Capítulo 68

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A atmosfera dentro da carruagem era bem diferente de quando se dirigiam para a capital.

Ao contrário de Nelly, que fazia o possível para não olhar para Leonel, ele não conseguia tirar os olhos dela.

Seu olhar permaneceu em seu cabelo despenteado por um momento antes de mudar para suas bochechas. Quando ele se lembrou de como eram macios, as pontas dos dedos de Leonel formigaram.

Ele conteve o desejo de tocar.

Em vez disso, ele ocasionalmente piscava fortemente os olhos e olhava para os lábios secos dela.

Incapaz de suportar seu olhar persistente, Nelly tocou nervosamente sua orelha corada e perguntou, inquieta.

"Você tem algo a dizer?"

Não havia nada a dizer. Ele estava apenas observando, incapaz de tirar os olhos dela.

Leonel, olhando para as íris verdes que pareciam relativamente profundas devido à sombra, respondeu lentamente.

"Não."

Nelly olhou para o livro novamente, literalmente apenas olhando para ele. Leonel ia dizer que estava olhando a mesma página há 4 horas, mas segurou a língua.

Foi porque ele percebeu que já se passaram cerca de 4 horas desde que começou a observar Nelly sentada ali.

Assim que percebeu isso, Leonel tentou desviar o olhar para outro lugar. Mas não muito depois, voltou para ela.

Cada vez que a carruagem sacudia, Nelly franzia as sobrancelhas como se seu corpo estivesse doendo. Um pequeno punho bateu em sua cintura.

Foi uma visão lamentável. Ele estava prestes a sugerir que ela aplicasse uma pomada para dor muscular quando a carruagem parou.

"Vossa Graça, chegamos."

A expressão de Nelly iluminou-se instantaneamente. Ficou claro que ela queria pular da carruagem imediatamente.

'Devo ter ficado olhando demais.'

Leonel sentou-se em silêncio e refletiu sobre suas ações, o que era raro para ele. Nelly aproveitou a oportunidade e desceu rapidamente da carruagem.

"Vossa Graça, vou entrar primeiro para que você possa se refrescar."

"Parece que você esqueceu que moramos juntos."

Ele murmurou em desaprovação para Nelly, que queria fugir, mas seu tom mudou depois que as palavras saíram de sua boca. Os olhares das pessoas que descarregavam a bagagem fixaram-se subitamente nos dois.

Nelly tinha tanto a dizer que congelou, os lábios fechados como se fosse uma pessoa que não conseguia falar nada. Leonel colocou levemente a mão nas costas dela e caminhou em direção à mansão. Nelly tropeçou enquanto se movia, aparentemente atordoada.

"Juntos... o que, o que..."

Ela continuou murmurando "o quê" repetidamente, como uma roda dentada quebrada.

Então a risada de Leonel a trouxe de volta à razão. Ela olhou para ele, perguntando-se se ele estava zombando dela, mas com suas bochechas coradas e lábios franzidos, infelizmente não estava zombando dela.

'Em vez de...'

"Do jeito que você diz, parece que estamos coabitando!"

A sua voz, agora baixa, interrompeu os pensamentos perigosos de Leonel. Ele interrompeu suas reflexões brincalhonas e sorriu levemente.

"Não totalmente errado."

Foi muito divertido vê-la olhando para ele com espanto. Ele teve que morder o lábio para impedir que o riso explodisse.

Duke, Please Fail!Onde histórias criam vida. Descubra agora