Capítulo 11

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– Você não pode voltar para lá, não pode permanecer no Palácio Imperial. – Falei na esperança de convencê-lo.

Ele me olhou com indiferença.

– Eu sei sobre os riscos, mas o Império é meu lar, devo defendê-lo até o final, não posso permitir que aquele monstro domine minha casa.

– Mas o Império está em declínio, o que pretende fazer lá? Seu lugar é aqui ao nosso lado, ao lado da Elena.

– Você não entende, Karolina. – Ele disse enquanto se sentava na cadeira e apoiava seus braços na mesa. – Se eu for embora, quantas pessoas irão morrer... Sei que fiz um juramento de lealdade para você, mas como Imperador devo isso ao meu povo, depois de séculos que eles ficaram ao meu lado sendo fiéis a mim, mesmo depois de todas as atrocidades que cometi.

– E quanto a Elena, ela te ama sabia? – Sentei na cadeira a sua frente. Ele ficou encarando a mulher deitada na cama.

– Eu sei que ela me ama, apesar de tudo... E é por ela que eu devo permanecer no Império e defender meu povo, por ela que eu vou pensar na segurança de todos e lutar até o final ao invés de pensar somente em mim...

– Mas...

– Karol. – Ele me interrompeu. – Essa decisão está tomada desde o dia em que a vi no campo de batalha na Guerra Maldita, não há como voltar atrás, não tente me persuadir.

Suspirei derrotada.

– Ao menos aceite minha ajuda, eu prometi a você no dia em que se ajoelhou a mim que eu não iria permitir que morresse.

Ele sorriu de lado. Todas as vezes que o Natanael dava qualquer sorriso genuíno, mesmo que fosse um pouco, a íris negra dos seus olhos brilhava, não como quando está azul, era um brilhinho natural dele.

– Você já me ajuda bastante aceitando meu povo nas suas terras e os tratando como iguais. E como forma de agradecimento, farei mais um favor para você. – Ele disse se levantando.

– Não precisa fazer mais nada por mim, você já me deu o bastante, me entregou toda a sua riqueza, exército e fortuna de acumulada em séculos, me ajudou na ascensão da supremacia e na Batalha da Floresta Vermelha. – Falei enquanto me levantava.

– Mesmo assim, você ainda precisa desse meu favor... Riqueza não importa mais para mim, hoje o que importa é a segurança da pessoa que amo... – Ele olhou novamente para a Elena. – Karolina, lembre-se, apesar dos seus poderes e recursos, você é somente uma pessoa liderando milhares de outras pessoas, nunca tente lutar sozinha contra essa mulher, busque sempre a ajuda dos que estão dispostos a te ajudar, e aproveite cada momento que te resta como se fosse o último, talvez amanhã não estaremos mais unidos.

Meus olhos ficaram lacrimejados.

– Ao menos saiba que onde quer que esteja, há pessoas que estão torcendo e orando pela sua segurança, meu amigo. – Minha voz saiu um pouco embargada.

– Espere por notícias minhas, será a última vez que poderei lhe ajudar.

– Certo.

Ele começou a caminhar em direção a porta.

– Você não vai se despedir da Elena?

– Talvez nos reencontraremos depois. – Ele deu um sorriso fraco.

– Aah sim, claro! – Ele parou de repente. – E quanto ao Lúcius? Ainda continua em coma? – Ninguém além de mim sabia que ele tinha acordado.

– Não, o Lúcius acordou, hoje à noite contarei a todos sobre seu retorno.

Luz Dos Teus Olhos VermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora