WELCOME TO HELL - Parte III

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Olá. Lembrando a todos os meus amados leitores que estamos chegando ao fim dessa jornada. E para aqueles que acompanharam e estão com saudades do Universo de Limbus teremos um extra de Halloween (será postado em Black SNAKE).

Boa leitura!

“Nós temos que tirar eles de lá.” Stiles correu até a porta tentando retirar as pedras do caminho.
“Stiles…” Eric segurou seu ombro. “Espera!”
“Esperar? Eles estão soterrados.”
“Espera… Estão ouvindo isso?” Os quatro ficam em silêncio.
“Código morse.” Damon falou prestando atenção.
“O que estão dizendo?” Alec cochichou a pergunta.
“Estamos bem, sigam em frente.”  Damon respondeu. Eric pegou uma pedra e começou a bater formando um código. Esperaram resposta.  “Não estamos feridos. Continuem procurando.”
“Então o que? Deixamos eles aí?” Stiles não queria parecer tão irritado.
“Não temos muito tempo, Sti, vamos nos encontrar com eles lá.” Alec tentou acalmá-lo.
“E se não chegarem?”
“São Klaus e Richard, eles vão arrebentar as paredes e chegar antes de nós.” Damon sorriu.
Os quatro ficaram em guarda quando um homem apareceu no final do corredor, ele era alto, bem construído, tinta preta ao redor dos olhos, vestido com roupas tribais e carregando uma espada nas costas. Ele acenou para que eles o seguissem.
“Uma armadilha?”
“Provavelmente.” Damon fez uma careta. O homem grunhiu irritado quando os quatro não se moveram.
“Sigam Zolo!” O homem grunhiu em um inglês pobre com a voz rouca como se não a usasse com frequência.
“Eu não vou seguir esse cara.” Damon falou.
“Eu sei quem ele é.” Alec falou de repente chamando atenção dos outros.
“Você sabe?”
“E vocês também, Richard já falou sobre ele, Zolo, o líder dos guerreiros jaguar.” Stiles olhou para o homem irritado.
“Você é amigo do Richard?” Zolo não respondeu.
“Você é amigo do Lorde?” Eric tentou.
“Lorde!” Repetiu acenando e os quatro foram atrás dele.

“Essa foi sua melhor ideia?” Klaus reclamou se remexendo no espaço apertado. “Me puxar pra essa tumba? Esse caixote claustrofóbico?” Richard puxou os dois para dentro do sarcófago de pedra assim que os escombros começaram a cair, por sorte estava vazio, mas era apertado e os dois tinham seus movimentos limitados. Klaus estava deitado sobre o corpo do Culebra tentando empurrar a tampa pesada.
“Klaus, você pode, por favor, parar de se mexer?” Reclamou enquanto deslizava os dedos nos relevos na parte interna da tampa. “Tem metade de um templo em cima dessa tampa.’
“Parar de me mexer? Eu estou tentando nos tirar daqui e você está fazendo o quê?” Klaus retrucou empurrando desajeitado a tampa.
“Para de se mexer!” Pediu entre os dentes.
“Para de me dar ordens.” Klaus suspirou. “O que está fazendo?”
“Acho que tem alguma coisa escrita aqui.” Continuou deslizando suavemente os dedos nos criptos. Klaus começou a ficar nervoso se remexendo e empurrando as paredes.
“KLAUS…” Gritou irritado. “Para de esfregar sua bunda no meu pau!” O híbrido parou de se mexer imediatamente. “Obrigado.”
“Aproveita e pensa em um jeito de nos tirar daqui ao invés de pensar besteira.”
“É meio difícil raciocinar quando o sangue que deveria irrigar meu cérebro está indo pra outro lugar.”
“Por favor, cala a boca!”
“Eu não consigo abaixar os braços, não tem espaço…” Richard tinha certeza que a resposta para tirar os dois da caixa de pedra estava na tampa. “Pode tentar pegar a lanterna no bolso da minha calça?”
“Tá bom, espera.” Klaus começou a fazer contorcionismos para conseguir encontrar o bolso enquanto Richard se esforçava para pensar em qualquer coisa com o outro se esfregando nele novamente. “Acho que peguei, como isso coube no seu bolso?” Richard mordeu o lábio inferior.
“Nik, isso com certeza não é uma lanterna.” O híbrido retirou a mão batendo o cotovelo na parede. “Obrigado.” A lanterna pequena caiu.
“Você poderia ter me avisado.” Klaus murmurou pegando o objeto e entregou para o Culebra.
“Estou me esforçando muito aqui pra não te…” Richard parou de falar e ligou a lanterna. “Só fica imóvel.” Klaus obedeceu porque naquele momento ficou bastante consciente da posição em que se encontrava. Ele ficou alguns minutos em silêncio olhando as figuras que Richard tentava traduzir. “Você está bem?”
“Por que a pergunta?”
“Você acabou de matar o seu pai.”
“Não foi a primeira vez.” Engoliu seco e voltou a ficar quieto por um tempo. “Richard.”
“Humm?” Resmungou concentrado.
“Você bebeu o sangue do Mikael…” O Culebra olhou de soslaio, a cabeça do híbrido pendia em seu ombro.
“Sim e tinha gosto de merda!”
“Você sabe porque ele nunca me amou?” Richard pensou que devia ser difícil ser uma pessoa sensível como Klaus, mil anos sofrendo por um amor inútil.
“Desculpe, eu só consigo descobrir a resposta quando ela existe, Mikael não sabia.” Ele gostaria de ter algo  melhor para dizer.
“Ele me destruiu, me transformou nessa figura fraca, paranoica, controladora, nesse monstro, e nem consigo saber o porquê.” Richard não podia ver o rosto de Klaus, mas podia sentir a dor emanar dele.
“Você está errado, Mikael não destruiu você…” Falou em tom suave e rouco. “Você ainda é o mesmo menino inteligente, forte, talentoso e gentil que nós conhecemos quando vimos sua memória, você apenas o mantém escondido e protegido desse mundo terrível, ele vive aqui…” Richard passou o braço com dificuldade e pousou a mão no peito do híbrido. “Mikael nunca tocou naquele menino.” Klaus apertou os lábios como sempre fazia. “Eu posso ver a alma das pessoas, esqueceu?”
“Eu não acredito nisso, mas obrigado, mesmo que isso não responda o que eu sempre me perguntei.”
“Quer saber o que eu acho? Mikael era um amargurado, ele não odiava você, ele sabia que de todos você era o melhor filho e não era dele, ele não contribuiu para sua grandeza então preferiu te odiar.” Deu de ombros. “Só um amor tão grande pode se tornar um ódio tão obstinado.” Klaus bufou achando um pouco ridículo o que ouviu, mas sorriu porque queria acreditar.
“E você?”
“Eu?” Richard voltou a traduzir as imagens.
“O que você sentiu quando matou seu pai?”
“Eu nunca pensei muito nisso, mas acho que me senti feliz, aliviado, livre…” Respondeu prestando atenção no trabalho. “Eu queria poder dizer que me senti como você ou como Seth, mas a verdade é que eu não o amava e não me importava com ele, eu estava feliz porque meu plano deu certo e Seth nunca mais seria o saco de pancadas do velho Ray. Durante muito tempo eu pensei que ele nos odiasse, que ele odiava mais o Seth, mas quando eu olho pra trás, acho que era o contrário.”
“Como assim?”
“Acho que ele exigia mais do Seth, o forçava a aprender mais, o castigava mais e de um jeito distorcido, se importava mais com ele e Seth no fundo sabia, por isso ele me olhou com tanto desprezo quando descobriu. Eu nunca senti nada!”
“Talvez seja bom não sentir nada.” Klaus ponderou.
“Você tem alma de artista…” Richard aspirou o perfume dos cabelos do outro. “Os artistas sentem mais, sentem tudo. Quando tudo isso acabar, esqueça Mikael, só assim se tornará o Rei Lobo que sonhou que seria.” Voltou a dar atenção às imagens. “Acho que é isso.”
“O que?”
“Se eu apertar aqui…” Tocou em uma imagem de alto relevo e depois em outra no lado oposto. “E aqui, ao mesmo tempo, vai… AAAAAAHHH!”
