𝙲𝙰𝙿Í𝚃𝚄𝙻𝙾:04

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20 de janeiro de 2023 | São Paulo - BR

Fui conversando com o motorista durante o percurso, ele era um senhor muito gente boa. Ele me deixou na frente da balada que eu escolhi e eu saí do carro. Era uma que eu ia sempre, não sou de conhecer muitos lugares então sempre procurei vir na mesma, mudou um pouco por eu não ter frequentado durante alguns anos.

Entrei após passar pelos seguranças e estava uma bagunça do lado de dentro. Eu fui direto até o bar e peguei um drink. Confesso que esse lugar me entediava, passei longos minutos apenas olhando para o meu copo no balcão, mas é melhor do que ficar na casa de Luciano olhando para o teto.

Vi um rapaz do outro lado do bar e ele começou a me olhar também. Ele começou a caminhar e eu desejei mentalmente para ele não estar vindo até mim.

Oi, moça - Ele diz.

Oi - Dou um leve sorriso.

Sozinha? - Ele sorri.

É, queria me divertir um pouco - Digo.

Ainda está afim? - Ele pergunta.

De que? - Pergunto.

De se divertir - Ele diz.

Que tipo de diversão? - Pergunto.

Era um homem bem atraente. Musculoso, alto, moreno com o cabelo cacheado, tinha muitas tatuagens e um piercing no nariz.

Vamos começar com algumas doses - Ele diz rindo e se senta do meu lado.

Gosta de que? - Ele pergunta.

Tequila - Digo.

Ele pediu dois copos de tequila e deu um deles para mim, eu comecei a tomar e me arrepiei com o líquido queimando a minha garganta.

Você acha possível se divertir vindo para uma balada sozinha? - Ele pergunta.

Acredito que sim, beber já é uma diversão pra mim - Digo.

Você passa a imagem de alguém que teve que fugir dos pais para vir pra cá. Não é, mocinha? - Ele ri.

Quase isso - Rio.

E não me chame assim, me sinto uma criança - Digo.

Antes de qualquer coisa, me diz a tua idade. Só pra eu ter certeza que não estou indo contra as leis - Ele diz.

Tenho vinte e quatro aninhos - Digo.

Vinte e quatro anos? Está brincando comigo? - Ele pergunta.

Não - Rio.

Eu diria no máximo dezoito anos - Ele diz.

Já passei dos meus dezoito anos há tempos - Digo.

E você? Quantos anos? - Pergunto.

Trinta anos - Ele diz.

Eu diria no máximo vinte e cinco - Rio.

Fico sem graça assim - Ele diz.

Estou sentindo o cheiro de alguém que está querendo pegar alguém - Digo desinteressada

Não está errada - Ele sorri.

Já saiu procurar a escolhida? - Pergunto.

Já achei - Ele diz me encarando.

Ele se aproximou e me beijou enquanto segurava na minha nuca. Eu continuei o beijo e sentia o álcool misturado com a nossa saliva. O beijo era mediano, beijei melhores.

𝙰𝙿𝙴𝙽𝙰𝚂 𝚄𝙼 𝚂𝙾𝚁𝚁𝙸𝚂𝙾 | 𝗝𝗼𝗻𝗮𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗖𝗮𝗹𝗹𝗲𝗿𝗶Onde histórias criam vida. Descubra agora