Capítulo 6: Corredores Escuros e Perseguição

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Peter

  Com um chute, abro a porta e vejo um corredor totalmente escuro. Acendo a lanterna que Edward me deu e vou andando. Posso ver algumas manchas de sangue na parede e corpos no chão, sentados apoiados na parede ou jogados, sem um dos membros do corpo.

  Se esse caos aconteceu em apenas um dia... como é que tudo caiu tão rápido? Como? E o que causou isso?

  Ando e sinto um calafrio. O corredor é apertado e o fato de ter zumbis, corpos no chão, sem membros, cheiro de poeira e de alguma outra coisa e estar escuro não ajuda muito.

  Chego no final do corredor em formato de L e ouço um barulho. Estalos e uma voz... ilumino o lugar e vejo um corpo, segurando um rádio.

  Me aproximo e pego o objeto, que solta palavras como: Entrando, Chegando, O.S.T.S, extração, Polícia. Olho para o corpo e vejo que ele está usando um casaco preto com um símbolo de origami de cisne no ombro... decido encarar seu rosto e... Deus...

  Encosto minha mão na testa dele e levanto a cabeça do cadáver. A parte do queixo foi totalmente dilacerada, a bochecha não existe mais, e sim um enorme buraco de carne e sangue. Sua orelha está solta, pendurada por alguns fios de pele e carne. Seu olho esquerdo está afundado dentro do crânio. E seu pescoço está em carne viva.

  -- Puta merda -- falo, vendo o estrago. Acho que nenhum zumbi faria isso... então o que causou isso?

  Crash!

  -- Que? -- falo, me assustando e olhando para a frente. Pego o rádio, o guardo e ilumino o corredor a minha frente.


  Vou andando, com extrema cautela. Seguro a lanterna com a mão esquerda e a pistola com a direita. O medo apenas aumenta a cada segundo.

  Chego em uma parte do corredor que foi totalmente barricada com cadeiras e mesas. Não tem como passar. Olho ao redor e vejo uma porta. A abro e entro em um sala que devia ser um lugar de lazer. A mesa de centro está quebrada, as cadeiras estão caídas, corpos de jornalistas estão no chão, a máquina de refrigerantes está jogada no chão, a geladeira está aberta e desligada, a pequena TV está totalmente destruída e o chão xadrez que lembra uma pizzaria está sujo de sangue.

  E tem sangue pingando do teto.

  Olho para cima, mirando a luz da lanterna no teto e fico paralisado pelo que eu vejo.

  É um ser humanoide... de um dois metro de altura, pendurado no teto com suas patas traseiras. Seu rosto é pequeno, sem pelos, pele branca e boca com dentes muito afiados. Seus olhos são opacos e sem vida. Seus braços e pernas são ossudos, suas mãos tem garras e ele segura a metade de um corpo. A criatura, com uma mordida, devora a cabeça de sua presa e joga o resto no chão. Ela encara.

  Grito e atiro nela, as balas acertam várias vezes aquela coisa, mas não surtem efeito. A criatura pula em cima de mim e tenta rasgar meu rosto, mas pego a minha faca e a enfio em um dos seus olhos. Ela grita de dor quando seu olho é perfurado pela lâmina, e grita ainda mais quando eu arranco a faca e sangue jorra do novo buraco em sua cara. Me afasto dela, apontando minha pistola para ela e aperto o gatilho.

  Estalo. O pente está vazio. E claro, eu não sei recarregar uma arma.

  A criatura olha para mim e vejo que tem um novo olho surgindo aonde tinha o antigo. Essa merda consegue regenerar partes do corpo.

  Sem perder tempo, corro, passo pela porta e a fecho. A criatura arranha e tenta forçar a abertura, mas por sorte, ela não sabe usar maçanetas.

  Mas é claro que a força dessa coisa é absurda.

  A porta se quebra e sou lançado contra a parede. A criatura, com um salto, pulou para cima de mim, sua garras prontas para cortar minha pele como se fosse manteiga. Apenas me jogo para o lado e escapo por pouco de uma morte dolorosa. Entro na sala de lazer e olho ao redor, procurando uma saída.

  Tem uma janela, pequena, retangular, no topo da parede e ela está aberta. Deve servir para ventilar.

  Para minha sorte, tem uma bancada na parede que dá altura o suficiente para eu alcançar a janela. Subo na bancada, pulo e agarro o parapeito da janela, subindo.

  Ouço um barulho de estalo e nem preciso olhar para trás para saber que aquela coisa está atrás de mim. Faço ainda mais força e atravesso a janela, caindo no chão de uma forma muito ruim. Meu peito dói e meu braço esquerdo arde pra caramba.

  CRASH!

  Uma chuva de vidro me atinge e olho para cima. Vejo uma garra suja de sangue atravessar a janela e perfurar o teto.

  Noto que estou sem minha lanterna. Devo ter deixado cair quando fui atacado. Sorte a minha que as lâmpadas não pararam de funcionar por completo, mas meu azar é que a luz deles é bem fraca.

  Agora deu merda.

  Corro pelo corredor quase escuro as cegas, tropeçando nos corpos enquanto ouço os estalos atrás de mim.

  Viro a direita e vejo três zumbis, vestidos com uniformes de faxineiros. Eles estavam encarando a parede, mas agora viram uma coisa mais interessante que uma simples parede de concreto.

  Um gordo careca vai para cima de mim, de uma forma muito, mas muito lenta. Desvio facilmente e ele abraça a lixeira e a morde. É, esse é muito burro. Pena que não posso dizer isso dos outros dois. Uma mulher de cabelos loiros e com as calças rasgadas vai para cima de mim, segurando meus ombros e abrindo a boca para me morder. Pego a pistola e dou uma coronhada na cabeça dela, afundo a carne pobre. Ela cambaleia para o lado, desorientada pela pancada. Agora um homem com parte da barriga exposta vai para cima de mim. Devia e chuto suas costas, fazendo ele cambalear em direção ao meu perseguidor, que ataca, achando que era sua presa. A cabeça do zumbi é arrancada com um golpe das garras da criatura.

  Corro e vejo uma escada. Subo elas e vejo um corpo, dessa vez de um homem usando uma regata com o mesmo símbolo de origami de cisne no peito e segurando uma escopeta. Pego a arma e decido fazer algo.

  Espero a criatura subir as escadas, correndo e pular em minha direção, pronta para esmagar meu crânio.

  -- Adios. -- falo, mirando e disparando com a escopeta. O coice da arma me faz cair no chão e o corpo da criatura cai ao meu lado, sem a cabeça. Miolos estão espalhados no chão e eu levanto, enojado com a cena. Ando pelo corredor e entro em uma sala, que presumo ser um escritório. Uma mesa de madeira está no centro da sala, com um computador e com vários papéis. Um relógio grande e antigos, daqueles que tem na casa de velhos está no canto da sala. O carpete está sujo de um líquido amarelo gosmento estranho, as paredes estão com o papel de parede vitoriano verde rasgado em vários pontos, quadros de pessoas vestidas com ternos estão sujos com o mesmo líquido que está no carpete. Uma bandeira dos EUA está pendurada ao lado da porta.

  Vou até a mesa e vejo uma placa escrito: Gary Mason. Editor-Chefe.

  Achei o escritório do tal Gary, então a tal passagem secreta deve estar por perto. Vasculho a sala e acho um compartimento com o formato de um diamante. Bem, agora vou ter que achar essa merda.

 

Diamante de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora