WARRIORS

EVIL HAS NO BOUNDARIES

Olá, bem vindos a nossa nova história. Espero que gostem.

Boa leitura

O altar de pedra no fundo de uma caverna escura, estava rodeado de pessoas voltadas para o seu sacerdote. O grupo de cinquenta pessoas de diferentes espécies, incluindo humanos, usavam longas túnicas e luvas brancas, as máscaras brancas cheia de símbolos mágicos desenhados que se destacavam na iluminação das tochas presas às paredes.
O homem no altar usava dourado apontando sua posição na hierarquia. Na sua frente, havia um fosso de pedra com símbolos entalhados. Do seu lado direito seis meninas com vestidos brancos, do lado esquerdo, seis meninos com batas brancas. Cada criança tinha exatamente doze anos, cada uma nascida em um mês diferente, completando o ciclo de um ano. Atrás de cada um deles havia um carrasco. O sacerdote ergueu os braços e recitou versos em latim. Versos de uma profecia antiga que decretava o renascimento de um ser poderoso que traria sua vingança e colocaria fim à magia e ao mundo sobrenatural.
Quando terminou de recitar os versos dedicou o sacrifício à entidade do abismo. Os carrascos cortaram as gargantas das doze crianças deixando o sangue escorrer para dentro do fosso. O sacerdote dourado colheu um pouco do sangue sacrificial em uma taça de ouro. Os membros da seita se colocaram em uma fila para receber a marca sangrenta na testa enquanto entoavam cânticos rituais. Quando todos receberam a marca, o sacerdote voltou para o altar e retirou sua máscara.
A aparência do homem, por trás dos atos hediondos, não era esplêndida, nem mesmo mediana. Era um homem franzino com o rosto doentiamente magro, as maçãs do rosto eram fundas, a pele enrugada e olheiras profundas. Seus cabelos eram brancos e ralos, e seu semblante não era assustador, era brando quase generoso, tão comum que qualquer um cederia facilmente o lugar para ele nas filas de supermercados, ajudaria com as sacolas, o tipo de idoso com muitos netos e doces nos bolsos. Ninguém jamais pensaria nele como um arauto do mal prestes a destruir o mundo sobrenatural. Todos os seus asseclas tiraram as máscaras revelando rostos conhecidos e desconhecidos.
"Irmãos e irmãs…” Falou alto, sua voz tinha uma leve rouquidão. “Hoje, testemunhamos o nascimento de uma nova era que nascerá com a destruição do mundo sobrenatural e toda a magia. Com orgulho e determinação, oferecemos o nosso sangue para trazer de volta nosso mestre, Abyss, alimentando-o com o poder que desejamos extinguir: a magia…” Todos gritaram animados em concordância. “Hoje, o abismo será ativado para erradicar  a magia e todas as criaturas abomináveis que caminham pelas trevas. A partir dessa noite, nossos inimigos se contorceram em agonia, mas sua dor será a sinfonia do nosso triunfo.” Os ânimos se exaltaram de felicidade. “Abrimos as portas para a destruição da magia, dos antigos ritos e do mundo sobrenatural. Somente àqueles que servem ao nosso mestre manterão suas verdadeiras naturezas… Que o abismo faminto devore tudo, afundando este mundo em escuridão, enquanto erguemos o estandarte da nossa vitória sobre seus corpos e seus antigos lugares sagrados. Essa noite, nosso sacrifício será recompensado e os destinos dos mortais e imortais estão selados. Que Abyss, o senhor do abismo, nos abençoe. Que sua vingança seja severa… assim seja.”
Quando o discurso acabou o sangue começou a girar no fosso se tornando um turbilhão vermelho. A energia desencadeada atingiu as linhas de Ley, absorvendo lentamente a magia.

