Karolina Stevens

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Chutei no maxilar de quem segurava meu tornozelo e fui agarrada por trás de quem havia subido na pedra, com os braços pálidos, ele segurou minha cintura com força, me joguei de costas por cima daquelas pessoas, o corpo do homem que me agarrava amorteceu a queda, ele ficou sem forças para me segurar, apoiei minha duas mãos no chão e dei uma cambalhota para trás ficando de joelhos em frente a sua cabeça, cravei minhas garras lá mesmo. Outros seguraram meus braços deixando-os esticados nas laterais do meu corpo, em pé chutei os que estavam na frente, alguns queriam me morder, outros queriam me forçar a beber o sangue. Com os dois braços presos, utilizando apenas as pernas para lutar, senti uma mordida no ombro que queimou me fazendo gritar.

Fechei os punhos e retraí os braços que ainda estavam sendo segurados pelas criaturas, que mesmo podendo ser humanos possuídos, tinham mais força. Consegui chegar perto da pedra e impulsionei meus pés chutando, os que me seguraram perderam o equilíbrio e caíram, caí por cima deles, mas consegui desvencilhar meus braços, outro apareceu para me morder, mas minha garra atravessou seus olhos. Usei o homem que tinha buracos nos olhos como escudo para os que tentavam me atacar enquanto eu me levantava, buscando equilíbrio. Assim que fiquei em pé, outro veio por trás, posicionei minha perna direita para frente e espalmei a mão aberta no seu peito, fazendo-o ser arremessado e caindo por cima de outros.

Com o corpo trêmulo, parada, respirei fundo para manter o controle e não permitir que o medo me dominasse, olhei ao redor e fiquei esperando eles me atacarem. O primeiro veio correndo, com a garra na minha direção, segurei seu braço e o derrubei no chão, outro avançou tentando me golpear, soquei seu rosto fazendo-o cair de brusca no chão. Outros vieram, socos, chutes e pontapés não acabavam, segurei o braço de uma mulher e escutei o barulho dos ossos se estalando quando os quebrava. Eles não paravam, como poderia existir tantas pessoas possuídas naquela estrada?

Eu ia continuar lutando, não importa o quê, nem se meu corpo parasse de funcionar pela exaustão. Mais alguns saiam da floresta, me cercando, no final, havia um círculo enorme de pessoas e eu estava no centro desse círculo, com corpos espelhados por todo canto. Não podia saber ao certo, mas já havia mais de cinquenta pessoas mortas por todo lado e a causadora ainda lutava com os olhos vermelhos escarlate brilhando. A maioria me observava, enquanto outros atacavam.

– AAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH – Um grito ensurdecedor de um jovem surgiu no meio daquele círculo. Olhei na direção do grito e vi ali parado entre os outros, um menino de no máximo dezoito anos com os olhos arregalados de medo fixos em mim e a sua boca estava suja de sangue. Apesar disso, ele era normal, seus olhos estavam normais.

Todos voltaram sua atenção a ele.

O rapaz assustado apontou para mim com seus dedos trêmulos e a voz envolvida pelo medo disse:

– O-O que é ela? – Franzi as sobrancelhas, ainda na defensiva, mas estava surpresa. Como aquele garoto foi parar ali no meio dos possuídos? As pessoas ao seu redor seguraram o garoto e ele começou a ficar mais nervoso. Outros o examinaram, eles olhavam para mim e o garoto.

Àquela altura, nenhum me atacava, apenas observavam. Fiquei parada sem entender nada, minha cabeça começou a seguir teorias e automaticamente minha mão pousou levemente no meu ombro mordido. Por estar de costas não vi quem havia me mordido, mas será que foi aquele garoto?

Antes de poder afirmar minha teoria, ouvi um grunhido alto de lobo selvagem vindo da floresta, meus olhos pousaram em dois pares de olhos verdes brilhantes saindo do escuro. Ele corria feito uma onça-parda na minha direção com as presas à mostra e rosto raivoso. Alec pulou por cima dos possuídos com as patas gigantes na frente atacando-os, quebrando assim o círculo e pousou ao meu lado, fiquei paralisada. Com os olhos fixos em mim, Alec deu uma patada no meu quadril me fazendo bater contra ele, rapidamente eu subi no seu corpo peludo. Olhei para onde estava o garoto, eu deveria salvá-lo, mas assim que o vi, o grupo que estava segurando o menino começou a esquartejá-lo. Arregalei os olhos com aquela cena, ao lado, um homem de porte físico musculoso olhou para mim com um sorriso no rosto e falou baixo, mas que deu para ouvir suas palavras:

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⏰ Última atualização: Sep 19 ⏰

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Luz Dos Teus Olhos VermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora