Capítulo 17 - Revisitando o passado

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EU NÃO READAPTEI ESTE CAPÍTULO, EU O DESENVOLVI POR INTEIRO PORQUE NA VERSÃO ORIGINAL DO CAPÍTULO NÃO CABIA NO CONTEXTO DA VIDA DE ANITA.




POV ANITA BERLINGER

O som do motor do carro ecoava suavemente dentro do veículo enquanto eu dirigia, perdida em meus pensamentos. Já fazia algum tempo desde a última vez que visitei minha mãe. Era uma sensação estranha, como se eu estivesse caminhando para o desconhecido, apesar de conhecer cada curva da estrada de cor e salteado.

Odiava sentir-me fraca, vulnerável. Era contra minha natureza permitir-me fragilidades, como se admitir qualquer sinal de fraqueza fosse uma falha inaceitável. Mas ali estava eu, mais uma vez, enfrentando aquela sensação de que a qualquer momento poderia desabar.

Desta vez, no entanto, algo era diferente. Havia alguém ao meu lado, alguém disposto a me ajudar a enfrentar esse momento difícil. A presença de Verônica ao meu lado era reconfortante, uma âncora em meio ao caos das minhas emoções tumultuadas.

Olhei de relance para ela, sentada no banco do passageiro, e um leve sorriso brotou em meus lábios. Ela não tinha ideia do quanto sua simples presença significava para mim naquele momento. Era como se, pela primeira vez em muito tempo, não estivesse sozinha diante das dificuldades familiares que me assombravam.

Eu podia sentir sua energia ao meu lado, sua determinação e força. E, de alguma forma, isso me dava a coragem necessária para enfrentar o que estava por vir. Era reconfortante saber que, mesmo nas minhas fraquezas, havia alguém ali para me apoiar, para me ajudar a sair dessa escuridão que ameaçava me consumir.

"Você tem reuniões na segunda-feira" - quebrou o silêncio Verônica, sua doce voz interrompendo meus devaneios. Tirei a atenção da paisagem lá fora para fitá-la. 

Ela estava linda, mesmo com uma expressão cansada e sonolenta. Por incrível que pareça, apesar do meu costume de ser sempre reservada, não me importava com o fato de Verônica ir junto comigo. Ela era a saída perfeita daquele lugar, e não apenas por isso. Nos últimos dias, Verônica havia se tornado minha melhor companhia. Ela se mostrava prestativa, além de ter uma conversa agradável e uma energia positiva. Era exatamente o que eu precisava no meu dia a dia. Talvez com ela eu estivesse sendo diferente, ou ao menos parecendo. Estranhamente, Verônica me fazia relaxar e esquecer qualquer mal que me rodeava.

"Reuniões? Na segunda-feira?" - perguntei curiosa, levantando uma sobrancelha.

"Sim, é sobre o interesse de outras DPs de São Paulo sobre como o DHPP tem trabalhado com maestria nos casos que envolvem feminicídio" - explicou Verônica com seriedade.

"Feminicídio?" - repeti, um tanto surpresa. "Por que tantas delegacias estão interessadas nisso?"

"Provavelmente porque o DHPP tem se destacado nesse tipo de caso. Nossos métodos e abordagens têm sido eficazes, e outras delegacias querem aprender com nossa expertise" - respondeu Verônica, com um brilho nos olhos.

"Interessante" - murmurei, absorvendo a informação. "E o que mais você pode me contar sobre essa reunião?"

Verônica sorriu, parecendo satisfeita por despertar minha curiosidade. "Bom, parece que teremos representantes de várias delegacias presentes. Será uma oportunidade para compartilhar nossas estratégias e experiências, além de discutir maneiras de melhorar ainda mais nosso trabalho."

"É, definitivamente parece uma reunião importante" - concordei, ponderando sobre o assunto. "E você, o que acha disso tudo?"

Verônica olhou para mim com um brilho nos olhos, transmitindo confiança e determinação. "Eu acho que é uma ótima oportunidade para mostrar todo o nosso potencial e contribuir para a luta contra o feminicídio. E tenho certeza de que vamos fazer bonito."

The Stripper - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora