Duke, Please Fail!

Side Story 2

Será que esqueci há muito tempo que existem nomes que não atendem quando você liga?

"Nelly."

É por isso que você não pode atender minha ligação?

"Por favor, abra os olhos."

Até mesmo implorar foi em vão. O peso de você caindo em meus braços ainda parecia palpável.

Apoiei cuidadosamente suas costas e puxei você para um abraço. Seu braço flácido pendia em direção ao chão.

"Tua graça. Foi relatado que havia arsênico na salada que o gerente comeu."

Seus olhos fechados pareciam alguém dormindo no jardim.

Sim. Você acabou de cair em um sono um pouco mais profundo. Pode ser porque você estava exausto o suficiente para pedir férias. Você pode ter caído em um sono mortal porque estava cansado.

Eu levantei você, profundamente adormecido.

"Tua graça. Onde você está indo?"

"Tua graça."

Ignorando as vozes chamando por trás, fui em direção à torre oeste.

As empregadas que encontrei me cumprimentaram silenciosamente com gestos respeitosos, aparentemente não querendo te acordar. Entrei no quarto e deitei você na cama.

Nada foi diferente do habitual. Tudo estava igual, a ponto de uma sensação de irrealidade se insinuar.

"Mas por que...?"

Por que não consigo ouvir sua respiração? Por que seu coração não está batendo normalmente?

O único som que retorna enquanto você segura e tenta protegê-lo é a respiração de uma pessoa.

Não importa o quanto eu abrace e tente proteger você, a temperatura do seu corpo cai rapidamente. Senti seu corpo enrijecer gradualmente.

Mudanças que não podem ser interrompidas pela força humana estavam afastando você de mim.

"Não..."

Depois do jantar, eu tinha algo para te contar.

"Não é que eu não pudesse confiar em você."

Graças a você, escapei de pesadelos. Eu podia sentir plenamente a primavera.

A razão pela qual não deixei você sair da propriedade não foi por desconfiança. Foi porque você era precioso demais e eu queria mantê-lo ao meu lado, para não perdê-lo. Então, eu era ganancioso.

A tristeza permeia todo o meu corpo. Emoções que tentei desesperadamente suprimir surgiram no lugar do sangue.

"Eu te amo, Nelly. Você..."

Eu me agachei em sua direção. O corpo gelado toca minha testa.

Meus olhos estão quentes como se estivessem queimando. A visão alterna entre embaçada e clara. Lágrimas escorrem pelo meu rosto como neve caindo. Porém, mesmo encharcado de lágrimas quentes, não houve retorno de calor ao corpo frio.

A cada expiração, parecia que pude ouvir suas últimas palavras.

'Vossa Graça, viva... vingança...'

Naquele momento, o tempo passou muito devagar e, no limite da reminiscência, havia uma íris vermelha distorcida, como se estivesse capturando uma presa indesejada.

"Tio."

Mais uma vez, ele fez isso. Ele tirou minha pessoa mais preciosa mais uma vez.

Por que? O que você fez de errado? Que pecado você cometeu?