Capítulo 58 - Família Torres Berlinger

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EPÍLOGO

POV VERÔNICA TORRES BERLINGER

Carreguei a última caixa que restava para dentro do quarto. Finalmente havíamos feito a mudança para uma verdadeira casa. Durante anos, Anita havia conseguido me enrolar, evitando a todo custo sair de seu belo apartamento. Mas nos últimos meses dei a última palavra sobre isso. Agora com a Lila, nós tínhamos que ter um espaço maior.

"Atenção senhores passageiros! Em poucos minutos o mini avião vai pousar. Quem fala é a comandante Anita Berlinger ao lado da piloto Lila Torres Berlinger." - Ouvi a voz alta de Anita vindo do corredor, e junto dela a risada de Lila ecoava pelo cômodo. Eu disse, aí vem as duas crianças restantes.

Em poucos segundos eu vi Anita entrar em nosso quarto, com nossa filha nas costas. A menor tinha um sorriso largo no rosto, enquanto seus pequenos bracinhos contornavam o pescoço de minha esposa.

"Cancelar pouso! Cancelar o pouso! Mamãe Verônica no meio da pista de aterrissagem!"

"Vamos pousar na pista dois!" - Lila disse em meio a uma risada.

"O que as senhoritas pensam que estão fazendo?" - falei ao me levantar do chão do quarto.

"Brincando de avião!" - minha filha falou animada.

"A última vez que estavam brincando assim, alguém se machucou." - me aproximei de ambas que me fitavam com expressões de tédio.

"Eu escorreguei, não conta!" - Anita se defende me fazendo rir. "Lila diga pra sua mãe não ser chata."

"Mamãe..." -Lila sussurrou, ainda agarrada ao pescoço de Anita.

Eu sorri ao fitar as duas daquela maneira. Será que alguém ainda tinha dúvidas de quem era a mãe mais irresponsável dali? Lila beijou o rosto de Anita, e logo em seguida lançou um sorriso para mim. Talvez ninguém pudesse entender o quão maravilhoso era poder ver as duas daquela maneira. Ao contrário do que muitos pensam por aí, Anita era a mãe mais boba e brincalhona de todas. Seu ar imponente e sério usado no DHPP, se desmontava por inteiro quando estávamos em casa ao lado de nossa filha. Ela ficava praticamente irreconhecível para quem só a conhecia no horário de trabalho, e admito que ter aquele lado de Anita era a melhor coisa do mundo.

"Eu não ganho um também?" - perguntei com as mãos na cintura.

Anita se aproximou de mim, para que nossa filha depositasse um beijo carinhoso em meu rosto. Eu sorri ao sentir os lábios delicados da menor em minha face. Logo tratei de devolver muitos beijos no rosto da menor que sorriu.

"E eu não ganho?" - Anita perguntou ao me fitar.

"Não sei se você está merecendo, Berlinger." - fingi estar séria. "Veja como Lila está! Toda suja de tinta."

"Estávamos fazendo uma obra de arte para você! Não é, Lila?"

A menor assentiu animada.

"Está lindo! Mamãe Anita escreveu nossos nomes no quadro, perto do desenho que eu fiz!"

"E a mamãe Anita deixou você se sujar toda assim também?"

"Deixou! E se sujou também!"

"Lila! Você não está ajudando, filha!" - Anita resmungou, nos fazendo rir.

"Desculpa! mamãe, dê um beijo na mamãe também." - a menor pediu com uma carinha impossível de negar.

Eu fiquei alguns segundos fitando as duas que mais pareciam ter um complô para me chantagear.

"Sei não viu." - me fiz de difícil.

"Um beijinho só." - Lila disse levantando o pequeno dedinho.

"É mamãe, um beijinho só." - Anita repetiu com um bico.

The Stripper - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora