Obsessive

° Capítulo 30 - Eu Nunca...°

Alguns anos atrás.

lagrimas escorrem por um motivo, ela era o meu.

Ouço portas serem batidas com força, gritos proferindo palavras que eu não gostaria de ouvir.

- Se essa merda não está bom, se tudo oque eu faço te desagrada ao ponto de ter coragem de dizer me odiar, então está perfeito - ouço a porta ser aberta com tanta força, que bate contra a parede - pegue suas coisas e suma de minha casa.

Meu choro se tornou intenso.

.......

Pov Beatrix

Mais tarde, quando o sol ja estava se pondo, Natalie trouxe minha comida, que se resumia em torradas e geleia de morango e uma tigela de cereal com pedaços de castanha. Eu estaria mentindo para mim mesma, se dissesse que não gostava dessa preocupação dela com a minha alimentação, muito pelo contrário, eu estava gostando desse cuidado dela, mesmo que as vezes ultrapasse o meu limite. Todos temos limites, uma barreira que ao ser ultrapassada, nos incomoda. Meu ex tinha ultrapassado essa minha barreira, que muito nova eu criei para me proteger das pessoas, e ela...ela teve coragem de colocar o pé além da linha. Essa mulher é um livro, no qual eu não li por completo. Cada pagina é uma surpresa nova, mas tenho medo da historia ser diferente do que eu imagino ser.

- Um beijo pelos seus pensamentos - ouço sua voz.

Ela estava encostada no batente da porta, apenas com um roby preto, mostrando suas belas pernas. Natalie tinha lá sua idade, aparenta ter passado por muita coisa nessa vida.

- Nada de muito precioso - sorri suavemente.

- Tudo que pensas é precioso, minha querida.

E lá estava ela, a galanteadora moça que encontrei na cafeteria.

- Estava tendo os meus pensamentos profundos sobre a vida, não desejo os compartilhar, desculpe.

Ela me analisou por um breve tempo. algo que eu reparei nela, muito observadora. Isso explica muitas coisas .

- Tudo bem, se não é oque deseja - deu de ombros - Só vim trazer uma noticia. - falou me fazendo ficar curiosa sobre oque era - Amanhã esteja apresentável , pois  minha melhor amiga, Priscila, irá vir me visitar, mas quero que me escute com atenção - sua voz ficou mais séria, assim como seu semblante - Eu não quero que fiquem de conversinha pela casa, nada de gracinhas, muito menos ficarem de risadas. Você não irá falar com ela, a não ser que eu esteja presente.

Meu cérebro quase teve um treco com o tanto de informações, oque eu achei desnecessário. Porque tantas regras? Não era mais fácil me trancar no quarto e ignorar a minha existência?

- Seria mais fácil me trancar nesse quarto então - deixei que meus pensamentos falassem mais alto.

- Oque disse? - percebi que tinha falado mais alto do que eu pensei em ter falado.

- Nossa, que agradável a senhora - forcei um sorriso irônico.

- Vou ignorar essa sua falta de educação, não estou afim de perde a minha paciência logo a noite.

Então ela saiu porta a fora, me deixando sozinha novamente. Jogo minhas costas na cama, fechando os olhos brevemente. Eles estavam pesados.

Assim como os meus pés ao tocarem os mais belos dos recintos. As árvores eram negras, como a noite, e as suas flores brilhantes como a mais formosa das estrelas.

A vi parada em frente ao lago. Com seu vestido branco, sujo de terra. Seus pés descalços, suas mãos gélidas e brancas, como a neve.

– Vejo que chegou cedo hoje — seu sorriso brilhava.