A gente se vê por aí?

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— Maitê! Que bom que você chegou filha!

Me assusto com a animação da minha mãe. Tinha acabado de chegar do passeio com Noemi e Joana e ainda estava com a cabeça nas nossas conversas.

— Vamos para cozinha filha! Tia Nanda está fazendo o jantar.

Hum, não tenho um bom pressentimento sobre isso, quando minha mãe fica animada assim é porque ela vai tentar me convencer de alguma coisa.

— Hoje aquele menino Marco veio aqui. – Ela fala com um sorrisinho me tirando de meus pensamentos.

Sabia.

— Hum, e o que tem ele? – Eu falo me sentando na mesa, já sabendo no que aquilo daria.

— Filha o menino é simplesmente incrível, um rapaz de Deus, dedicado, sabe conversar, um rapaz solicito, que sabe fazer as coisas, resumindo, um verdadeiro homem. E ele é só dois anos mais velho que você! – Ela fala animada.

— E? – Eu falo com medo.

— E ele é bonito e está procurando por uma mulher de Deus. – Dona Gláucia termina de falar com um sorriso enorme.

— Mãe...

— Não, não fale nada, conheça ele primeiro.

Eu não tava nada animada em conhecer um novo garoto, que quebraria meu coração de novo. Isso de romance para mim já deu, me recusava a embarcar nessa história, pelo menos agora. Não me interessava se era legal, bonito, atraente ou seja lá o que for, eu não quero. E também não to afim de explicar o motivo para minha mãe.

— Tia Nanda! Você acha isso justo? Ela quer me obrigar a conhecer o garoto!

Tia Nanda me olha com compaixão, sabia que ela estava do meu lado pelo menos, o que era bom, mas também tinha o lado ruim, se ela precisava sentir compaixão, siguinificava que Dona Gláucia estava implacável. Eu precisaria conhecer o tal Marco.

                                  
                                     ***

Botei minha playlist cristã de músicas animadas, e no momento tocavam Give Me That Joy da Terrian, e sério, eu perco o controle com essas músicas. A sós no meu quarto temporário, coloquei a música no alto, peguei meu pente cor de rosa e comecei a cantar e dançar. Não se tinha nada melhor para fazer essa hora em Pinheirinho e Joana e Emy tinham compromisso.

So gimme that joy, joy, joy, joy (down in my soul)
Gimme that joy, joy, joy, joy (no, I won't let it go)
So gimme that joy, joy, joy, joy (yeah, down in my soul)
Gimme that joy, joy, joy, joy (no, I won't let it go)

— AHHH! QUE SUSTO! – Vejo um menino de cabelos castanhos passar na frente da minha janela com uns pedaços de telha nos ombros, esse que também se assusta com o meu grito e derruba todas as telhas no chão, fazendo-as quebrar.

— Poxa! – Ele coloca coloca a mão na nuca meio nervoso.

— Desculpa moço. – eu falo embaraçada e fica um silêncio constrangedor – O que faz aqui?

— Vim arrumar as goteiras que a Tia Nanda pediu.

— Tia Nanda? – Ele era meu primo perdido e não sabia????

— É. – Ele dá de ombros e começa a ver se alguma telha se salvou.

— Maitê!? – minha mãe irrompe pela porta – O que aconteceu filha? Você está bem?

— To mãe, só me assustei com o rapaz que passou na frente da minha janela.

— Marco! O que faz aqui querido? – Seu rosto se iluminou na hora.

Doces memórias de um coração curado Onde histórias criam vida. Descubra agora