Stiles e Scott estavam sentados ao redor da mesa de alumínio da clínica veterinária, Deaton explicava as propriedades de cada um dos ingredientes dos vidrinhos enfileirados. Scott anotava tudo enquanto Stiles mexia em todos, curioso.
“Por que nós temos que saber de tudo isso mesmo?” Stiles perguntou olhando um frasco estranho.
“Não vou viver para sempre e emissários não estão caindo de árvores, se algo acontecer comigo, vocês precisam conhecer pelo menos o básico.” Respondeu observando o filho do xerife. “Principalmente você, Stiles, tem coisas que só um humano pode fazer, como manipular as cinzas da montanha no estacionamento, se lembra?”
“Ah, é verdade, mas eu não sou um emissário.”
“Mas pode se tornar, eu posso te treinar se você quiser, Stiles, você tem potencial, tem a faísca…” Deaton falou. “E além disso, você já faz esse papel, de certa forma.”
“Isso é verdade, Stiles.” Scott concordou. “Você fez muito bem naquele estacionamento.”
“Sim, teria sido ótimo se a mãe da Alisson não tivesse quase te matado.” Lembrou. “Minha barreira tinha ficado incrível até o Derek me obrigar a abrir e Kanima fugir.” Resmungou.
“Vocês dois podem focar no que importa nesse momento? Eu tenho um paciente em meia hora.” Deaton chamou atenção da dupla.
“Certo, à aula de bruxaria druida.”
“Vou te dar um pouco desses ingredientes, afinal você precisa se defender do sobrenatural.” O druida juntou em uma pequena aljava vários saquinhos com Cinza da montanha, freixo, tramazeira, acônito e outros.
“Obrigado, vou colocar no meu cinto de utilidades.” Deaton revirou os olhos e entregou uma adaga de madeira. “O que é isso? Uma arma de brinquedo? Vai ficar legal na minha estante.” Analisou o objeto.
“É feito de tramazeira e consagrado com magia druida. É para você!” Scott olhou curioso, Alan abriu a boca para avisar, mas era tarde demais, o Alfa tocou no objeto e foi repelido, lançado contra a parede. “Não toque… não vai ser destruído tão fácil como madeira comum.”
“Por que só o Stiles está ganhando presente?” O Alfa perguntou indignado, se levantando.
“Porque eu sou mais bonito e você tem garras e olhos vermelhos. E eu…”
“Tem sessenta quilos de pele pálida e ossos frágeis, eu sei.” Scott completa rindo.
“Aprendeu direitinho…” Os dois olharam para Deaton quando um frasco se quebrou e seus olhos ficaram brancos. “Deaton?” Scott correu para o druida.
“O Nemeton acordou!” A voz do druida soou metálica.
“Como assim, o Nemeton acordou, isso não precisa de sacrifício ou coisa assim?” Scott perguntou quando os olhos do druida voltaram ao normal.
“O Nemeton acordou!” Morell entrou na clínica como um furacão.
“Ah, legal, alguém pode dizer o que isso significa exatamente?” Stiles perguntou.
“Que alguma coisa muito ruim está acontecendo.” Morell respondeu.
“Maravilha, lá se foi nossa Regressão à média.” Stiles comentou olhando para Scott.

Na Preserva, sobre o tronco cortado, uma silhueta de pura luz olhava ao redor. O espírito do Nemeton, a magia desperta. A entidade podia ver as linhas de Ley ganhando vida. Mas também podia sentir a energia sendo sugada.
“Nosso mundo está ruindo…” A voz passava através das linhas. “Precisamos de ajuda.”
“Devemos reunir seis pessoas para ser nossos campeões na luta contra Abyss.” Outra voz respondeu. “Precisamos jogar Abyss de volta ou nosso mundo será destruído.”
“Eu voto em convocar o Alfa Mccall e seu bando.” Outra voz surgiu.
“Não, o que faz o Alfa Mccall apto para ser um Alfa Verdadeiro, não o faz apto para essa batalha, seu poder vem da sua honra e bondade.  O que o tornou forte vai torná-lo fraco. Precisamos de mais, precisamos de pessoas capazes de se sacrificar, mas também de matar, precisamos de guerreiros, não de heróis.” A voz ecoou no Nemeton.
“Não importa… Convoque seus guerreiros, então… Abyss ressuscitou e precisamos agir.”

Seis corpos jaziam sob a sombra do velho carvalho, no meio do salão branco, os pulsos abertos vertendo sangue, alimentando as raízes da árvore sagrada. Ligando suas vidas a vida do Nemeton.
“Um filho da magia, um filho do homem, um filho de Lilith, um filho da besta, um filho de anjo e um filho da serpente.” A vozes da entidade ecoou. Em breve a jornada irá começar.
“Tem certeza de sua escolha? Lembre-se que está colocando nosso destino em suas mãos.” Uma voz perguntou.
“Aithnihear an leomhan air scriob de iongann.” O espírito do Nemeton respondeu.

*Aithnihear an leomhan air scriob de iongann (provérbio gaélico) - Você pode reconhecer um leão pelos arranhões de suas garras.