𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:26

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07 de abril de 2023 | São Paulo - BR

Cheguei no CT de táxi e vi que o ônibus do São Paulo havia acabado de chegar. Esperei os jogadores descerem do ônibus e abracei o Luciano quando o vi.

Jogou bem, mané - Sorrio.

Valeu, chata - Ele bagunça o meu cabelo.

Se comportou bem enquanto eu estava fora? - Pergunta.

É - Concordo depois de pensar um pouco.

Vou pra casa descansar, bom trabalho pra tu - Ele dá um beijo na minha bochecha.

Obrigada, bom descanso - Sorrio.

Os jogadores geralmente não treinam após essas viagens cansativas, só voltam no dia seguinte. Todos começaram a ir embora e eu fui até a sala que posso chamar de minha. Me sentei na mesa que havia o meu nome e peguei uma pasta de documentos na primeira gaveta. Organizei os papéis em ordem alfabética e terminei em pouco tempo.

Se você quiser, podemos ser um caso indefinido e nada mais - Canto baixinho.

Apenas bons amigos, namorar, casar, ter filhos - Continuo.

Essa é a minha vibe, começar a cantar do nada. Uma maluca, talvez?

Passar a vida inteira juntos - Guardo a pasta na gaveta novamente.

Fui surpreendida com alguém me abraçando por trás e descobri quem era graças ao perfume, maravilhoso, que usava. Jonathan deu um beijo na minha bochecha e puxou uma cadeira, se sentando ao meu lado.

Está muito ocupada? - Ele pergunta.

Um pouco, pra falar a verdade - Digo dando toda a minha atenção a ele.

Sua voz é linda, por que não investe na carreira de cantora? - Ele sorri.

Você é muito mentiroso, cara - Rio.

Você gosta de cantar? - Pergunta.

Eu canto o que eu sinto, ou o que está tocando - Digo e ele ri.

Bem interessante saber disso - Ele diz.

Será que eu posso te fazer companhia? - Pergunta.

Deveria ir descansar - Digo.

Eu vim para treinar, mas perdi o ânimo, não tem graça treinar sozinho - Diz.

Imagino - Sorrio levemente.

Te atrapalho se eu ficar? - Pergunta.

Imagina - Digo.

Voltei a minha atenção para a agenda que estava na minha frente e me concentrei na leitura das anotações. Demorou menos de três minutos para eu me desconcentrar novamente, foi só olhar para o lado de relance e ver que o argentino me olhava incansavelmente.

Algum problema? - Pergunto.

Não, eu gosto de te observar - Diz.

Entendi - Rio levemente.

Você quer ajuda? - Pergunta.

Acho difícil que você consiga me ajudar - Olho totalmente para ele.

Tenta, não tenho graduação mas fiz o ensino médio todo - Diz apoiando os braços na mesa.

O clube está com milhões e milhões de dívidas, e não ganha nem um terço do valor durante o ano todo porque não ganha títulos que o prêmio seja favorável, fora os salários de todos os atletas - Digo.

𝙰𝙿𝙴𝙽𝙰𝚂 𝚄𝙼 𝚂𝙾𝚁𝚁𝙸𝚂𝙾 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora