Capítulo 3 - A Stripper

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POV ANITA BERLINGER

Ao adentrarmos na boate, a atmosfera escura nos envolveu rapidamente, guiados por corredores flanqueados por seguranças vestidos em ternos pretos impecáveis, uma clara indicação do tipo de estabelecimento que estávamos prestes a entrar. A música eletrônica, alta e pulsante, já invadia meus ouvidos, prometendo uma noite de escapismo puro. Quando finalmente entramos no coração do estabelecimento, a visão era de tirar o fôlego: um vasto espaço banhado em luxúria e mistério, iluminado sutilmente por luzes vermelhas e rosas que lançavam um brilho suave sobre os diversos mini palcos estrategicamente posicionados. Nestes, mulheres desinibidas praticavam pole dance com habilidade, capturando a atenção de uma audiência variada, composta tanto por homens quanto por mulheres, todos observando com interesse quase hipnótico.

"Você me trouxe a uma boate de strip-tease?" - murmurei, incrédula, no ouvido de Lima, tentando manter minha voz abaixada.

"Demais, não é? É a melhor de São Paulo, Berlinger!" - Lima respondeu, sua voz transbordando de entusiasmo enquanto continuava a nos guiar pelo local.

Internamente, eu lutava para processar a situação, questionando minha própria sanidade por estar ali. Nosso grupo seguiu Blanche até uma área que sugeria exclusividade, logo confirmada pelas pulseiras vermelhas que nos foram entregues, acesso VIP.

"O melhor lugar, para os melhores clientes!" - Blanche declarou com um sorriso radiante.

"Por isso que eu gosto de você!" - Lima respondeu, efusivamente abraçando a mulher.

"Divirtam-se. Hoje temos a nossa melhor dançarina. Espero que gostem." - Blanche nos incentivou antes de se despedir.

"Obrigada, Blanche." - consegui dizer, enquanto ela se afastava.

Assim que ela saiu de vista, virei-me para Lima, minha frustração borbulhando para fora. "Eu vou matar você! Vou matar!"

Lima apenas riu em resposta, uma gargalhada leve e divertida.

"Do que você está rindo?" - perguntei, minha irritação claramente perceptível.

"Da sua cara de pânico, Berlinger. Por que está assim? Parece que nunca entrou em uma boate de striptease antes!" - ele comentou, revirando os olhos com uma franqueza irritante.

"Eu mudei, Lima! As pessoas me conhecem aqui. O que vão pensar ao me verem nesses lugares?" - argumentei, minha voz carregada de seriedade.

"Vão pensar que você está se divertindo. Para de ser tão chata. Você acha mesmo que alguém vai comentar alguma coisa? Você é uma das delegadas mais respeitadas do Brasil, ninguém vai querer criar problemas com você." - Lima retrucou, trazendo uma perspectiva realista que, de certa forma, me acalmou um pouco.

Olhando ao redor, percebi que o local era frequentado por figuras de destaque, todos aparentemente imersos em suas próprias noites de lazer.

"Eu preciso beber." - concedi, finalmente cedendo à atmosfera do local.

"Isso aí!" - Lima comemorou, chamando uma das garçonetes.

Aproximou-se então uma ruiva, cuja presença era tão magnética quanto sua aparência. Ela vestia trajes mínimos, realçando uma beleza estonteante e uma sensualidade palpável.

"Desejam algo para beber?" - perguntou com uma voz que carregava uma suavidade arrastada e sedutora.

"Duas tequilas para começar." - Lima pediu antes que eu pudesse dizer algo. A funcionária do bar assentiu e se afastou, deixando um rastro de seu perfume no ar.

The Stripper - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora