Capítulo 4: Complicações Jornalísticas

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Peter

  Chego em Diamond City com meu jipe e vejo que a cidade está em um péssimo estado.

  Tive que sair do carro, já que dei de cara com uma barricada de carros. Andei entre eles com dificuldade, mas consegui. A luz dos semáforos está piscando sem parar e a chuva não dá trégua.

  Chego em uma rua cheia de corpos no chão... Deus, eu quero apenas chegar na delegacia, não em um estúdio de filmes de terror.

  Depois de me enfiar entre carros, passar por espaços apertados e rastejar por embaixo de veículos, chego em uma rua principal onde tem várias lojas e um enorme prédio grande, bonito e com um letreiro escrito: The Jornal of Diamond.

  A estrutura do prédio é rústica, antiga. A porta é de madeira vermelha, com maçanetas douradas, quatorze andares, janelas grandes e uma grande antena no topo.

  Entro no prédio e vejo o que um dia deve ter sido uma bela recepção. O chão de mármore tem manchas de sangue. O balcão de madeira fica no centro, com duas grandes escadarias atrás nos fundos da enorme sala, que levam ao segundo andar. Colunas estilo romanas sustentam o teto que tem um belo lustre dourado com diamantes nas lâmpadas.

  -- Tem alguém aqui? -- grito. Minha voz  ecoa pelo lugar.

  Ando até o balcão e vejo um computador mostrando uma imagem de uma câmera de segurança. Começo a assistir a gravação:

  A tela está em preto e branco, mostrando um corredor em L. Um homem, vestido com uma jaqueta marrom e calças, entra no corredor empunhando uma pistola, disparando contra algo. Ele olha para a câmera e grita:

  -- Joseph! Jack! Jay! Achei uma saída! -- uma daquelas coisas entra no campo de visão dele e tenta morder o braço do homem, mas ele empurra o agressor para longe e grita novamente -- Ala leste! Mandem reforços!! AGORA!!

  O homem sai correndo e eu aperto uma tecla, fechando a aba da câmera e mostrando um mapa do prédio. Vejo que a ala leste não fica muito longe.

  Subo as escadas da direita e vejo um portão de ferro fechado, com um papel grudado escrito: FIQUE LONGE! Me abaixo e forço a abertura do portão, mas só consigo abrir o suficiente para eu me rastejar.

  Deito e rastejo para dentro. Me vejo em uma sala com um corredor totalmente escuro, com uma luz muito fraca vinda de uma das lâmpadas. Levanto e começo a andar. Ouço vários barulhos estranhos... vindos de todas as direções. Rangidos. Também passo por corpos de pessoas, provavelmente que trabalhavam aqui.

  Viro a esquerda e vejo um escritório, com a porta aberta. Entro e vejo uma enorme mancha de sangue na parede e uma coisa... meio preta e vermelha no chão. Em um canto da sala, tem um duto de ar fechado, grande o suficiente para alguém entrar e se rastejar.

  PAM! PAM!

  Alguém está dentro do duto, batendo com força. Corro e consigo abrir o duto e uma mão sai de dentro, junto com uma voz desesperada:

  -- SOCORRO! ME TIRA AQUI! POR FAVOR!!

  Seguro a mão dele e começo a puxar. Aos poucos, um homem de meia-idade, cabelos quase raspados olha para mim, em pânico. É o mesmo homem da câmera.

  -- Me de sua outra mão! -- grito, e ele dá a outra mão para eu segurar. A agarro e começo a puxar mais forte...

  Então ele grita e sangue espirra de dentro. Grito e puxo ainda mais forte. Ele não para te gritar de dor e agonia...

  Consigo puxar ele... mas fico boquiaberto ao perceber que puxei apenas METADE dele. A cintura pra baixo foi arrancada e ficou dentro do duto. Ouço grunhidos bem abafados vindos de dentro.

Diamante de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora