Desespero e descobertas

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Com a bebê nos braços, vou até a porta. Quando a abro, vejo uma moça de cabelos longos e ruivos, pele branca e... Foco, Marília!

- Entre, querida. - Dou-lhe espaço para que entre.

Assim que ela entrou, fechei a porta atrás com o pé. Ela olhava cada detalhe do meu apartamento. A bebê puxava meus cabelos e eu não sabia o que fazer.

- Me diga, qual seu nome mesmo? - Pergunto.

- Prazer, - Estende a mão para mim, com um belo sorriso carismático. - Me chamo Maiara Carla. E você, quem é? E essa linda bebê? Qual o nome?

- Marília Mendonça. E o dela...? É... Eu não... Eu não sei. - Gaguejo.

Eu realmente não sabia, ainda não procurei seus documentos ou qualquer outra coisa de identificação. A mulher me olhou incrédula, tentando entender o porquê eu não sabia o nome daquela criança que estava em meus braços brincando com os meus cabelos.

- Uma história complicada. Eu preciso de uma babá urgentemente. Eu não sabia da existência dessa menina e eu não posso ficar com ela vinte e quatro horas por dia. Ela não para de chorar ou de puxar meu cabelo, ou sujar a frauda, ou... Ou... - Entro novamente em desespero. - Eu não aguento mais.

Ela começou a rir, pondo a mão em frente aos lábios tentando manter a respiração. A olho duvidosa. Por que ela está rindo? Eu realmente estou desesperada e ela rindo da minha situação?

- Deixa eu ver se eu entendi: essa garotinha é sua filha, correto? - Concordo, com a maior cara de tacho. - Mas você não sabe o nome dela, nem como cuidá-la?

- Eu nem sabia da existência dela até ontem, Carla. - Digo batendo o pé, irritada e mimada.

- Mas... Se ela é sua filha, ela tem que ter saído de... Você?!

Desviei o olhar. Eu me aceito como eu sou, mas ter que explicar esse assunto para as pessoas me deixa desconfortável, me intimida. Ela me olha esperando uma resposta. Certamente está passando pela sua cabeça que eu acabei de sequestrar ela menina.

- De quem é essa bebê? - Ela pergunta levando a mão até o bolso da calça jeans.

- É minha.. eu juro! Bom, eu acho que é minha..

Ela tira o celular do bolso e eu entro, mais uma vez, em desespero. Coloco rapidamente a menina no sofá e vou até a mulher, segurando seu celular e tentando fazer com que ela não ligue para a polícia, mas ela me afasta, pondo a mão na frente enquanto disca o número da delegacia.

- Por favor, não faz isso. Você vai acabar com a minha vida. - Tento me aproximar.

- Não chega perto de mim! - Disse com raiva, indo até o sofá. - Ela vai ficar comigo, e só sai daqui com a polícia.

Começo a andar de um lado para o outro chorando de raiva. Ela pegou a menina nos braços. Eu tremia, não sabia o que fazer. A bebê me olhava confusa. Maiara estava esperando que alguém a atendesse.

- Não! Não liga, pelo amor de Deus. - Imploro.

Fui mais rápida e agarrei Maiara, juntamente com a menina. Ela tenta se afastar, mas não consegue. Joguei seu celular longe, e peguei a menina nos braços, que agora chorava assustada.

- Me devolve essa bebê! Eu vou gritar.

- Me deixa te explicar. - Digo ofegante. - Eu posso explicar..

Seus olhos estavam entre mim e o celular jogado no chão. Alguém havia atendido sua ligação, e está à procura de resposta. Continuo negando com a cabeça, tentando fazer aquela criança parar de chorar.

Baby Lua | Mailila Onde histórias criam vida. Descubra agora