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Jongseong finalmente percebeu que era mais fácil dormir na minha casa. Minha mãe ficava na dela quando estava presente e eu tinha quase certeza de que ela sabia sobre mim, não comentava nada, não fazia nenhuma insinuação e tratava Jay com normalidade. Eu confiava muito na minha mãe. E durante aquela semana, ela foi um anjo.

As refeições nunca foram tão bem feitas como na casa de Jay, mas ele elogiava a comida e fazia minha mãe corar.
Eu evitei seriamente qualquer contato com Anna. Eu fiz o oposto do que fora aconselhado por ela, e estava envergonhado de encontrá-la. Jay falava dela de vez em quando, em conversas sobre a Gabi. A namorada dele estava mais e mais distante, um relacionamento que se segurava por um fio.

– Eu tenho planos pra gente no meio de Janeiro – Ele disse um dia.

Tínhamos voltado da academia, transado, e tomado banho juntos. Agora estávamos deitados na cama completamente nus, Jay de barriga para baixo e rosto encostado na minha perna, bem perto do meu pau semi-ereto. Ele havia acabado de mamar o membro, e estava ficando cada vez mais confortável com o meu gozo, sempre querendo no rosto, e deixando de vez em quando um pouco escorrer pelos lábios.

– Tem, é?

– Tenho. Falei pra você da casa de praia, umas duas horas de viagem pro sul, bem longe. Eu e você. Combinei tudo com o meu pai.

A menção do pai me deu um frio na barriga. Eu queria perguntar sobre a sua namorada, mas preferi ficar quieto, pois não queria estragar ainda mais aquele clima gostoso.

– Bem tentador. – Eu alisei seu cabelo ainda úmido, e vi ele fechar os olhos de prazer logo sorriu. – Mas você devia ter perguntado. Eu podia ter meus próprios planos.

Ele desdenhou, rindo. Então eu me inclinei e lhe dei um tapa bem gostoso na bunda e ele riu.

A gente foi entrando em dezembro já com um novo espírito, como se já fosse o ano novo. As visitas à casa de Jay ficaram mais tranquilas, porque eu percebi que o meu maior inimigo, o preconceito, era também a minha melhor defesa, pois as mentes pequenas dos dois nunca poderiam conceder que o próprio filho não fosse hétero. Só precisávamos tomar cuidado.

Inevitavelmente encontrei Anna, e seus olhares acusadores e preocupados eram o que mais me incomodava. Sentia que Jay percebeu algo estranho, pois começou a evitar provocar encontros entre nós. Mas perto do natal, ele e eu encontramos vários amigos numa praça, era noite, e Anna estava presente. De alguma forma, ela conseguiu me pegar sozinho, porque Anna e Gabi haviam sorrateiramente se afastado.

Tentei não ficar procurando os dois entre as pessoas na praça, entre as árvores, e luzes brilhantes. Havia tanto tempo que Jay não me abandonava pra ficar com Gabi que o ciúmes foi sufocante… Até que Anna me puxou para um canto.

– Olha – Ela disse. – Eu não sei o que você tá fazendo, mas eu estou ficando preocupada. O Jay vê você como amigo, e vocês tão ficando muito próximos. Acha mesmo que isso vai acabar bem?

Não sei se foi o ciúmes que me pegou desprevenido, mas em vez de respirar fundo e falar alguma mentira para deixar a menina tranquila, eu fiquei com raiva da sua audácia e deixei transparecer.

– Porra, eu sou grandinho, Anna. E o Jay também é.
–Ela hesitou e abriu os olhos um pouco mais do que o normal, mas logo se recuperou e sorriu.

– Não tô tentando lhe ofender, Jungwon, você sabe, não é? – Ela disse. – Mas eu conheço aquela família. Você sabe o que fizeram com um amigo do pai de Jay?
Bateram nele até ficar irreconhecível. Sabe por quê? Porque era gay.

Eu sei que você é bi, mas tá ficando óbvio para quem quiser ver que você tá interessado, e Jay não vai saber fazer essa distinção. Você precisa tomar cuidado.

Seduction _ JayWon Onde histórias criam vida. Descubra agora