Karolina Stevens

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Acordei tarde da noite nua nos braços do Lúcius, ele também nu. Fiquei o encarando dormir profundamente com seu semblante calmo e a respiração pesada, seu rosto estava grudado na minha cabeça e seus braços em volta do meu corpo abraçando-me ao ponto de eu acreditar que ele tinha medo que eu fugisse. Subitamente um sorriso bobo apareceu nos meus lábios só em imaginar que ele não queria que eu fosse embora, mas o dever me chama e a realidade bate na porta.

A contragosto, levantei lentamente retirando seus braços ao meu redor, fui ao banheiro e fiz minha higiene lá mesmo, peguei umas peças de roupas minha que sempre deixava no meu quarto, o vestidinho folgado com bordado vermelho e mangas compridas que ele me deu quando ficamos aqui, olhei para o Lúcius uma última vez antes de ir embora.

Cheguei na entrada do castelo com os pensamentos nas nuvens, mas imediatamente alguns lobos-soldados apareceram para fazerem a guarda em volta de mim, eles fizeram um círculo de proteção. Franzi o cenho, pois não precisava de toda aquela proteção, principalmente no meu castelo.

Olhei ao redor e percebi que todos estavam me olhando de forma estranha, principalmente os humanos que vieram junto com o Bispo que participou da reunião que tivemos no baile, eles me observavam de forma hostil.

Alguns soldados humanos caminharam com passos apressados na minha direção, os lobos-soldados se posicionaram em defesa, alguns empunharam suas espadas e outros mostraram suas garras.

O que diabos estava acontecendo? E por que o Bispo continuava aqui? Ele deveria ter voltado para Valiska. E principalmente, por que querem me atacar?

Fiquei boquiaberta e sem reação quando ambos começaram a lutar, minha cabeça rodava em confusão. Por que estão brigando?

Os soldados humanos queriam se desviar dos lobos-soldados para me atacarem, eles estavam enfurecidos.

Mais e mais pessoas se juntavam naquela briga generalizada, os lobos-soldados lutavam para me protegerem e a si mesmos enquanto os humanos atacavam para me matar.

Ainda parada no mesmo local, eu só conseguia ouvir o som de metal contra metal se chocando e gritos daqueles homens enfurecidos contra mim.

– Puta!

– Assassina!

– Vadia!

– Escrava!

– Morra!

– Volte para o inferno!

Até que um dos soldados humanos conseguiu derrubar o homem que me defendia e invadiu a barreira, ele me atacou enfurecido e gritava com ódio com a espada levantada acima da sua cabeça. No impulso, meu corpo ativou o instinto de sobrevivência, e em câmera lenta, segurei seu pulso que empunhava a espada torcendo-o, quando escutei o barulho de ossos se quebrando, bati a palma da minha mão aberta no seu peito fazendo-o voar em cima dos outros soldados que estavam atrás dele, todos caíram no chão, e o homem que bati começou a se debater com falta de ar.

– PAREM! – Alec esbravejou entre a multidão de gente, todos ficaram calados observando aquele homem lutando para puxar o ar para os pulmões com o pulso quebrado.

As pessoas abriram o caminho para o Alec passar, ele caminhava em nossa direção com passos apressados, seus punhos estavam fechados, o rosto era sombrio e sério, peito estufado, cabeça inclinada para baixo como um predador que estava observando sua presa, e ele apertava com muita força a mandíbula, seus olhos brilhavam em fúria, parecia que ia atacar a qualquer momento.

Alec passou por mim e foi direto ao homem que estava quase desmaiando sem ar.

– Alec, o que está acontecendo? – Perguntei, ele me ignorou e se ajoelhou para analisar o homem que bati.

Luz Dos Teus Olhos VermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora