Capítulo 2: O Posto de Polícia

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Peter

  "When I get high I get high on speed
Top fuel funny car's a drug for me
My heart, my heart
Kick start my heart
Always got the cops coming after me
Custom-built bike doing 103
My heart, my heart
Kick start my heart
Oh, are you ready girls?
Oh, are you ready now?
Whoa, yeah
Kick start my heart, give it a start
Whoa, yeah, baby
Whoa, yeah
Kick start my heart, hope it never stops
Whoa, yeah, baby, yeah"

  A música sai do rádio de meu jipe. Dou batidinhas leves no volante no ritmo da música. Amo Kickstart my Heart.

  Meu nome é Peter Peterson e tenho 20 anos. Sou estudante de história e estou indo para Diamond City para fazer uma pesquisa sobre os monumentos da cidade, como a Estátua do Fundador da Cidade, Wallace Green, ver o Museu dos Diamentes e claro, a estrutura bela da prefeitura.

  Pelo retrovisor, vejo a imagem do meu rosto: Cabelos negros curtos e bagunçados, óculos hexagonais, queixo quadrado, pele branca e olhos castanhos. Pareço muito o meu pai. A única diferença é que ele não usa óculos e tem agora uns cinquenta anos.

  A estrada está até que vazia. Não encontrei nenhum carro, nem mesmo na pista ao lado. Meio estranho.
 
  O ploc ploc da chuva é abafado pela música, o que é bom. Não que eu goste de chuva, eu gosto, mas prefiro escutar um rock ou um jazz.

  Vejo um posto policial a uns 100 metros. Um agente da lei, faz sinal para eu estacionar no posto. Estacionei e saio do carro.

  O policial me olhou. Cabelos negros muito bem penteados, bigode e cara de cavalo.

  -- Qual é seu nome, senhor? -- ele pergunta, indo até mim. Seu uniforme é de um xerife: marrom, calça e chapéu.

  -- Peter Peterson, oficial... -- digo.

  -- Oficial Paul Sullivan. O que veio fazer na cidade?

  -- Vim para estudos. Sou estudante na Universidade de História de Boston. Meu professor mandou um trabalho sobre Diamond City, então decidi ver com meus olhos a história dessa cidade -- explico, colocando minhas mãos no bolso da calça jeans.

  O Oficial Sullivan me encarou, da cabeça aos pés. Ele analisou cada centimetro meu. Ajeito uma jaqueta de couro preta, um gesto que faço quando estou desconfortável. E ele até se abaixa para encarar meu tênis!

  -- Recebemos uma ligação de um professor de Boston. Edward Harlan. Ele disse que queria que um policial o levasse para um tour pela cidade -- falou o Oficial Sullivan.

  Franzi o cenho. Porque o professor Harlan quis que um policial me levasse?

  -- Mas eu não preciso de guia -- falo.

  -- Concordo, mas o senhor Harlan disse que queria a segurança de seu aluno favorito. Não sei se você soube, mas muitos crimes têm acontecido ultimamente.

  Ótimo, agora vou ter que ir com um policial. Um dia eu mato o professor Harlan!

  -- Vamos no seu carro ou na viatura? -- pergunta Sullivan.

  -- No meu -- falo, entrando no jipe. O Oficial Sullivan entra no banco ao lado, do carona, fecha porta e saio do posto, acelerando. O rádio ainda está liga e agora está tocando Master of Puppets.

  -- O senhor poderia desligar? -- pergunta Sullivan.

  -- O rádio? Desculpe, mas eu quero escutar a música -- falo. Eu gosto bastante de Master of Puppets.

  -- Então coloque outra música -- fala Sullivan, grosseiramente. Ele deve achar que, por ser mais velho que eu, e por ser da polícia, acha que é superior a mim.

  -- O carro é meu, Oficial, então eu é quem decido as músicas -- respondo, aumentando o volume de propósito.

  Sullivan olha para mim com muita raiva, mas eu ignoro. Sinceramente, queria expulsar ele do carro e deixar ele se fuder na chuva.

  Os minutos se passam e quando chegamos na estrada principal, vemos um carro parado, no meio fio, com os dois piscas-alertas ligados. Sullivan pede para eu parar e eu paro. Ele desce e vai analisar o carro, que é uma caminhote preta da Ford.

  Espero pacientemente Sullivan voltar, mas queria deixar ele aí. Tipo, o cara é um esnobe do cacete. Ele pode ser da polícia, mas ele não tem o direito de mandar em mim toda hora.

  BANG! BANG!

   Olho para a janela a minha esquerda, assustado. O que estava acontecendo?

  Ouço gritos e vejo Sullivan correr em minha direção e bater no vidro do carro, com as mãos ensanguentadas. Seu pescoço... Deus, está todo... em carne viva!

  -- ME DEIXA ENTRAR!! -- grita ele. Me inclino para abrir a porta, ainda olhando para ele.

  Mas uma pessoa pula em suas costas e crava seus dentes em sua orelha, espirrando sangue na janela. Grito e me afasto, vejo Sullivan gritar de dor e cair na rua. Não o vejo mais, mas ouço os gritos dele. Depois, uma mão sangrenta bate na janela repetidas vezes, sujando-a de sangue.

  Piso fundo no acelerador e não demora para eu estar bem longe dali. Porra! O que eu acabei de ver? Canibais? Loucos?

  Olho para os prédios de Diamond City, que estão cada vez mais perto. Quer saber? Vou até a delegacia e registrar o ocorrido.

  Desligo o rádio e não paro de acelerar em direção a cidade.

 

 

 

Diamante de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora