Capítulo 70

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Leonel acordou do sono com o som de batidas. Nelly parecia ter voltado para seu quarto.

O céu, antes sereno até momentos antes de ele dormir, ficou escuro como breu.

"De novo..."

Leonel cobriu os olhos com as costas da mão. Ele caiu em um sono profundo mais uma vez. Desde que voltou do campo de batalha, ele podia contar nos dedos as vezes em que dormiu profundamente.

'Mas recentemente, tenho dormido profundamente com bastante frequência.'

Mesmo quando estava com seus subordinados de confiança, ele não caiu em um sono tão vulnerável.

Ele estava sempre nervoso. Até mesmo o som do vento soprando entre os galhos poderia acordá-lo.

Levance mencionou que Leonel costumava dormir no escritório, mas na verdade não podia chamar isso de sono.

Ele cochilava brevemente e acordava repetidamente, ouvindo os sons fracos de Lizzy e Levance se movendo. Era menos cansativo ficar acordado continuamente do que passar por esse ciclo repetidas vezes.

TOC Toc.

O som da batida o tirou de seu devaneio.

Leonel sentou-se e passou a mão pelos cabelos, tentando organizar os pensamentos.

"Entre."

O mordomo abriu a porta e, por um momento, sua expressão mostrou surpresa com o interior mal iluminado.

"Achei que não havia ninguém aqui porque está muito escuro."

Leonel não disse nada, mas não conseguiu fugir do olhar atento do mordomo. Ele notou que um pouco do cansaço havia desaparecido do rosto de seu mestre.

O mordomo chamou os criados e baixou o lustre para iluminar o ambiente. Quando a sala iluminou e os criados foram embora, Leonel foi até sua mesa.

O mordomo se aproximou de Leonel.

"Você dormiu bem?"

Leonel hesitou por um momento antes de concordar. O mordomo sorriu significativamente.

"Algumas horas atrás, vi o gerente no corredor em frente ao escritório."

"... O sono fica mais fácil quando ela está por perto."

Ele acrescentou como se estivesse oferecendo uma desculpa após um breve silêncio. O mordomo reconheceu isso graciosamente, contendo a vontade de perguntar quando tudo começou.

"É uma ocorrência incomum."

Na verdade, era incomum. O mordomo observava Leonel desde pequeno.

A insônia de Leonel começou depois que seus pais faleceram num acidente de carruagem.

Foi um acidente causado pela liberação da roda da carruagem pouco antes de o servo de confiança da família, que era próximo do duque, cair de um penhasco.

Não foi um mero erro; foi um assassinato.

Descobriu-se que alguém recebeu dinheiro, mas o mentor permaneceu indescritível, pois o corpo do servo foi descoberto.

Leonel negou que alguém próximo dele fizesse tal coisa.

Contudo, a rainha especulou que o tio de Leonel, Devondus Altwood, era o culpado.

'Você tem provas?'

'Eu não. Cabe a você acreditar ou não.

'Mesmo que seja meu tio, ele ainda é da família. Não acredito que ele mataria meus pais.'

Duke, Please Fail!Onde histórias criam vida. Descubra agora