Diamante de Sangue

Capítulo 9: Fuga no Metrô

Safira

Ethan e eu corremos pelas ruas, indo em direção ao shopping. Passamos pela barricadas de carros, vendo vários corpos jogados no chão e em cima dos veículos.

Quando chegamos ao shopping, vejo minha moto encostada ali e vemos vários zumbis, entrando no shopping. Ethan olha para mim e fala:

-- Vamos pelos fundos, é mais seguro.

Ele segura minha mão e me guia pela esquina, passando por vários carros e motos jogados ali. Dá pra ver alguns corpos mortos dentro dos carros...

Chegamos nos fundos e Ethan arromba a porta com um chute. Entramos e vemos que o lugar está infestado de mortos-vivos.

-- CORRE!! -- Ethan dispara contra os mortos enquanto avança. Temos que chegar ao metrô o mais rápido possível.

Os zumbis avançam, mas eu disparo contra eles. Vejo mulheres, homens, crianças... todos eles agora mortos, tentando me matar.

Ethan joga uma granada no meio de vários mortos, explodindo eles. Sangue pintava o chão e as paredes das lojas. Corpos, podres com buracos nas cabeças caiam no chão, sem resquício de vida, alguns membros se soltavam dos zumbis, fazendo um barulho agonizante de carne sendo cortada, de carne podre. Eu apenas queria visitar meu irmão.

Enquanto disparamos e recarregamos nossas armas, penso se a O.S.T.S já saiu com o metrô. Espero que não, afinal, já estamos presos aqui e não sei outro modo de fugir.

Chegamos na estação, onde o portão está aberto, por algum motivo. Ethan e eu descemos as escadas e corremos até chegar no metrô...

-- Podem ir parando -- uma voz diz, seguida pelo som de uma arma sendo destravada.

Eu e Ethan olhamos para trás e vemos Mike, apontando um fuzil para seu colega de equipe.

-- Mike, o que você está fazendo? -- pergunto, ouvindo o eco dos grunhidos. Tínhamos uns dez minutos, talvez sete até os mortos chegarem.

-- Ora, não é óbvio? Vocês dois deviam ter morrido no hospital, mas o idiota do Murphy salvou vocês...

-- Porque você está fazendo isso? -- Ethan pergunta.

-- Dizem que a vida não tem preço, mas para mim... eu não ligo muito.

Ela dá um sorriso, um sorriso macabro. Não faz sentido, não faz o menor sentido...

Grunhidos. Os zumbis chegaram.

Mike se vira e vê vários mortos avançando. Ele atira contra eles, tentando não morrer. Ethan me puxa para longe dali, em direção ao metrô.

Chegamos na plataforma e vemos que o trem ainda está lá, com vários membros da O.S.T.S conversando sobre se já poderiam sair dali com o trem.

-- LIGA ESSA MERDA E VAMOS DAR NO PÉ!! -- grita Ethan, olhando para trás e depois para Victor, que estava falando com sua filha.

-- Ethan? Achamos que você... -- Nadja começa a falar.

-- Depois a gente explica, só liga esse trem de uma vez!! -- grito, entrando no último vagão com Ethan.

O pessoal da O.S.T.S entra nos outros vagões e colocam o trem para funcionar. Olho para a janela, aliviada, pensando que por hora, o pesadelo acabou...

Quando as portas iriam de fechar, alguém entra no vagão, quase caindo. Olho para o sujeito e vejo que é o Mike.

-- Mas qu- -- falo, mas Mike aponta o rifle pra mim.

-- Calada, ou eu te mato -- ele ameaça -- E abaixa seu rifle, Cook, ou a garota vai acabar com um buraco no meio da testa.

Olho para Ethan e vejo que ele abaixou sua arma. Será que Victor sabe que Mike está traindo a O.S.T.S?

-- Vocês dois já deviam ter virados zumbis, mas insistem em ficar vivos -- Mike fala, andando para trás, até chegar no fim do vagão, perto da porta traseira -- A sorte parece gostar de você, Cook.

-- Tem diferença entre sorte e habilidade, Wallers -- Ethan, fala irritado. Posso sentir sua fúria, da pra ver que ele segura seu rifle com muita força.

-- Habilidade? Falou o pavio curto que foi expulso do exército -- provocou Wallers -- Nunca suportei você, Cook, sempre quis você morto, sempre.

-- Quer fazer o favor de me explicar o motivo disso tudo? -- pergunto.

-- Acha mesmo que eu vou falar? Diálogos expositivos são uma merda, sabia? Deus, Safira, achei que você fosse mais inteligente. Acho que esse seu rostinho bonitinho engana...

Ele pega o rádio, ainda com sua arma mirando na minha direção, e fala:

-- Victor, abre a porta traseira do último vagão, por favor.

-- Porque Mike? -- a voz de Victor sai pelo rádio.

-- Ouvi uns barulho estranhos, vou verificar. Não pare o trem -- Wallers fala. Ele mente muito bem.

-- Está bem. Cuidado.

O rádio fica silencioso e a porta traseira do metro se abre. Estamos ainda dentro do túnel, então tudo que dá pra ver é apenas a escuridão e algumas lâmpadas acessas.

-- Foi bom conhecer vocês -- Wallers fala, sorrindo -- Mas negócios são negócios.

Então, ele aponta o rifle para Ethan...

-- NÃO!! -- grito, correndo até Ethan e o empurrando para o lado, no exato momento em que Wallers apertava o gatilho e dispara três tiros.

Sinto uma dor absurda na minha barriga e caio no chão, gritando e fechando os olhos. Ouço Ethan gritar de raiva e disparar com seu rifle.

Tento levantar, mas não consigo. Abro os olhos e vejo Ethan, com uma expressão de desespero no rosto, me encarando.

-- Safira... fala algo! -- ele me carrega nk colo e me coloca em um dos bancos do vagão.

-- Porra... dói demais... -- falo, sentindo lágrimas de dor descerem pelo meu rosto.

-- Calma, vai ficar tudo bem...

Sinto ele tirar minha jaqueta delicadamente e a depois levantar a parte de baixo da minha regata.

-- Merda... ele acertou em cheio... -- ouço Ethan dizer -- As balas não atravessaram, mas fizeram um baita estrago. Safira, vou ter que tirar elas, está bem?

Afirmo balançando a cabeça. Ele enfia a mão do bolso e tira um lenço branco. Depois, ele abre minha boca e coloca o lenço dentro dela.

-- Vai doer muito, está bem? Só não me chuta -- ela fala -- Três... dois... um...

Grito de dor. Deus, dói pra caralho. Sei que ele está tirando as balas com a mão, tentando ser o mais delicado possível, mas dói...

-- Merda... me desculpa Safira...

Então, como se não pudesse piorar mais, piora e tudo fica escuro.