The Stripper - Veronita

Capítulo 18 - Um dia diferente

POV VERÔNICA TORRES (ESCRIVÃ)

Você já teve aquela sensação revigorante de acordar cheia de energia, como se o dia prometesse algo especial? Assim foi minha manhã. Estiquei-me na cama espaçosa, sentindo cada músculo relaxar ao despertar. Abrindo os olhos com uma leve dificuldade, me deparei com o teto de madeira acima de mim, iluminado pelos primeiros raios de sol.

Ao rolar na cama, esbarrei no corpo quente de Anita, envolto pelos lençóis macios. O aroma suave que emanava do ambiente era complementado pelo cheiro sedoso dos cabelos dela, que repousava tranquilamente ao meu lado. A preocupação com a situação delicada de sua mãe pairava no ar, tornando a manhã serena ainda mais significativa.

Compreendia o quão difícil era para Anita lidar com os desafios que surgiam, especialmente a saúde debilitada de sua mãe. O brilho triste em seus olhos na noite anterior ainda ecoava em minha mente, revelando sua vulnerabilidade. Apenas um abraço havia sido suficiente para quebrar sua fachada de força, e isso me intrigava.

Anita não costumava expor sua fragilidade com facilidade. Sempre foi uma mulher decidida e sincera, o que tornava difícil entender suas expectativas em relação a mim. Talvez não esperasse nada além de amizade. Enquanto Verô, a stripper, tinha cativado Anita com seu magnetismo físico, eu ainda lutava para conquistar seu afeto de outra forma.

Anita sempre foi sinônimo de determinação e sinceridade. Era difícil imaginá-la de outra forma para quem convivia com sua personalidade malevolente todos os dias. No entanto, eu me questionava sobre suas expectativas em relação a mim. Será que esperava apenas uma amizade? Era evidente que Anita se rendia aos encantos de Verô, a stripper, ou melhor, aos meus encantos. Mas não era isso que eu queria. Ansiava por mais do que admiração; queria seu carinho, queria ser cuidada, amada. Mas até então, não havia ultrapassado essa barreira.

Enquanto Verô conquistava Anita com sua sensualidade, eu me perguntava o que havia feito para ganhar seu coração. A resposta era incerta, e isso me deixava inquieta. Decidi deixar essas dúvidas de lado e tornar aquele final de semana especial. Não me importaria com Verô ou com as complexidades de nossa relação profissional. Como Anita havia sugerido, seríamos apenas Anita e Verônica Torres. Nada mais.

Após um banho revigorante, vesti uma calça skinny preta resinada e uma camisa azul. Meus cabelos caíam soltos e levemente desgrenhados. Após uma última olhada no espelho, dirigi-me à mesa onde a mãe de Anita já estava sentada.

"Bom dia, senhora Berlinger!" - cumprimentei, transmitindo um sorriso gentil.

A mãe de Anita levantou os olhos para me olhar, revelando um sorriso gentil em seu rosto envelhecido. Seus olhos brilhavam com uma ternura que transmitia uma sensação de acolhimento.

"Bom dia, Verônica. Dormiu bem?" - perguntou ela com uma voz suave, revelando um leve sotaque do interior.

"Dormi muito bem, obrigada. E a senhora?" - respondi, me sentando à mesa ao lado dela.

Ela soltou um suspiro cansado, mas logo sorriu. "Não posso reclamar. Estou feliz por ter minha filha e você aqui comigo."

A atmosfera na cozinha era serena, com o cheiro suave do café fresco pairando no ar. Anita apareceu no cômodo momentos depois, vestida com seu pijama de seda, mas radiante como sempre.

"Bom dia, mãe!" - cumprimentou Anita, sentando-se a mesa.

"Bom dia, querida. Dormiu bem?" - perguntou a mãe de Anita, preocupada.

"Sim, dormi. E você?" - respondeu Anita, sentando-se à mesa ao meu lado.

"Só um pouco agitada, mas nada que um café da manhã não resolva." - disse a mãe de Anita com um sorriso.