matou.

____ Sei que não é fácil para você receber isso dessa maneira que...

____ Não, não é. Você me prometeu lembra? Disse que me protegeria, e agora me manda para fora, para longe do único lugar que eu...

Parei, não queria que ela tivesse esse meu sentimento também. A verdade era que eu estava com medo de ir para fora, de enfrentar o mundo lá fora, e eu não estava certa se conseguiria sobreviver a ele por muito tempo. Minhas mãos tremiam, e não consigo escondê-las antes que irmã Ana veja.

____ Querida___ Ela vem para mais perto para olhar em meus olhos cansados___ Nada acontecerá á você

_____ Como você pode ter tanta certeza disso? Me desvicilio de sua mão e me afasto dela.

____ Se lembra da visão que tive quando lhe encontrei?

Faço que sim. Ela não me revelou como e aonde tinha me encontrado exatamente, mas me disse sobre a visão, sobre a cura que eu precisava para encontrar meu caminho, mas na época eu pensei que era sobre meus machucados do rosto e corpo.

____ Essa é a hora de seguir para uma nova jornada. Esse é seu destino e precisa agarrá-lo

____ E porquê tem que ser com ele?! Não confio naquele cara.

____ Ele ainda está muito ferido, e você pelo que parece é a única que pode cuidar dele

____ Não concordo, às outras também são muito boas com cura, ele pode ter o cuidado delas

____ Querida, Aster não é uma má pessoa, ele é o comandante da rainha e amigo do rei, conheço aquele menino desde que era bebê. E ele é o seu destino agora, você entenderá quando perceber que tudo se encaixa como deveria se encaixar.

E assim o fiz, agarrei aquele destino ridículo do qual nunca pedir. Eu cuidava de seus machucados, curava o que estava fraco com o segredo de cura que só nós dois sabíamos. Meu sangue, de alguma forma, era milagroso. Mas não é como se eu recebesse agradecimentos por isso.

____ Não, obrigado

Era sempre assim, ele rejeitava tomar meu sangue, rejeitava a comida que eu fazia e ainda fazia piada de mim para seus amigos soldados que também tinham se juntado a gente. Eu era uma pessoa de 1,58. Com os cabelos raspados, usando trapos que cobriam todo meu corpo pequeno e com uma máscara que me impedia de falar e de mandar todos para o inferno, mesmo que eles não soubessem o que era um inferno. Meu voto de silêncio me impedia de fazer muitas coisas. E mesmo tendo todas essas características, eles ainda sim morriam de medo de mim por ser uma irmã da noite. Eu até que gostava de ser temida, mas não significava que sabia matar como às outras, isso, era algo que eu jamais faria. Todas as noites ele tinha pesadelos e eu tinha que ficar por perto para afastar seus temores. Ele sempre gritava e se debatia, e eu precisava acalmar sua mente com o poder de cura que me ensinaram, não era algo extraordinário como os das outras irmãs, mas pelo menos conseguia afastar pesadelos. O que não se aplicava a mim, pois ao contrário dele, os meus não se distanciavam. Sonhos que eu não sabia porque, insistiam em mostrar algo que eu não entendia o significado.

♧

Tínhamos parado perto de um riacho para descansar. Estávamos á uma semana de viagem. Os soldados estavam cansados mas sabiam como se distrair com jogos e lutas em espécie de treinamento entre si. Estavam aproveitando a calmaria da viagem por falta de monstros e por não estarem no meio de uma guerra. Pegamos um caminho que a guerra não tinha destruído e aonde os monstros não ousavam aparecer. Era o local de descanso dos deuses adormecidos e por tanto livro de algumas infelicidades. Estava um dia calmo e seria mais agradável ainda se ela não estivesse aqui, sua forma silenciosa asustava os homens e me deixava inquieto por saber que seu olhar silencioso por trás daquela máscara me observava a cada passo que eu dava. Eu estava curando muito bem, então não podia reclamar, mas podia me divertir às suas custas.

____ Não vai falar nada mesmo?
Ela continuava calada e olhando não exatamente para mim, mas além de mim, o que me irritava

____ Você é tediante, nunca entendi porque as irmãs usam essas máscaras ridículas.

Tenho que dá crédito pra ela, mesmo zombando de das irmãs da noite ela não se abalava. Ouvir falar que era uma ofensa para qualquer uma delas quando falavam mal de suas máscaras sagradas, mas essa, essa garota que caberia em minhas mãos é diferente de qualquer uma delas. Tiro minhas roupas e jogo nela, sempre me orgulhei de ter um corpo como o meu, tinha perdido peso mas estava recuperando com o tempo o que perdi. Ela mal se mexe, apenas joga minhas roupas no chão. Vou para pequeno riacho, tenho um pouco de dificuldade no começo, mas consigo mergulhar e limpar a sujeira que estava em mim à dias. A água estava tão gelada que meus membros pareciam que iriam congelar ali mesmo. Olho de relance para ela e sorrio.

____ Não vai entrar?
Era como se estivesse falando com uma árvore. Nenhum som.

____ Você que sabe, não vamos ter tanta sorte de encontrar outro riacho como esse por um bom tempo

Ela cruza os braços como se não ligasse, e eu preciso rir disso.

____ Qual é, está com vergonha? Eu juro que não vou olhar ___ faço uma pausa esperando alguma coisa e então falo___ certo, não é como se eu pudesse impedir os homens de ter curiosidade de olhá-la não é?

Ela finalmente se move um pouco e se vira pra mim, e sei que atingir um limite.

Depois de um tempo atormentando ela tive que sair do riacho com um pouco de dificuldade, e com a sua ajuda  ver meu corpo nu também não parecia abalar ela. Sua ajuda não era a pior parte dessa história toda mas sim quando ela me via tendo pesadelos. Eu conseguia sentir suas mãos em mim, tentando acalmar o que quer que me dominasse, ela era a primeira pessoa que conseguia acalmar minha mente, e eu odiava isso, o fato de depender de alguém como ela pra cuidar de mim, era ridículo, eu não aceitava que ela que se chamavam de irmãs da noite matassem e também curassem algo. Mas o alívio que ela me proporcionava era acalentador e era algo que eu não podia admitir. Naquela noite porém eu não sentir apenas um pesadelo mas dois e um deles não era meu.

♧

Quando meu poder desconhecido tocou  fundo em sua mente, ele sabia que tinha seguido algo muito errado. O que era pra ser um campo de trigo virou outra coisa. Eu estava no meu próprio pesadelo esquecido e isso me apavorou, eu estava presa no meu próprio inferno.

♧

Eu estava parado em meio a um exército de monstros, não, pessoas engolidas por uma escuridão violeta, a presença era tão imensa que me deixava paralisado de medo. O exército estava pronto para atacar algo na frente das tropas de um exército de mortos vivos, eu via o medo de cada um deles, um grito é ouvido de longe e o exército  se acumula tão forte quanto o veneno mais forte de todos, e então outro grito, um que carregava medo, morte e desespero. algo, uma energia semelhante a um miasma nos banha tão completamente que cada soldado daquele exército é vaporizado, e tudo se torna vazio, tão silencioso e frio que até a própria terra é embebedada de desespero. Em cima de um pequeno monte uma garota pequena de cabelos muito longos chora com todas suas forças. Não consigo ver seu rosto, tudo em si é escuridão e luz. Ela desmaia e eu sou tirado daquele pesadelo. A garota da noite está em um canto próxima de onde eu estaca dormindo, respirando com dificuldades, às mãos na cabeça

____ Você viu aquilo? ___ Ela nada fala, e não é como ela pudesse falar também, mas mesmo assim espero que ela diga algo___ Não era meu___ diho ,vejo sua respiração se acalmando aos poucos___ Se não era meu, então de quem era aquele pesadelo?

Sua resposta? Ela se levantou e saiu. Naquela noite os únicos pesadelos que tive foram os meus, e eles diferente das outras vezes, foram mais agradáveis do que aquele que vi.