“AAAAAAHHH!” A parte de baixo do sarcófago de pedra se abriu e os dois caíram em um lago escondido. Saíram da água profunda com um pouco de dificuldade por causa do limo nas pedras. “Um aviso da próxima vez.” Resmungou torcendo a barra da camiseta.
“Eu não sou vidente.” Richard respondeu olhando ao redor do lago. “Você viu meus óculos?”
“Pelo amor de Deus, Richard, você não precisa de óculos.”
“Eu sei, mas eu gosto, me faz parecer inteligente.” Deu de ombros escovando os cabelos molhados com os dedos.
“Você não precisa parecer inteligente, precisa ser inteligente e isso você é.” Olhou para a caverna com iluminação precária. “Perdeu a lanterna também, né?” O Culebra abriu os braços e franziu a testa. “Você acha que os outros estão bem?”
“Sim, estão bem… Vamos, me ajude a encontrar… Um lobo?”
“E como é que você espera encontrar um lobo aqui?” Klaus colocou as mãos na cintura.
“Não, um lobo…” Apontou para o desenho na pedra atrás dele, Klaus se virou para olhar, ambos foram até lá. “Tem uma serpente do outro lado.” Richard foi até o lado oposto. “Acho que temos que empurrar.” Klaus fez o que foi dito e nada aconteceu.
“Vamos fazer isso ao mesmo tempo como você fez lá em cima.” Ambos empurraram e um estrondoso barulho de pedra se movendo estremeceu a caverna. Uma porta se abriu. O Culebra se adiantou para entrar, mas Klaus o impediu colocando o braço na frente. “Espere!” Verificou o lugar antes de deixar que o outro entrasse. “Acho que é seguro.”
“Ok, obrigado.” Entraram juntos, não era uma passagem, era uma pequena gruta cheia de desenhos antigos. “São pictogramas, contam sobre os antigos deuses do Submundo. Não é relevante pra nós.” Falou encarando o cripto de uma figura com asas de borboleta.
“Você acha que o espelho está aqui?” Klaus apontou para uma pedra com dois criptos, um lobo e uma serpente.
“Se não for, estamos perto.” O Culebra analisou as figuras afastadas por centímetros, segurou as duas. “É uma fechadura igual à que tinha onde encontrei o sangue da Kisa.” As uniu e a parede se abriu revelando uma pequena ânfora de barro, rústica com inscrição rúnica. Klaus se aproximou.
“O sangue da serpente e do lobo é a chave.” Leu. “Acho que encontramos.” No fundo da ânfora havia finas canaletas formando um lobo dentro de um olho igual ao que estava esculpido na faca de Richard. “Por que um olho?”
“Representa a Serpente da visão.” Pegou a faca do bolso e abriu a mão para fazer o corte.
“Espera…” Klaus segurou a mão do outro. “Preciso fazer uma coisa antes.” Richard ficou confuso quando o híbrido colocou a mão firme em sua nuca e o puxou para um beijo gentil, eles se afastaram um pouco e se encararam, Richard colocou a mão na cintura de Klaus e o puxou para outro beijo, profundo e cheio de desejo. Ambos se separaram e Klaus soltou sua mão. “Não queria que pensasse que eu ia fazer isso por causa da ligação.”
“Pensei que isso nunca mais iria acontecer.” Richard comentou lambendo os lábios úmidos.
“Fica quieto se quiser manter a língua dentro da boca.” O híbrido rosnou.
“Dentro da minha boca ou da sua?” Brincou. Klaus agarrou a faca e segurou a mão do Culebra, cortando. “Aiii. Doeu, acho que vou precisar de um beijinho pra sarar.”
“Você é o Damon agora? Eu vou matar você e jogar o corpo nesse lago.” Cortou a própria mão e segurou a do outro fazendo o sangue escorrer dentro da ânfora. A ânfora se partiu quando o local onde estava se abriu revelando uma caixa de madeira. “Salgueiro.” Klaus comentou segurando a caixa e retirando, uma outra porta se abriu.
“Você conhece a madeira pelo cheiro?” Abriram a caixa para verificar se o último pedaço de espelho estava lá.
“Eu sou um lobo.” Segurou a caixa e andou até a porta. “Vai ficar aí?”
“Ainda não.” Richard ficou sério de repente e foi atrás do híbrido. “Vamos encontrar as crianças.” Assim que saíram encontraram os outros se aproximando.
“Como chegaram aqui tão rápido?” Damon perguntou. “Por que estão molhados?”
“Nós caímos.” Klaus respondeu desgostoso.
“No lago.” Richard completou.
“Quem é ele?” Klaus estreitou os olhos.
“Ah, esse é o…”
“Zolo.” Richard abriu um sorriso e foi até o homem que o encarou e falou alguma coisa em um idioma desconhecido. O Culebra o abraçou sorrindo e respondeu no mesmo idioma.
“Para alguém que não leva jeito com as pessoas esse cara conhece gente demais.” Stiles torceu os lábios.
“Porque é um sonso!” Klaus rosnou e olhou para a runa em seu pulso.
“Muito!” Damon cruzou os braços.
“Quando eu me irritar…” Eric não concluiu, Alec puxou Richard de perto do guerreiro.
“Chega!”
“Ah, desculpe, esse é o Zolo, líder dos guerreiros jaguar…” O Culebra apresentou animado. “Eles são a Delta force, Chuck Norris xibalbanos.”
“Tá animadinho, né?” Stiles estreitou os olhos.
“Sim, ele me ajudou muito no tempo que passei no Xibalba.”
“Eu vou matar esse sonso um dia desses.” Klaus se irritou.
“Depois você conta sua história de amor, precisamos encontrar a porta!” Eric interrompeu.
“Hum, porque tem dois caras amarrados?”
“Por que Alaric está aqui?”
“Nós caímos nas armadilhas do labirinto. Eu caí em uma ilusão que me desestabilizou e Alaric me atacou.” Damon coçou a cabeça, constrangido.
“Eu fui atacado pelo Jace, ele está possuído.” Alec relatou, assim como Eric e Stiles.
“Eu falei pra vocês tomarem cuidado!” Richard balançou a cabeça. “O labirinto é traiçoeiro.”
“E você?”
“O que tem eu?”
“O que você viu?” Damon perguntou.
“Nada, eu não vi nada e não encontrei ninguém.” Mentiu e Eric o encarou. “Vamos embora, Zolo vai nos mostrar o portal.”

WARRIORSOnde histórias criam vida. Descubra agora